sábado, 29 de dezembro de 2018

Capítulo 11 -"Oi! Voxê é meu papai?"

(Recado no final.)

Domingo, Novembro de 2014

Neymar Jr. ON

 Chegamos em Barcelona quando já era noite. O Big passou pra deixar o Davi e a Carol no apartamento dela, já que ela disse que preferia não ir lá pra casa para não atrapalhar minha conversa com os meus pais e eu a agradeci por isso. Depois de deixar eles fomos para casa e quando eu junto com o Gil, Jota e João entramos, encontramos minha mãe na sala sozinha assistindo TV.
Jota: Chegamos, Dona Nadine! - disse indo até ela e beijando o seu rosto. O Gil e o João fizeram o mesmo.
Nadine: Oi, meus filhos. Já estava ficando preocupada com vocês. - sorriu.
Júnior: Tu fica preocupada atoa, meu amor. - sentei ao seu lado, passei meu braço pelo seu ombro e beijei sua testa. 
Gil: Verdade hein, tia.
João: Esses dias fomos comprar pão, não levamos UM minuto na padaria e você disse q ficou preocupada. - rimos.
Nadine: Podem parar! Não tenho culpa se não dá pra confiar em nenhum de vocês. - riu.
Jota: Que isso, mãmusca! Eu, um cara super responsável, o melhor do grupo...
Gil: Que bicho mentiroso! - rimos.
Júnior: Cadê o cabeça? - perguntei a minha mãe. 
Nadine: Tá no escritório, como sempre. - revirou os olhos. - E a Carol e o Davi? Ficaram em casa?
Gil: Ficaram! Deixamos eles no caminho...
Nadine: Ah sim. E como foi a viagem?
Júnior: Preciso conversar com você e o Cabeça sobre isso. - suspirei.
Nadine: O que foi? - me olhou com um ar confuso.
Júnior: Vamos lá no escritório do Cabeça e eu conto a vocês juntos. - ela assentiu e levantamos do sofá. O Gil deu uma batida no meu ombro quando passei por ele e os três ficaram na sala.
Neymar pai: Chegaram... - disse quando me viu entrando junto com a minha mãe, depois de ter batido da porta fechada do escritório. - Como foi lá na agência? Tudo direito?
Júnior: Foi tudo bem! Eai... - fui até ele e nos abraçamos. - Tá fazendo o que?
Neymar pai: Resolvendo algumas coisas da Nn.
Nadine: Diz logo, Juninho. Tô ficando preocupada já... - pediu sentando em uma das duas cadeiras em frente a mesa do Cabeça. 
Neymar pai: Dizer o quê? - perguntou ficando confuso.
Nadine: Não sei! Ele chegou todo misterioso dizendo que precisa contar para nós dois algo que aconteceu lá em Madrid.
Neymar pai: Tô sentindo que não vou gostar disso... Conta logo isso, Júnior. - disse sério e eu suspirei sentando na outra cadeira do lado da minha mãe. 
Júnior: Então... Eu descobri que sou pai... - fiz uma pausa me preparando para falar.
Nadine: É claro que é, menino. - disse rindo sem espera eu terminar de falar. - Pai do Davi. Isso a gente já sabe.
Neymar pai: Nadine... - disse chamando a atenção dela com uma expressão que sábia que eu não tinha terminado de falar.
Júnior: Eu sou pai de uma menina. - soltei direto. 
Nadine: O-o que? C-como assim? - perguntou surpresa e colocando a mão no peito.
Júnior: E-eu encontrei com uma garota que eu conheci no final de 2010, a Júlia de Ibiza que eu já tinha falado com vocês, e descobrir que ela ficou grávida naquela época.
Nadine: E o bebê é seu?
Júnior: É, as contas bate e a Júlia me confirmou quando a confrontei.
Neymar pai: Não tem como saber com certeza só com isso... - disse depois de ter ficado quieto só ouvindo a conversa. - Temos que pedir um exame de DNA.
Júnior: Não é necessário, Cabeça! Eu tenho certeza que a menina é minha, eu senti isso. - sorri um pouco.
Neymar pai: Júninho, você tem que entender que é uma pessoa pública e por isso não pode entrar em algo desse tipo sem ter a absoluta certeza que é realmente seu. Imagina se você assume, torna público e depois de um tempo descobre que você não era o pai?! - levantou da cadeira passando a mão pela cabeça. - Irá trazer uma polêmica, que poderia ter sido evitada se fizesse o exame de DNA, para nossa família.
Júnior: Tudo bem! - suspirei contrariado. Sei que ele não me daria descanso se eu não concordasse. - Vou fazer o exame.
Neymar pai: Melhor assim... - suspirou também. - Agora conta como aconteceu isso.
Júnior: Então... - contei para eles sobre meu primeiro encontro com a Júlia e a Malu quando fui buscar o Davi no parque e sobre a conversa com os moleques e a Carol que foi como eu comecei a desconfiar que eu poderia ser o pai.
Nadine: E depois disso o que você fez?
Júnior: Eu liguei para a Júlia e a obriguei a me encontrar pessoalmente por que eu queria olhar para a cara dela quando ela me conta-se a verdade. - engoli em seco. 
Neymar pai: E como foi? Ela foi mesmo? - perguntou sério com os braços cruzados parecendo tenso.
Júnior: Foi! Ela confirmou que a Malu era mesmo minha filha e me escondeu isso por todo esse tempo.
Nadine: Meu Deus, por que ela fez isso?
Neymar pai: Ela te contou? - me olhou com um ar de curiosidade e ansiedade.
Júnior: Sim! Disse que não me contou por causa de você, Cabeça.
Nadine: C-como assim? - disse confusa.
Neymar pai: De mim?!
Júnior: Sim... - confirmei. - Ela disse que quando descobriu que estava grávida me ligou, mas foi você que atendeu. Disse que o pai dela te contou e você não acreditou que o bebê era meu. Disse que tu ameaçou tirar a criança dela se fosse realmente meu e também ameaçou tornar um inferno a vida dela.
Nadine: Jesus... - exclamou incrédula. - Que história louca é essa?!
Neymar pai: Você acreditou, Júninho? - perguntou com um tom sério e tenso. 
Júnior: Como assim, você ainda me pergunta isso?! Claro que não, pai. Tá louco?
Neymar pai: Uumm... - suspirou parecendo estar aliviado. - E-eu só pensei que tu poderia ter acreditado por que ainda tem sentimentos por ela... Como era naquela época.
Júnior: Claro que não, quer dizer, eu não sei se ainda tenho sentimentos por ela. Ainda mais depois de tudo isso. Mas é claro que eu não acredito nessa história! Eu conheço você a minha vida toda, você é meu pai, já ela eu conheci por alguns momentos e só. Não sei se ela mudou nesse tempo todo, mas essa atitude dela só prova que ouve uma mudança e não foi para melhor. - suspirei passando as mãos pelo rosto. 
Neymar pai: Que bom que você pensa isso, meu filho. - deu um aperto no meu ombro.
Nadine: Por que essa menina iria inventar isso?
Júnior: Não sei, mãe.
Neymar pai: Deve ser para esconder o real motivo dela ter feito o que fez. - disse voltando a sentar na cadeira.
Nadine: É muita loucura... - ficou em silêncio parecendo estar tentando entender, assim como eu fiquei desde quando descobri tudo. - Quantos anos a menina tem, meu filho?
Júnior: Dois! Vai fazer três no começo do ano que vem.
Nadine: E o nome dela? Você a viu?
Júnior: Ela se chama Maria Luísa, Malu. Sim, eu vi ela... - sorri lembrando do momento. - É pequenininha, bonita e a coisa mais fofa, mãe.
Nadine: Aí meu Deus, tenho dois netinho agora. - disse incrédula e eu ri. 
Júnior: Ela e o Davi se conheceram também e mesmo sem saber que são irmãos, a Carol disse que se deram muito bem.
Nadine: Não sabem, mas já deve sentir no coração. - sorriu. 
Neymar pai: A criança já sabe que você é o pai dela?
Júnior: Não! Eu e a Júlia achamos melhor esperar um pouco para nos encontrar. Amanhã depois do jogo vou voltar para Madrid e na terça de manhã vamos se encontrar. Enquanto isso a Júlia tem tempo para conversar com ela.
Neymar pai: Júninho, tu sabe que a direção do Barcelona é muito rigorosa. Você tem treno na quarta feira de manhã e sabe que não pode se atrasar. Além disso, amanhã depois do jogo você vai estar cansado e precisa descansar para chegar bem no treno, não é atoa que eles dão um dia de folga depois do jogo.
Júnior: Eu sei, pai. Mas eu não posso esperar mais para conhecer a minha filha. Já passei três anos sem fazer parte da vida dela e agora que sei que tenho ela não quero perder mais. Você tem que entender meu lado...
Neymar pai: Ainda não temos certeza se é sua filha.
Júnior: Não importa, eu sei que ela é minha. Concordei com o teste para você saber, mas eu já sei que sou o pai dela.
Nadine: Deixa ele, Neymar. O Júnior sabe o que está fazendo e se ele sente isso é porque ela é mesmo filha dele.
Júnior: Obrigado, mãe! - beijei seu rosto. - Fica tranquilo que não vou fazer nada para irritar a direção do Barça. Na quarta de manhã já vou estar aqui descansado e mais aliviado por já ter conhecido minha filha.
Neymar pai: Tudo bem! - suspirou. 
Nadine: Já está tarde e depois dessa conversa e desses acontecimentos de hoje precisamos de um bom sono. Vamos subir?
Neymar pai: Vai indo, preciso falar algo rápido com o Júninho. - disse levantando e beijando a testa dela.
Nadine: Tá! Não demorem... Boa noite, filho. Vai ficar tudo bem e espero conhecer minha netinha logo... - sorriu e me abraçou. 
Júnior: Eu também, mãezinha. Boa noite! - ela saiu do escritório e o Cabeça olhou para mim.
Neymar pai: Já sabe o que vai fazer sobre essa história?
Júninho: Ainda não pensei nisso... - suspirei.
Neymar pai: Acho que devemos ir para a Justiça! - afirmou sério e firme.
Júnior: Não sei se é necessário, pai.
Neymar pai: Claro que é, Júninho. Essa Júlia te privou de conhecer a menina por três anos, algo que era um direito seu, sem motivos aparente já que essa história dela é claramente mentira. Se irmos para a Justiça com isso, juntando provas e testemunhas, temos grandes chances de ganhar a guarda da menina, se for comprovada a paternidade no DNA, lógico. O juíz mesmo irá pedir um exame.
Júnior: Eu não sei se quero fazer a Júlia passar por isso, Cabeça. Eu vi as duas e percebi que são muito apegadas uma na outra.
Neymar pai: Isso vai compensar o que ela fez com você, tá na hora de tu pensar no que perdeu por causa dela. Caso a gente ganhe a causa, você terá muito tempo para conhecer a menina e ir atrás do tempo perdido.
Júnior: Não sei o que fazer... - suspirei. Essa realmente não era minha primeira opção, sei que a Júlia ficaria arrasada só com a possibilidade de perder a guarda da Malu. Mas por outro lado, meu pai está certo. Eu teria mais tempo para compensar esses três anos com a minha filha. Eu realmente queria ter feito parte da vida dela quando ainda estava na barriga. Se a Júlia tivesse me dito naquela época eu ficaria muito feliz e assumiria o bebê, assim como fiz com o Davi. Claro que no primeiro momento que a Carol me disse que estava grávida eu fiquei com medo de isso interferir na minha carreira. Mas depois eu fui percebendo que conseguia vivenciar e ser feliz nas duas coisas. No começo não foi fácil, mas pelo caminho eu fui aprendendo. A Carol era minha amiga, então esse foi um fator muito importante para dar tudo certo. Nunca iria imaginar que a única vez que dormi com uma amiga, três meses antes de viajar para Ibiza, iria engravida-la. Também nunca imaginei que meses depois engravidei outra pessoa, uma mulher que virou meu mundo para baixo em uma semana. A vida nos direciona por uns caminhos loucos as vezes! 
Neymar pai: Júninho? - chamou minha atenção de volta para ele.
Júnior: Desculpa, tava só pensando nessa loucura que é minha vida. - sorri um pouco. - Sobre esse assunto que estamos conversando, vou pensar mais um pouco e te deixo saber o que vou fazer quando eu me decidir.
Neymar pai: Tudo bem! Mas fique sabendo que eu tenho certeza que deveríamos ir para a Justiça. - assenti. - Outra coisa, vamos deixar essa história escondida o máximo que puder até resolvemos tudo. Fala para os meninos e a Carol para não contar isso pra ninguém de fora e eu vou falar para a sua mãe.
Júnior: Penso o mesmo e já falei isso para eles. Até disse para a Carol não contar nada para o Davi e esperar tudo se acalmar para eu mesmo contar a ele.
Neymar pai: É o melhor mesmo. Vamos deixar a Rafa, a Bruna, os outros moleques e a nossa família sem saber também por enquanto. Pelo menos até alguns deles vier para cá ou a gente ir para o Brasil.
Júnior: Pode deixar! - levantei. - Não é como se eu estivesse ansioso para contar para a Bruna que tenho mais um filho. Já imagino o drama que será... - suspirei e saímos do escritório. 
Neymar pai: Ela vai entender porque gosta de você, mas você tem que entender o lado dela também. Não é fácil para ela...
Júnior: Não é fácil para mim... - murmurei enquanto subimos a escada, desejei boa noite para ele no corredor e entrei no meu quarto ansioso para dormir e esquecer tudo isso por algum tempo.

Neymar Jr. OFF

Segunda, Novembro de 2014

 Eu, a Sarah e a Malu acordamos na segunda cheias de alegria e farra na minha cama. Ontem à noite, depois da pizza e de desejar boa noite para a Dona Marcela e o Senhor Dennis, subimos para o meu quarto e terminamos nossa noite vendo filmes.
Júlia: Chega! Tenho que levantar pra agilizar as coisas ou vou chegar tarde no hospital. - falei parando com a luta de travesseiros com as duas e descendo da cama.
Malu: Aí, mamãe. Só maix um poquinho... - fez bico.
Júlia: Não dá, meu amor. A mamãe tem que trabalhar agora.
Sarah: Outra hora a gente brinca mais, princesa. A tia também tem que voltar pra casa! - disse descendo da cama também e a Malu aceitou continuando a pular na cama sozinha. 
Júlia: Vai trabalhar ainda hoje? - perguntei pegando o meu celular e olhando as mensagens que eu tinha recebido.
Sarah: Vou, mas só de tarde. E aí, como você vai fazer para ir no negócio amanhã? Vai estar de folga? - falou, me lembrando da bagunça que está a minha vida no momento.
Júlia: Não! - suspirei. - Vou ir na direção do hospital hoje e explicar que vou precisar chegar um pouco mais tarde.
Sarah: Será que vai correr tudo bem lá com vocês e o Júnior?
Júlia: Não sei, Sarah. Eu espero que sim... - guardei o celular e fui abrir as janelas do quarto.
Sarah: Vai dar, se Deus quiser. - sorriu. - Qualquer coisa me liga, ouviu?! - assenti. - Vou lá no meu quarto tomar banho e depois vejo vocês no café da manhã antes de eu ir pra casa.
Júlia: Vai lá. Vou deixar a Malu lá em baixo com quem tiver disponível e subir de volta para tomar o meu também. - chamei a Maria, saímos do meu quarto, a Sarah entrou no dela e descemos as escadas. A Rosinha tava na cozinha e disse que nem minha mãe e nem meu pai tinham descido ainda. Então deixei a Malu com ela e voltei lá pra cima para se arrumar. 

                                 (...)

 O dia no hospital foi corrido! E eu agradeço a Deus por isso, pois assim não tive tempo para pensar muito na minha vida. Porém, só foi chegar o final do meu expediente pra tudo voltar como era antes e lembrar das provações que eu estava passando.
Jéssica: Olá, florzinha! - disse entrando na minha sala, onde eu estava arrumando minhas coisas para ir pra casa. - Nem te vi hoje.
Júlia: Oi, amiga! Passei o dia todo atendendo e também não te vi. - murmurei ainda com a atenção no que estava fazendo.
Jéssica: O que aconteceu? - perguntou chegando perto de mim.
Júlia: Por que tá perguntando? - a olhei.
Jéssica: Porque tu tá falando toda desanimada e você não é assim, ué.
Júlia: Pode ser só por causa do cansaço depois do dia de hoje...
Jéssica: Mas não é né?!
Júlia: Não! - suspirei. - Veio de carro?
Jéssica: Não e tô aqui agora pra te pedi carona. - rimos.
Júlia: Sábia! - peguei minha bolsa e fui andando para a porta. - Vamos, no caminho te conto a bagunça que está minha vida no momento. - fomos para o estacionamento, entramos no meu carro, dei partida e fui o caminho todo até a casa dela dividindo a atenção entre o trânsito e a conversa. 
Jéssica: Meu Deus, Júlia! Por que você não me ligou? - perguntou quando eu parei o carro na frente do seu prédio e terminava de contar como foi meu final de semana maluco. 
Júlia: Foi mal, mas fiquei meio aéria depois disso tudo. - suspirei.
Jéssica: Nossa, eu imagino. A direção do hospital permitiu você chegar mais tarde amanhã?
Júlia: Na verdade eles me deram uma folga.
Jéssica: Que bom, então! E a Maluzinha? Reagiu bem quando você explicou pra ela?
Júlia: Sim, na medida do possível né! Ela ainda é muito pequena pra querer saber os detalhes, graças a Deus, então eu expliquei por alto e ela aceitou. - meu celular apitou com uma mensagem, fui ver e era o Júnior querendo saber se eu já tinha visto em qual restaurante iríamos nos encontrar. - O Júnior quer saber em qual restaurante vamos nos encontrar amanhã. - falei para a Jés. 
Jéssica: Ele deve estar bem ansioso!
Júlia: Sim, deve mesmo! O pior é que ainda não tive tempo de ver algum lugar... - suspirei.
Jéssica: Tem que ser um mais tranquilo né?!
Júlia: Sim! Eu realmente não sei como vai ser esse encontro... - respondi tensa. 
Jéssica: Acho que será difícil achar um restaurante tranquilo e reservado pra vocês não serem encomendados.
Júlia: Você acha?
Jéssica: Sim! - ficamos pensando um pouco. - Porque você não marca algo tipo um piquenique em algum Jardim daqui de Madri? É mil vezes mais tranquilo e a Malu irá gostar mais ainda.
Júlia: É, posso até marcar em uns dos Jardim do Parque del Retiro que fui com a Carol e que o Júnior já sabe onde é.
Jéssica: Lá é um bom lugar! Bem espaçoso e por isso vocês vão poder conversar tranquilos.
Júlia: É, vai ser lá mesmo. - peguei meu celular e avisei ao Júnior que vamos nos encontrar lá. - Jés, tenho que ir agora. Preciso agilizar tudo.
Jéssica: Vai lá, amiga! Talvez quando eu sair do trabalho amanhã passo lá na sua casa, tá bom?
Júlia: Passa lá mesmo! Beijos... - nos abraçamos, ela desceu do carro e eu fui para casa. Quando entrei não achei ninguém na sala, coloquei minha bolsa no sofá, fui para a cozinha e a Rosa estava lá. - Oi, meu amor!
Rosa: Oi, Júlinha! - sorriu e eu beijei o rosto dela.
Júlia: Cadê a Maria? - perguntei indo até a geladeira e me servindo um copo de água. 
Rosa: Sua mãe saiu cedo do trabalho e quando chegou foi com a Maluzinha no mercado. Ainda não voltaram...
Júlia: Ata! - lavei o copo que usei e sequei as mãos. - Rosinha, monta uma cesta de piquenique pra amanhã de manhã pra mim, por favor?
Rosa: Claro que faço, minha filha. O que você quer pra comer?
Júlia: Sei lá, coloca algumas frutas picadas que a Malu gosta, queijo, suco natural, pão e outras coisas que tiver...
Rosa, Pode deixar! Vou aprontar tudo hoje a noite e deixar agilizado pra amanhã.
Júlia: Obrigada, meu amor! Vou lá em cima tomar banho, tô morrendo de cansaço. - peguei uma maçã da fruteira. - Avisa a Dona Marcela que já cheguei quando ela voltar.
Rosa: Aviso sim... - antes de subir para o meu quarto, passei na sala e peguei minha bolsa. Deixei ela na cadeira perto da minha cama, fui para o banheiro, me despi, entrei no box e tomei um banho bem demorado e quentinho. Quando terminei fui para o closet, vesti um conjunto de moletom, prendi o cabelo no alto e voltei para o quarto. Peguei meu celular, saí para a sacada, deitei na espreguiçadeira e fiquei mexendo nas minhas redes sociais enquanto comia minha maçã. Quando enjoei, tirei uma foto e postei no insta.



SanchezJú: Mantenha a fé em todas as horas e lugares. ♡

mylifejulia: Linda, meu amor ♡
sanchezsarah: Te amo!
livia_ac: Olha essas unhas @laila_ac
boounzueta: Sua maravilhosa!
lionsouza: Que gata
jujubasfc: Lindas @SanchezJú @SanchezSarah
daniel_brito: Maloqueira!
sanchezjú: Te amo @SanchezSarah e também te amo, seu idiota @Daniel_Brito 

 Continuei olhando os comentários até ouvir barulhos de passos no corredor e logo depois a porta do meu quarto sendo aberta.
Malu: Mamãe? - chamou do quarto.
Júlia: Tô aqui na sacada, meu amor. - respondi e segundos depois ela apareceu com a minha mãe atrás dela.
Malu: Oi, mamãe! Eu tava no mecado com a vovó. - disse subindo no meu colo e eu beijei sua testa.
Júlia: Oi, princesa! Que legal, comprou o que pra mim? - sorri.
Malu: Nada! A vovó só compou vedulas... - fez bico e eu e a mãe rimos. 
Júlia: Só verduras, Dona Marcela?! - falei olhando para ela e a mesma veio me da um beijo na bochecha.
Marcela: Oi, minha filha! Chegou a muito tempo?
Júlia: Faz um pouco de tempo sim... Chegou cedo da loja por que? - mexi no cabelo da Malu. 
Marcela: Porque tava a fim... - rimos.
Júlia: Ser sua própria chefe tem suas vantagens.
Marcela: Ô, se tem! E como foi lá no hospital?
Júlia: Corrido e cansativo. Mas achei bom, me distraí um pouco... - sorri.
Marcela: A Rosa disse que você pediu pra ela montar uma cesta de piquenique.
Júlia: Pedi! A Jéssica me deu a idéia de fazer o encontro com o Júnior nos jardins do Parque del Retiro pra ser mais tranquilo. Você sabe que é difícil achar algum restaurante aqui em Madri tranquilo, né?!
Marcela: Sei e gostei da idéia dela. É melhor até pra Maluzinha que ama um piquenique. - riu.
Malu: Mamãe, a genti vai fazer piquenique?
Júlia: Vamos, amor! Lembra que eu falei que você e seu pai vão se encontrar? - ela assentiu. - Então, vai ser amanhã, ele vai participar do piquenique.
Malu: Oba! - exclamou alegre e minha mãe riu.
Marcela: Já avisou a ele?
Júlia: Já!
Marcela: Ah sim! Vamos ir na barraca aqui da rua tomar açaí, Maluzinha?
Malu: Vamo! Masi eu quelo sovete, vovó. - disse descendo do meu colo.
Marcela: Tá bom! Vamos Júlia?
Júlia: Tô com preguiça, mãe.
Malu: Bola, mamãe! A vovó vai compar pra voxê tabem... - pediu puxando minha mão. 
Júlia: Ah se é assim eu vou! - levantei colocando o celular no bolso.
Marcela: É muito pão dura mesmo. - rimos e saímos do meu quarto.

                                       (...)

Terça - Feira, Novembro de 2014

Xxx: Júlia, acorda! - escutei alguém falando através do meu sono, porém não fui capaz de identificar quem era. - Júlia!
Júlia: Aann... - abri um olho e vi que era a minha mãe. - O que foi?
Marcela: Levanta logo! - começou a abrir a porta da sacada. 
Júlia: São que horas? - perguntei ainda do mesmo jeito que estava.
Marcela: Quase sete...
Júlia: Pô mãe, tá muito cedo! Me deixa dormir... - murmurei fechando o olho.
Marcela: Júlia, não vou falar mais. Eu e seu pai queremos te ver antes de ir para o trabalho. E que horas você marcou com o Júnior?
Júlia: Oito e meia. - respondi sentando, já que o sono tinha evaporado só por lembrar que o primeiro encontro oficial do Júnior e da Malu é hoje. - A Maria já acordou?
Marcela: Não! Quer que eu a acorde para se arrumar?
Júlia: Não, deixa ela dormir mais um pouco. Enquanto isso vou me arrumar para adiantar as coisas.
Marcela: Tá bom! Se arruma e desce ou seu pai não vai conseguir te esperar. - assenti e ela saiu do meu quarto. Hoje a Malu vai conhecer o pai e o Júnior vai conhece-la também. Não sei se estou preparada para isso. Afinal, eu sou a culpada por isso só está acontecendo agora. Mas hoje não é sobre mim e sim sobre eles. Ontem, antes de dormir, pedi a Deus para abençoar o dia de hoje e torna especial para eles. Que tudo ocorra bem! 
 Tomei um banho super rápido e escolhi uma calça jeans e uma blusa de manga soltinha para vesti. De calçado escolhi um tênis confortável, escovei meu cabelo, passei um pouco de maquiagem no rosto e perfume, peguei meu celular e saí do quarto indo direto para a cozinha onde estava meus pais e a Rosa.
Júlia: Bom dia!
Dennis: Bom dia, meu amor! - cheguei perto dele e o mesmo beijou minha bochecha.
Rosa: Bom dia, Júlinha! A cesta que você pediu ontem está pronta. - sorriu apontando. 
Júlia: Obrigada, Rosinha. Você é 10! - sorri.
Marcela: Não vai comer nada aqui?
Júlia: Não, porque vou perder a fome. Mas vou tomar um copo de suco. - sentei junto com eles na mesa e me servi um pouco de suco de laranja.
Dennis: Como você tá?
Júlia: Um pouco tensa, mas bem. - respondi entre goles do suco. 
Dennis: Ele já deu algum sinal de vida?
Júlia: Não! A última vez que falei com ele foi para dizer o local do encontro.
Marcela: Será que ele já está aqui em Madri?
Júlia: Não sei, mas ele disse que iria vir ontem de tarde.
Dennis: Já deve ter chegado, então. Bom... - levantou da cadeira. - Já está na minha hora, preciso ir. Qualquer coisa me liga, Júlia. Mais tarde irei ligar pra saber como foi. - eu assenti e ele beijou minha testa. 
Marcela: Eu também tenho que ir e a mesma coisa serve para mim, hein Júlia.
Júlia: Tá bom! Vou deixar vocês saber de tudo... - eles se despediram de mim e da Rosa e foram para o trabalho. - Vou lá acordar a Maria, Rosinha. - falei levantando e ela assentiu. Fui para o quarto da Malu e a mesma ainda estava dormindo tranquilamente. Deu até dó de acorda, mas não tem outro jeito. - Amor, vamos acorda! - beijei sua cabeça. 
Malu: Mamãe... - murmurou sonolenta ainda sem abri os olhos.
Júlia: Oi, princesa! Bom dia! - passei a mão pelo cabelo dela.
Malu: Dia... O piquenique é agola? - abriu os olhos e me olhou.
Júlia: Sim, só falta você acordar pra gente ir.
Malu: Masi eu já acodei, olha. - se espreguiçou e eu ri.
Júlia: Então vamos tomar banho e se arrumar. - ajudei ela a descer da cama e fomos para o banheiro. 
Malu: Nós vamo comer futinhas? - perguntou enquanto eu tirava suas roupas e fralda. 
Júlia: Vamos! - coloquei ela dentro do box e comecei a dar banho nela que não parou de falar.  
 Depois que terminamos e ela já estava pronta, arrumei nossas coisas e fomos para a cozinha. 
Malu: Bom dia, tia losa!
Rosa: Bom dia, Maluzinha! - beijou o rosto dela. - Já estão indo?
Júlia: Já! - peguei a cesta do balcão. 
Rosa: Vão com Deus e vai correr tudo bem, minha filha.
Júlia: Que ele te ouça, Rosinha. - beijei o rosto dela e peguei a mão da Malu. 
Rosa: Coloquei uma mantinha na cesta pra você forrar na grama.
Júlia: É por isso que te amo, mulher. - rimos, saí de casa com a Malu, abri a porta traseira do meu carro, prendi ela na cadeirinha, deixei a cesta do seu lado, entrei no banco do motorista e quando estava prestes a dar partida meu celular começou a tocar. Peguei o mesmo e depois que vi que era a Sarah atendi. - Olá!
Sarah: Oi! E aí, já tá com o Júnior? Como está sendo?
Júlia: Calma! Não estou com ele ainda...
Sarah: Aff! Tá fazendo o que então?
Júlia: Estava prestes a dar partida para o parque se você não tivesse me ligado.
Sarah: Ah! O Júnior já está lá?
Júlia: Não sei! Não falo com ele desde ontem...
Malu: Mamãe, coloca desenho!
Júlia: Coloco sim amor... - comecei a procurar um desenho aleatório em meio a bagunça que estava o meu carro.
Sarah: Será que ele desistiu, Júlia?
Júlia: Pra quem queria tanto isso, eu acho difícil. - coloquei o DVD que logo começou a tocar.
Sarah: Vai ver ouve algum emprevisto.
Júlia: Acho que ele iria avisar se tivesse acontecido algum, né. Pelo menos eu espero isso.
Sarah: É, né! E a Maluzinha, tá de boa?
Júlia: Muito! Acho que com essa idéia do piquenique ficou mais fácil. Você sabe o quanto ela ama coisas ao ar livre, onde ela possa correr a vontade. - rimos. 
Sarah: Sei bem! Então tá, vou deixar vocês irem. Mais tarde eu ligo pra saber como foi...
Júlia: Ok, beijos!
Sarah: Beijo! - desligamos e eu dei partida no carro.
 Um pouco mais de 15 minutos chegamos no Parque del Retiro e percebi que estava bem tranquilo. Graças a Deus só costuma encher de gente nos finais de semana. 
 Depois de estacionar o carro, tirei a Malu, pequei a cesta é minha bolsa, fechei o carro e travei o alarme. Andei pelo parque com a Malu tagalerando até achar um lugar lindo e reservado, em baixo de uma árvore gigante, pra gente ficar. Estendi a manta, que a Rosa colocou e depois de colocar a cesta e a minha bolsa em cima, sentei junto com a Malu. 
Malu: Eu posso comer umas futinhas, mamãe?
Júlia: Pode! - sorri. - Mas não podemos comer tudo ainda porque temos que esperar o Júnior ou ele ficará triste, Ok?!
Malu: Tá bom! - disse concordando. Abri a cesta e olhamos para as frutas que a Rosa colocou. 
Júlia: Você quer qual?
Malu: Uva! - peguei a bandeja e coloquei do lado dela que não esperou um segundo para atacar. Meu celular começou a tocar, peguei e dessa vez era o Júnior. 
Júlia: Oi! - falei atendendo. 
Júnior: Oi... Já está no Parque?
Júlia: Sim, estamos.... Cadê você, desistiu?!
Júnior: Nunca! - exclamou sério. - Me atrasei um pouco, mas cheguei aqui agora. Em qual lugar você tá?
Júlia: Na mesma direção que eu e a Carol estávamos... - expliquei mais um pouco pra ele e depois desligamos. Menos de 5 minutos depois ele apareceu todo lindo, vestindo uma bermuda, moletom e tênis. Preciso se concentrar apenas na Maria Luísa e estar ao lado dela para explicar qualquer dúvida que aparecer. Isso fará com que tudo ocorra bem e é o mínimo que eu posso fazer, para ela e o Júnior, depois de tudo.

Neymar Jr. ON

 Não dar para ninguém imaginar o tamanho do meu nervosismo nesse momento. Pra piorar ainda mais a minha situação, cheguei para o meu primeiro encontro com a minha filha atrasado por causa do meu pai que me ligou minutos antes de eu sair do hotel dizendo que queria vir para Madrid agora de manhã e me acompanhar no encontro. É logo que eu não quero ninguém junto comigo nesse momento. Eu quero vivenciar isso sozinho, necessito disso! Não foi atoa que vim pra cá ontem só com o Big.
 Depois de passar quase meia hora fazendo ele entender isso, consegui ir ao encontro da minha filha com alguns minutos de atrasaso.
Agora eu estou aqui, olhando para ela e a Júlia sentadas em uma manta na grama com uma cesta ao lado. Se as coisas fossem diferentes eu seria um cara sortudo por ter essas duas meninas lindas comigo. Mas não são, infelizmente! 
Júnior: O-oi! - falei com um tom nervoso quando cheguei perto delas. A Júlia já estava olhando para mim antes mesmo de eu chegar perto, com um sembrante tão tenso quanto o meu. Mas a Malu só tirou a atenção das uvas que estava comendo e olhou para mim quando ouviu minha voz.
Júlia: O-oi, Júnior! - sorriu um pouco e olhou para a nossa filha. - Filha, esse aqui é o Júnior. Dá "Oi" pra ele...
Malu: Oi! Voxê é meu papai? - perguntou na lata, me fazendo ficar surpreso e sem palavras por alguns segundos. Olhei para a Júlia e a mesma também demonstrava um pouco de surpresa e parecia estar esperando a minha resposta assim como a Malu.
Júnior: S-sim, sou seu pai! - respirei fundo. - E eu estou muito feliz por isso.
Malu: Eu tabem! - sorriu e o meu sorriso depois disso foi automático. Acabei de descobrir uma das coisas que a Júlia disse que ela herdou de mim: O sorriso! - Voxê quer uva? - pegou uma na mãozinha e me mostrou. - A mamãe disse que se eu comer tudo, voxê ia fica tiste. - eu ri e olhei para a Júlia que estava sorrindo olhando pra gente.
Júnior: É claro que eu vou querer, eu amo uva e por causa disso iria ficar triste se você comesse tudo.
Malu: Masi eu não comi tudo. Eu deixei pra voxê, óh... - apontou para a bandeja que ainda estava cheia. - Senta aqui pra voxê come tabem. - bateu no espaço ao seu lado e eu sentei com um sorriso gigante na cara. A tensão e nervosismo foi para o espaço. A Júlia fez um ótimo trabalho e criou uma menina simpática e gentil. Apesar de sentir raiva por não ter participação nisso, não posso negar que ela mandou bem. - Toma! - me deu uma uva assim que eu sentei e pegou uma também. 
Júnior: Obrigado! - coloquei na boca. - Nossa, tá muito boa essa uva.
Malu: Cuidado! Não podi goli os caloços...
Júnior: Quem falou que não pode? - perguntei sorrindo.
Malu: A mamãe! Ela disse que podi machuca os dentinhos e fazer mal pra baiga.
Júnior: Ah! - olhei rindo para a Júlia. - Agora vou ter cuidado para não engolir mais, tá bom?
Malu: Tá bom! - respondeu comendo outra uva. - Eu te vi no outo dia, voxê me viu tabem?
Júnior: Eu vi sim! Você tava muito bonita, assim como hoje. - ela sorriu.
Malu: Voxê tabem é boito!
Júnior: Obrigado! - ri e a Júlia também. 
Malu: Voxê é papai meu e do Davi, né?
Júnior: Sou!
Malu: A mamãe disse que eu e o Davi somos imãozinho, como ela e a titia Salah.
Júnior: Sim, vocês são irmãos. Ele vai ficar muito feliz por isso! - sorri. Sou o cara mais feliz do mundo por ter esses dois como filhos.
Malu: Igual eu poque agola a xente vai se vê muto e bincar tabem. - disse sorrindo e eu ri.
Júnior: É muito legal né?! - ela assentiu. - Vou levar vocês em todos os parques que quiserem e vamos brincar muito,  você quer?
Malu: Quelo! - exclamou empolgada, do mesmo jeito que eu estava por dentro. - Eu vou ter que chama voxê de papai igual o Davi?
Júnior: Ahn... - olhei para a Júlia pensando o que vou responder. - V-você pode chamar, mas só se tiver vontade....
Júlia: Ninguém vai te obrigar, amor. Você pode chamar ele do que estiver a vontade. - disse me ajudando e entrando na conversa pela primeira vez. - Você pode chamar ele de Júnior...
Júnior: Ou Júninho! Todo mundo me chama de Júninho... - sorri. É lógico que eu ficaria super feliz se ela me chama-se de pai, mas crianças têm que fazer as coisas que tiver vontade. Pode ser que algum dia ela se acostuma e me chame de pai, pode ser que não. Só Deus sabe!
Malu: Xúninho! - sorriu. 
Júnior: Isso aí. - ri.
Júlia: Vocês tão afim de comer algo mais do que uvas? Porque eu tô morrendo de fome. - disse abrindo a cesta.
Malu: Eu quelo, mamãe! Voxê quer, Xúninho? - me olhou.
Júnior: Claro q sim. Também tô morrendo de fome. - sorri passando a mão na barriga.
Malu: O Xúninho tabem quer, mamãe.
Júlia: Vamos ver o que tem aqui... - falou olhando dentro da cesta. - Tem sanduíche, vão querer?
Júnior&Malu: SIM! - dissemos ao mesmo tempo e nós dois e a Júlia rimos. 
Júlia: Tudo bem! - tirou uma bandeja cheia de sanduíches da cesta, colocou no meio da gente e depois tirou duas garrafas pequenas e um copo rosa de criança com suco de laranja. Deu o copo para a Malu, uma garrafinha pra mim e ficou com o outro. 
Malu: Pode comer?
Júlia: Pode comilona. - respondeu rindo e depois disso atacamos os sanduíches. Essa pequena parece mais comigo do que eu imaginava. A felicidade não cabe no meu peito só por estar aqui, passando esse tempo com ela. Não vou parar de repetir o quanto é inacreditável que eu tenha uma filha tão bonita e abençoada como ela. 
Enquanto comíamos aproveitei para enche-la de perguntas sobre as coisas que ela gostava de fazer. Quis saber sobre tudo! Me disse sobre as coisas que gosta de brincar, sobre os desenhos favoritos, comida, doces e etc. Enquanto a gente conversava, a Júlia só observava e falava algumas coisas ou outra que a Malu pedia.


By Vic: 
Hey, povo! Feliz Natal atrasado e Feliz Ano Novo adiantado. ♡
Próximo capítulo já está pronto, porém postarei quando tiver uma boa quantidade de comentários nesse capítulo. Beijos!

Ps: Era pra ter postado esse capítulo dias atrás, porém os poucos comentários que teve no capítulo anterior me desanimou e só consegui terminar esse agora. A fic está tendo uma quantidade boa de visualizações, mas comentários muito pouco.













terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Capítulo 10 - " Agola eu tenho um imãozinho e um papai!"

Domingo, Novembro de 2014

 Depois de ter desligado a ligação com o Júnior, ou melhor de ele ter desligado na minha cara, ainda fiquei alguns minutos sentada na minha cama tentando assimilar as coisas que estão por vir e o que eu vou dizer para ele. Como? De que jeito? Oi, eu e você fizemos uma filha à anos atrás e eu resolvi esconder esse pequeno fato de você. Não! Eu realmente terei que descobrir uma maneira de contar tudo para ele sem estragar mais as coisas. Se é que ainda tem como estragar mais né... 
 Realizei meu ritual matinal de sempre, tomei banho e vesti a primeira roupa que achei pela frente sem pensar muito no que estava fazendo. Peguei meu celular e minha bolsa, saí do meu quarto, entrei no da Maria e a mesma ainda estava dormindo. 
Júlia: É, minha princesa... - falei sussurrando e me abaixando perto de sua cama. - Acho que à parti de agora nossas vidas irá mudar drasticamente. - fiz carinho em sua cabeça e um esforço para controlar minhas lágrimas. - Espero que essas mudanças não seja o meu pior pesadelo se realizando. - beijei sua testa e saí do seu quarto antes de acabar acordanda-lá. Desci as escadas chamando um táxi para me levar ao parque.
Marcela: Bom dia, meu amor! - disse quando meu viu entrando na sala. Meu pai e ela estavam sentados no sofá com uma xícara de café nas mãos. 
Júlia: Oi, acho que não vai ser tão bom dia assim. - suspirei e sentei entre eles quando abriram espaço no sofá. 
Dennis: Por que?
Júlia: O Júnior ligou! - respondi e agora foi a vez deles suspirarem. 
Marcela: Eai, o que ele disse?
Júlia: Ele descobriu, ou pelo menos desconfia e quer uma confirmação.
Marcela: Mas como ele descobriu? - perguntou um pouco surpresa.
Dennis: Isso não importa agora, conversamos ontem e sabíamos que iria acontecer mais cedo ou mais tarde.
Júlia: Ele quer que eu o respondo frente à frente, então marquei de nos encontrar... - olhei a hora no celular. - Daqui a meia hora no mesmo parque de ontem. Vou aproveitar pra pegar meu carro.
Marcela: Filha, você não precisa fazer isso agora.
Júlia: Preciso, mãe! O Júnior merece isso. - tentei sorri por cima da tensão. 
Dennis: Quer que eu vou com você? - me olhou.
Júlia: Precisa não, paizinho! Chamei um táxi para me levar até lá. Nesse primeiro momento quero explicar tudo a ele sozinha. - levantei do sofá. - Ou pelo menos tentar.
Marcela: Não vai comer nada antes? - levantou também. 
Júlia: Tô sem fome! Além disso, não acho que conseguiria colocar nada pra dentro agora. Tô indo, deixo vocês saber o quanto antes o resultado final dessa conversa. - beijei o rosto dos dois e eles fizeram o mesmo comigo. - Fica de olho na Malu por mim.
Marcela: Pode deixar, minha filha. Espero que corra tudo bem lá.
Júlia: Eu também! - suspirei.
Dennis: Vai contar a história toda pra ele? Acha que ele irá acreditar?
Júlia: Na verdade eu não sei pai, mas preciso pelo menos tentar para evitar o pior.
Dennis: Tudo bem, qualquer coisa liga pra gente e por precaução vou começar a agilizar as coisas por aqui. Não sabemos como será no final disso tudo. - assenti concordando. Eles me abraçaram ao mesmo tempo e logo depois saí de casa no mesmo momento que o táxi chegou. No caminho até lá fiquei pensando sobre a última coisa que o meu pai disse, imaginando que se aquele homem não tivesse feito o que fez nada disso estaria acontecendo. 

FlashBack On

 Faz duas semanas que descobri que estava grávida. Duas semanas que vivo uma mistura de medo e felicidade. Duas semanas que contei para a minha mãe, pai e irmã que estava chegando mais um integrante na família. Duas semanas que as coisas estavam tensa em casa por causa disso. Duas semanas que o meu pai estava enchendo minha cabeça para ligar logo para o pai do meu bebê e contar da gravidez. E eu estava evitando porque sábia que existia grandes chances dele não gostar e rejeitar nós dois, eu e esse bebê, que só iríamos dificultar sua carreira no meio do esporte. Eu sábia disso, ele me disse. "...Pensar em ter um filho agora já bate um desespero... Só iria atrapalhar minha carreira... Se Deus quiser não irá acontecer tão cedo." Por isso eu estava evitando ao máximo esse momento, por puro medo. Mas infelizmente não dá mais pra guardar isso só comigo, chegou a hora de contar e saber lidar com o que vier dele. Queria poder fazer isso sozinha, trancada em meu quarto, porém meu pai e a minha mãe queriam estar presente. Até a minha irmã queria, mas teve que ir para a faculdade. Graças a Deus! 
Dennis: Põem no viva-voz. - pediu sentando ao meu lado na cadeira do seu escritório. 
Júlia: Pai... 
Dennis: Coloca, Júlia! - disse sério e eu coloquei por que não queria arrumar mais problema para mim. 
Marcela: Ele não vai atender essa coisa?! - disse andando de um lado para o outro pela sala e ouvindo o celular chamar várias vezes sem resposta. Se ela está nervosa imagine eu. Minha perna não conseguia parar quieta e meu corpo suava frio. 
Xxx: Alô? - atenderam e não era a voz do Júnior. 
Júlia: A-alô? - gaguejei um pouco. - O Neymar Jr. está? 
Xxx: Ele acabou de sair e esqueceu o telefone em casa. Quer deixar algum recado? Posso passar pra ele quando chegar. - respondeu e eu olhei para o meu pai sem saber o que fazer.
Dennis: Desculpe perguntar, mas o senhor é o que dele? - pegou o celular da minha mão e eu até tentei pegar de volta, mas ele segurou meu braço. 
Xxx: Sou o pai dele. Neymar.
Dennis: Bom, senhor Neymar. Precisava conversar com o seu filho, mas vai ter que ser com o senhor mesmo. 
Júlia: Pai, por favor não... - ele me olhou sério e eu parei de falar. Droga!
Dennis: Então, Neymar. O senhor tem tempo para conversar?
Neymar pai: Claro, pode falar.
Dennis: Nesse final de ano passado seu filho passou o ano novo em Ibiza certo? - o pai do Júnior confirmou. Não era pra ser assim, era pra eu contar para o Júnior. Olhei para a minha mãe em busca de ajuda para empedir meu pai de contar, mas ela apenas me ignorou. - Então, ele e minha filha se conheceram durante esses dias e os dois se envolveram. 
Neymar pai: Entendo, mas ainda não sei onde o senhor quer chegar. - nesse momento eu só queria me enfiar em um buraco e nunca mais sair. 
Dennis: Calma, vou te dizer agora. Acontece que há duas semanas atrás minha filha descobriu que estava grávida e a criança é do seu filho. - ouve um silêncio mortal quando ele terminou de falar e segundos depois o Naymar riu. Sim, ele riu!
Neymar pai: Desculpa... - fez uma pausa para rir mais um pouco e eu olhei para os meus pais incrédula e percebi que os dois estavam da mesma forma que eu. - Mas como o senhor tem certeza que essa criança é do meu filho? Afinal, eles estavam em várias festas e em uma ilha que é bastante conhecido pelos jovens por causa da curtição. Sua filha pode ter muito bem se envolvido com outro e agora quer jogar esse fardo no meu filho. 
Júlia: O que... - ele chamou meu bebê de fardo. Fardo! Ainda acha que eu estou mentindo sobre uma coisa tão seria como essa. Como o Júnior, um ser tão lindo por dentro e por fora que eu conheci, tem um pai tão desprezível quanto esse?! 
Dennis: O senhor está dizendo que a minha filha está mentindo?! - o seu sembrante surpreso sumiu e deu lugar a um repleto de ódio e indignação. - Fique sabendo que eu confio na minha filha. E aliás, o que ela ganharia mentindo sobre isso?
Neymar pai: Colocar meu filho na Justiça em busca de uma pensão alimentícia não é um bom prêmio? - e as coisas só pioram. Eu realmente estou em choque! Tão perplexa que nem senti as lágrimas caindo pelo meu rosto e muito menos percebi a minha mãe chegando perto de mim e me abraçando
Dennis: Você só pode está de brincadeira comigo. - riu com um tom irônico. - Graças a Deus não precisamos de dinheiro de ninguém, meu senhor. Eu e a minha mulher batalhamos para não deixar faltar nada para nossas filhas. Esse seu pensamento só prova o carate do senhor e eu espero que seu filho não seja como você por que não quero acreditar que a minha filha se envolveu com um tipo desse. 
Neymar pai: Eu que não quero acreditar que meu filho se envolveu com sua filha, uma interesseira. O Júnior só tem 19 anos, está no começo de uma brilhante carreira e só o que faltava agora era aparecer uma qualquer pra tentar arruinar os sonhos dele. - não aguentei ficar sentada depois disso e levantei da cadeira ao lado do meu pai enquanto meu choro se intensificava depois de ter ouvido o que esse homem disse. "... só iria atrapalhar minha carreira." Eu temia isso!
Marcela: Esse homem só pode ser louco! Calma, minha filha. - veio pra perto de mim e eu a abracei forte chorando em seu ombro. 
Dennis: Você acha que eu queria que minha filha, que também só tem 19 anos, passa-se por isso agora? Infelizmente não temos como escolher isso, senhor. - continuou a falar com o pai do Júnior. - Os dois foram irresponsáveis por deixar isso acontecer. Seu filho tem tanta culpa quanto a minha filha e os dois precisam arca com as consequências juntos. 
Neymar pai: Sinto muito, mas isso não irá acontecer. Não tenho certeza que essa criança é mesmo do meu filho e pode muito bem não ser. Então não vou trazer uma dor de cabeça desnecessária para a minha família. 
Dennis: Felizmente isso não é você que decide, meu senhor.
Neymar pai: Ah, mas será! - riu irônico. - Vou fazer o possível e o impossível para que nada atrapalhe os sonhos do meu filho e isso incluí essa criança e a sua filha. Se vocês insistirem em incluir meu filho nessa história, vou fazer da vida de vocês um inferno. Se a paternidade for mesmo do meu filho, o que eu duvido muito, vou virar ele contra a sua filha e fazer com que busque na justiça a guarda definitiva dessa criança. Nem que eu forge provas para fazer isso acontecer, mas irei. Entenderam?
Marcela: Meu Deus, o que esse homem tem?! - sussurrou incrédula com os olhos marejados. 
Júlia: Pai... - chamei entre soluços do choro. - Eu não quero que o meu bebê passe por isso.
Dennis: Calma, querida! Não vou deixar isso acontecer.
Neymar pai: Pelo o que estou ouvindo, vocês não querem isso tanto quanto eu. Então para o bem de todos acho que é melhor vocês esquecerem que ligaram e eu irei fazer o mesmo.
Dennis: Só me responde como você pode ser tão podre, Neymar?
Neymar pai: Só estou fazendo o quê é melhor para o meu filho. Enfim, vocês decidem o que vão fazer e depois lidam com a consequência. Passar bem! - encerrou a ligação. Meu pai ficou por um tempo em silêncio e logo depois ouvi um barulho de algo quebrando na parede. Quando levantei o rosto do ombro da minha mãe, vi que era o abajur que ele tinha jogado. 
Júlia: E-ele fará o que disse pai, eu sei. - solucei. - C-como que o Júnior tem um pai desse?
Dennis: Me diz se você tem certeza que esse Júnior agiria diferente. Vamos tentar entrar em contato direto com ele. - chegou mais perto e abraçou minha mãe junto comigo. 
Júlia: E-eu não tenho certeza, mas eu acho que ele não agiria assim. - funguei. - M-mas eu não quero tentar. Não sei do que esse homem é capaz de fazer. Não quero que meu filho passe por nada do que ele falou.
Marcela: Tem certeza, Júlia? Não é uma decisão precipitada?
Júlia: Você ouviu ele, mãe! Me desculpa, mas eu não quero nem ter chance dele fazer isso comigo e meu bebê.
Dennis: Seja qual for sua decisão, vamos te apoiar. Se decidir não tentar, mesmo eu não tendo certeza de que essa é a melhor decisão, vamos te ajudar a criar essa criança e não deixar faltar nada assim como não faltou para você e sua irmã. - beijou minha testa.
Júlia: Obrigada! - sussurrei fechando os olhos. - essa é minha decisão final, mesmo que eu vá me arrepender algum dia.

FlashBack OFF

E essa decisão me levou até onde estou hoje. Se me arrependo? Ao longe desses anos todos ouve várias vezes que isso aconteceu, porém era só lembrar das coisas que esse homem proferiu que esse sentimento ia embora. Não queria e ainda não quero vivenciar aquelas coisas que ele prometeu fazer. Isso é exatamente o que aconteceu no meu caminho para o encontro do Júnior enquanto lembrava desse momento horrível do passado. Irei tentar contar isso para o Júnior. Chegou a hora dele saber o tipo de pessoa que ele possui como pai. Se ele irá acreditar?! Não sei! Mas espero, sinceramente, que sim ou a minha vida se tornará um inferno. Assim como seu pai jurou que faria ser. Deixei escapar um enorme suspiro quando o táxi finalmente chegou no destino. Paguei a corrida, saí do carro junto com a minha bolsa e caminhei diretamente para o estacionamento onde estava o meu carro. Não fiquei surpreendida quanto avistei o Júnior parado a alguns passos de lá. Tão lindo quanto a três anos atrás, com as mãos no bolso da calça e olhando ao redor do parque. Apesar de ainda não ter chegado perto, percebi que ele estava tão nervoso quanto eu. 
Júlia: Olá! - murmurei quando parei do seu lado e ele me olhou e não disse nada. Apenas ficou me observando fazendo minha tensão se intensificar sob o seu olhar, que não mudou nada nesse tempo todo que passou.
Júnior: Ela é minha filha? - perguntou sussurrando. Desviei meu olhar do seu me preparando para o que estava por vir. A hora finalmente chegou. Chega de mentiras e segredos. 
Júlia: É, você é o pai dela! - murmurei. O escutei soltar um longo suspiro.
Júnior: C-como... Por que v-você não me contou antes? - disse passando as mãos pela cabeça e começando a andar de um lado para o outro. 
Júlia: Sinto muito, Júnior. Eu tive motivos para fazer...
Júnior: Sente muito?! - me interrompeu perguntando em um tom duro e me olhando incrédula. - Que motivos são esses que te impediram de me contar uma coisa dessa? Que te impediram de me deixar fazer parte da vida da minha filha por todo esse tempo? Que me fizeram perder o nascimento dela, o primeiro passo, a primeira risada, a primeira palavra...
Júlia: E-eu... - fiz uma pausa para tentar conter minhas primeiras lágrimas que surgiram depois de ouvir suas palavras. - M-me deixa explicar por...
Júnior: Eu não vejo algo que tu possa me dizer que irá justificar isso tudo que você fez. Caralho, Júlia! - suspirou enquanto passava as mãos pelo rosto. - Foi por isso que você desapareceu né?! - me olhou. - Para esconder minha filha de mim.
Júlia: N-não foi só por isso! - afirmei desesperada para ele me deixar explicar. - S-seu pai..
Júnior: O que meu pai tem haver com isso? - me interrompeu, com uma mistura de confusão e incrédulidade no rosto, mais uma vez.
Júlia: Me deixa explicar! - pedi me exaltando um pouco e ele ficou em silêncio me olhando. Suspirei! - E-eu te liguei quando soube da gravidez, quer dizer, duas semanas depois que descobrir... M-mas não foi você que atendeu e sim seu pai que disse que tu tinha saído e deixado seu celular em casa. - fiz uma pausa pra respirar. - Meu pai resolver contar a ele sobre a gravidez...
Júnior: O-oque? Meu pai não sabe nada disso, ele não me contou nada. 
Júlia: Ele sábia e sabe, Júnior. Além disso, foi ele que me impediu de te contar. Disse que não acreditava que esse filho era seu e que não iria deixar eu e a minha filha atrapalhar sua carreira. Falou para eu não te contar, por que se eu fizesse ele iria tirar meu bebê de mim. - parei de tentar conter minhas lágrimas e comecei a chorar. - Depois que ele jurou fazer isso, eu fiquei com medo de te contar.
Júnior: Você só pode está brincando comigo. - riu irônico. Meu coração apertou adivinhando o que estava por vir. - Tantas mentiras para tu jogar em cima de mim e você me dá logo essa? Usando o meu pai, um cara que tu nem conhece. - fechei os olhos depois de ouvi-lo. Ele não acreditou! 
Júlia: J-Júnior, eu juro que é verdade! E-ele...
Júnior: Para, Júlia! Apenas, para! - se exaltou. - Não ficarei aqui ouvindo você usar meu pai para justificar suas ações. - foi justamente nessa hora que eu soube que nada que eu dissesse mudaria sua cabeça. Seja qual for a relação entre ele e aquele homem, com certeza são muito próximos um do outro. Tão próximo que nem passa pela sua cabeça a mínima chance de seu pai ser um monstro sem coração e não esse cara bom que ele pensa. - Sabe o que é engraçado? - continuou. - Eu nunca imaginaria que foi esse o motivo de tu ter sumido. Muito menos que você seria capaz de fazer essa coisa tão errada e monstruosa. Esse tempo todo eu pensava que nosso tempo juntos significou algo para nós, mesmo depois de você ter sumido sem explicação, mas tô vendo agora que pra você não valeu nada. Você não pensou naquela criança? O que isso faria para ela? Negando a existência de uma relação comigo. Ela tem um irmão, cara. E nem imagina isso. Como você pode conviver com isso?! - o senti me olhando, porém não tive forças para levantar a cabeça e olha-lo também. É incalculável a dor que suas palavras causaram em mim. Já não me preocupava com o meu choro desesperado. 
Júlia: E-eu sinto muito, Júnior! Sinto por todos vocês... - funguei. 
Júnior: Q-qual é o nome dela? 
Júlia: Maria Luísa! 
Júnior: Maria Luísa... - repetiu sussurrando e quando o olhei seus olhos marejados me chamou a atenção. - Me conta um pouco sobre ela.
Júlia: E-ela nasceu dia 23 de Fevereiro de 2012...  - respirei fundo para me acalmar. - Ama assistir desenhos, principalmente se for a galinha pintadinha e Marcha e o Urso. - sorri um pouco e ele fez o mesmo. - Apesar da pouco idade, fala pelos cotovelos e é bastante curiosa. Quer saber de tudo! - ele riu. - Ama comer muitos doces e sua posição favorita para dormir é de bruços. 
Júnior: Igual a mim! - murmurou sorrindo e com os olhos brilhando. 
Júlia: Não é a única característica que ela puxou de você... - sussurrei pensativa. - Vocês se parecem muito um com o outro. - falei com o olhar fixo no seu.
Júnior: Q-quero ve-lá! - disse depois que passamos um tempo em silêncio nos encarando. 
Júlia: Agora? - perguntei começando a ficar em pânico. - P-por favor, me dê um tempo para conversar com ela. - pedi meio suplicando.
Júnior: Por mais que eu queira fazer você me levar pra onde ela está agora, sei que é melhor esperar um pouco. - suspirou. - Você precisa prepara-la e eu também preciso. Além disso, preciso voltar para Barcelona, tenho um jogo amanhã. 
Júlia: Tudo bem! - respondi aliviada. Não é só os dois que necessita de preparo. 
Júnior: Mas depois do jogo volto para cá bem rápido e nesse tempo tu conversa com ela. - assenti sem ter muito o que fazer. Esse tempo terá que servir. - Provavelmente irei chegar à noite aqui, então acho que fica melhor esperar até a terça de manhã. 
Júlia: Sim! Poderíamos nos encontrar para tomar café, porque assim fica mais fácil de eu explicar onde vamos para ela. 
Júnior: Tudo bem! Desde que você não me impeça de conhece-la ou não apareça, está bem para mim. 
Júlia: Não irei fazer isso! 
Júnior: Quando souber em qual restaurante fica melhor me avisa, agora você tem meu número. - eu assenti. - Nos vemos na terça então! - disse e começou a se afastar logo depois.
Júlia: Tchau! - murmurei baixinho observando ele se afastando. 
         
                                       (...)

Sarah: Até que a reação dele não foi tão ruim quanto poderia ser. - disse logo depois de terminar de beber o último gole do suco. Eu, ela, minha mãe e meu pai estávamos terminando de almoçar. Descobri quando cheguei em casa do encontro com o Júnior, que já faz mais de uma hora, que a Sarah estava aqui. Ela resolveu vir depois que minha mãe ligou para ela hoje de manhã contando tudo que aconteceu. A primeira coisa que fiz quando cheguei foi me agarrar bem apertado a Malu. Um bom tempo depois lhe dei o seu almoço e, por incrível que pareça, ela tirou um cochilo logo depois que terminou de comer. Então, aproveitei para contar com calma todos os detalhes da conversa que eu e o Júnior tivemos para meus pais e a Sarah enquanto comíamos. 
Dennis: Ainda está cedo! Vamos ver realmente quando ele digerir tudo. Só o fato de ele não ter acreditado na Júlia sobre o pai dele já nos deixa em alerta. - levantou da mesa para colocar o prato sujo na pia.
Júlia: É isso o que mais me preocupa! - afirmei cutucando a comida que ainda estava quase toda no prato. Não consigo fazer nada, sabendo que minha relação com a Maria pode ser prejudicada. 
Marcela: Nesse momento só nos resta pensar positivo. Não vamos sofrer por antecipação. - passou a mão no meu braço. - Come um pouco, minha filha. Você não comeu nada desde quanto isso tudo começou a acontecer...
Júlia: Não desce nada, mãe! A preocupação está me consumindo. - respondi levantando da mesa levando minhas coisas para a pia. - Tenho que pensar como vou explicar para a Maria que agora ela tem um pai, um irmão e uma nova família. - encostei no balcão passando as mãos pela cabeça que já começava a doer pensando nisso tudo.
Sarah: Vai dar tudo certo, maninha! - veio para perto de mim e me abraçou de lado. - Tô aqui para o que precisar. 
Júlia: Obrigada! - beijei sua bochecha. 
Dennis: Se quiser ajuda na hora de explicar para a Maluzinha... 
Júlia: Acho que preciso fazer isso sozinha, pai. Será mais fácil, se é que tem como isso ser fácil. 
Dennis: Você que decide, mas lembra que estamos aqui como sempre estivemos. - assenti e ele beijou minha testa.
Júlia: Vou subir e tentar dormir um pouco para descansar a mente. Assim vou ficar mais preparada e converso com a Malu quando nós duas acordar.
Marcela: Ótima idéia, querida. Precisa de alguma coisa?
Júlia: Sim, um remédio para dor de cabeça. - ela levantou para pegar e enquanto isso enchi um copo de água. Subi logo depois de tomar o remédio, deixando os três na cozinha, e entrei no meu quarto. A Malu estava do mesmo jeito que a coloquei na minha cama depois que ela dormiu. Fechei as janelas e cortina, aumentei um pouco mais o ar condicionado e entrei em baixo das cobertas junto com ela. Antes de finalmente conseguir pegar no sono fiquei imaginando as coisas que podem acontecer daqui pra frente. 

Neymar Jr. On

O caminho de volta para o hotel, depois do encontro com a Júlia, passou totalmente despercebido por mim. Ainda bem que o Big estava comigo, por que minha cabeça só conseguia pensar nas novas informações. Eu, Neymar Jr., sou pai de uma menina de quase três anos que nem sabe da minha existência. Tenho dois filhos nesse tempo todo e não fazia idéia. Davi Lucca e Maria Luísa... Isso é inacreditável! A primeira coisa que eu queria fazer depois de saber disso tudo era conversar com a minha mãe e ouvir seus conselhos maravilhosos, mas não queria fazer isso pelo celular. Então vou ter que esperar chegar em casa para contar para ela e meu pai que eles têm uma netinha nesse tempo todo. O Cabeça! Ele não vai acreditar que a Júlia teve a cara de pau de inventar uma desculpa para o que foi capaz de fazer usando o nome dele. Da onde que meu pai iria fazer essas coisas que ela disse?! Eu o conheço, sei que ele não faria isso.
 Quando cheguei no hotel, encontrei os moleques me esperando no corredor perto da porta do meu quarto. 
Junior: Já estão prontos para ir pra casa? - perguntei assim que os vi e eles pararam de conversar e me olharam.
Gil: Todo mundo já arrumou as tralhas, só falta você.
Júnior: Vou fazer isso agora. - abri a porta do meu quarto e entrei com eles no meu rastro. - E a Cah e o Davi?
Jota: A Carol tá terminando de arrumar as deles. - assenti. - Diz aí logo, Júninho. O que deu lá com a Júlia?
João: Ficamos morrendo de curiosidade aqui.
Júnior: Bando de fifis! - ri um pouco enquanto colocava algumas roupas que estavam em cima da cama na bolsa. - Ela confirmou!
Gil: O que? A menina é sua mesmo? - ficaram me olhando esperando a resposta.
Júnior: É, é minha filha!
João: Caralho! - exclamou surpreso. 
Jota: E você diz isso tão calmo assim?! - disse enquanto me observava a terminar de fechar a bolsa.
Júnior: Você quer que eu faço o que?
Jota: Não sei! Ficar com raiva, sair gritando ou até mesmo matar a Júlia que escondeu isso de você.
Júnior: Me controlei muito para não fazer essa última coisa. - suspirei sentando na cama e apoiando os cotovelo no joelho. - Na real, eu ainda não estou conseguindo enfiar tudo isso na minha cabeça.
Gil: Eu imagino! Que loucura é essa história. Ela não disse o por que de ter te escondido isso?
Júnior: Disse, mas eu não acreditei. Foi uma desculpa absurda o que ela inventou. - balancei a cabeça lembrando da história dela.
João: O que foi?
Júnior: Ela disse que não me contou por causa do cabeça. - eles ficaram com uma cara confusa. - Disse que me ligou quando descobriu a gravidez, mas foi o meu pai que atendeu. E quando o pai dela contou para o Cabeça, ele não acreditou que o filho era meu e falou que se ela insistisse nessa história iria fazer um inferno na vida dela. - resumi para eles.
Jota: Tá de brincadeira?! Coitado do Neymarzão, sendo acusado de fazer algo que nem imagina.
Gil: Não imaginava que a Júlia fosse assim, capaz de fazer tudo isso.
Júnior: Nem eu! - suspirei.
João: O que você vai fazer?
Júnior: Essa é uma pergunta que eu ainda não sei responder. - levantei da cama e coloquei a mochila nas costas. - Tenho que pensar sobre e conversar com o cabeça e a dona Nadine.
Jota: Eles vão pirar quando ouvir essa história toda.
Gil: Agora você tem dois filhos, moleque. Inacreditável! - sorriu.
Júnior: Pois é! - sorri um pouco também. - A Júlia disse que a menina puxou várias coisas de mim.
Jota: Espero que não seja a aparência, por que se for... - riu e os outros acompanharam.
Júnior: Vai se fuder! - mostrei o dedo do meio e ri também. - Isso eu já sei que ela puxou mais da mãe do que de mim. - respondi lembrando de quando eu a vi ontem.
Jota: Graças a Deus! - riu.
João: A Carol mandou mensagem avisando que já está lá em baixo com o Big e o Davi. - disse olhando no celular. 
Júnior: Vamos!
João: Já sabe quando vai conhecer a menina? - perguntou enquanto saíamos do quarto.
Júnior: Queria que fosse hoje, mas aí lembrei que tinha que voltar logo pra casa para o jogo de amanhã. - tranquei a porta. - Vou voltar pra cá depois do jogo e na terça de manhã a Júlia vai levar ela pra me encontrar em algum restaurante. - eles assentiram e pegamos o elevador. 
Gil: Caralho, tu chega em Madrid com um filho e está saindo com dois. - rimos. Um fato que apesar das circunstâncias me deixou mais feliz. Me sinto até mais completo! ♡ 
Davi: Pai! - correu até mim quando chegamos na garagem. 
Júnior: E aí, carinha! - o peguei no colo e beijei sua testa. - Vamos voltar pra casa?!
Davi: Vamo! - respondeu sorrindo.
Júnior: Entra no carro então, vou falar com a sua mãe rapidinho e depois a gente vai.
Jota: Vem, Davi! Vamos escolher um funk pesadão pra gente ouvir. - pegou ele de mim e foi em direção ao carro.
Davi: Eu quelo pagode, tio, fuk não quelo não.
Jota: Pô, parcerinho! Funk é bem mais legal. - todos nós gargalhamos e os dois entraram no carro junto com o Gil, João e Big.
Carol: E aí, Júninho? Como foi com a Júlia? - perguntou quando ficamos sozinhos e eu a olhei.
Júnior: A menina é mesmo minha filha. - sorri.
Carol: Uau! - disse que uma expressão incrédula. - Então a Maluzinha é irmã do Davi?
Júnior: Sim! Um pouco louco né?
Carol: Um pouco?! Muito você quer dizer né? - riu e eu acompanhei.
Júnior: Também acho! - suspirei. - Não dá para eu explicar tudo agora, até porque eu mesmo ainda estou tentando digerir tudo isso. Mas quero te pedir para não dizer nada para o Davi por enquanto. Não sei o que vai acontecer daqui pra frente, mas quando eu descobrir e as coisas estiverem mais calmas eu mesmo quero sentar com ele e explicar tudo.
Carol: Claro, Júninho! Isso é algo que você deve fazer, mas se precisar de ajuda estou aqui. - sorriu.
Júnior: Obrigado, Cah! - nos abraçamos. 
Carol: O Júnior, um cara que parece que eu conheci ontem, é pai de dois. Esse mundo tá uma loucura. - rimos.
Júnior: Se tá difícil para vocês acreditarem, imagina para mim?!
Davi: Mamãe e papai, vamo! - nos chamou com o rosto pressionado no vidro da janela.
Carol: Acho melhor a gente entrar logo. - disse rindo. Concordei, ela entrou na parte de trás do carro e eu no passageiro. 
Júnior: Você tem o insta da Júlia, Cah? - perguntei colocando o cinto e logo depois o Big deu partida. 
Carol: Tenho! O nome está SanchezJú. Ela acabou de postar uma foto com a Maluzinha. - entrei no insta, procurei o nome que ela disse e o insta da Júlia foi o primeiro que apareceu. Entrei nele e vi a foto que a Carol se referiu.




SanchezJú: Eu e você juntas até o fim. Te amo, meu mundo! ♡


Fiquei algum tempo observando essa foto e a legenda e percebi que é nítido a grande relação que há entre as duas. A Júlia pode ter errado nas atitudes que tomou, e muito, mas ninguém pode dizer que ela não tenha um sentimento grande pela sua filha. Nossa filha! Nossa! É difícil acreditar que essa princesa é fruto do nosso momento junto. 
Gil: Deixa a gente olhar pela primeira vez pra essa princesa, Júninho. - disse chamando minha atenção e eu passei meu celular para ele que deu para os outros também. 
Carol: Ela é linda! - sorriu.
Davi: Dexa eu vê tabem! - pediu puxando a mão do Jota que estava com o celular. - Essa é a Malu, eu vi ela ontem e a gente bincou né mãe? - olhou para a Carol que concordou. - Foi muto legal e a tia Xúlia e a mamãe falou que depois a gente vai bincar outra vezi. - eu e a Carol sorrimos. Ouvi- lo dizer que gostou da irmã, mesmo não tendo idéia disso, me enche de felicidade. 
Júnior: Que bom, filho!
Jota: Vendo essa foto só me confirma o que te disse lá no quarto. - riu me entregando o celular. 
João: Aí, Major! Tirando onda com a sua cara. - riu também. 
Júnior: Deixa ele comigo! - me ajeitei pra ficar mais confortável no banco do carro e comecei a stalkear a Júlia em busca de fotos da Malu, que vi que também tinha um insta, porém privado. Não, não fiquei só vendo fotos da minha filha. Apesar de tudo, a mãe dela ainda mexia comigo. Tomei cuidado para não seguir a Júlia e curtir algo porque o que eu menos precisava nesse momento era fãs malucas criando história. 

Neymar Jr. OFF

Já passava das 18:00 horas quando acordei do meu sono. Eu realmente estava precisando disso. A Malu ainda dormia ao meu lado. Levantei da cama, fui para o banheiro, fiz xixi, lavei as mãos e voltei para o quarto. Sentei na cama, liguei a TV do quarto e mexi no cabelo da dorminhoca.
Júlia: Vamos acordar, amor?! - ela resmungou, virou para o outro lado e continuou a dormi me ignorando totalmente. - Ei, bela adormecida! Já passou da hora de acordar. - ri batendo de leve no seu bumbum. 
Malu: Dexa só maisi um poquinho, mamãe. - pediu murmurando.
Júlia: Infelizmente não dá mais, princesa. Vamos tomar banho e depois a mamãe tem algo pra falar com você.
Malu: O que? Que vai leva eu no paquinho?! - me olhou e eu ri.
Júlia: Tu não cansa não? Já fomos ontem no parquinho.
Malu: Maisi eu quelia de novo.
Júlia: Outro dia a mamãe leva você, tudo bem? - ela assentiu. - Mas não é isso o que eu quero falar contigo. Vamos tomar banho primeiro.
Malu: Voxê vai toma junto comigo, pô favo?!
Júlia: Tomo, meu amor! - ri levantando da cama. - Fica aqui que eu vou no seu quarto pegar suas coisas e já estou voltando, tá?
Malu: Tá bom! - fui para o quarto dela e para o closet, escolhi um look quentinho porque o tempo não estava bom, peguei as outras coisas que iria usar e voltei para o meu quarto. Aproveitei logo que a atenção dela estava na televisão para pegar minhas coisas no meu closet também e levei tudo para o banheiro. 
Júlia: Vamos! - falei entrando no quarto, pegando ela no colo e voltando para o banheiro.
 Depois que terminamos o banho e eu ajeitei tudo, voltamos para a cama e ficamos quentinhas e confortável. - Vem aqui, filha! - pedi sentando ela no meu colo enquanto eu estava encostada na cabeceira da cama. Preciso ter essa conversa com ela logo para tirar esse peso da minha cabeça. Se eu falar que não estou tensa e com um pouco de medo, estaria mentindo miseravelmente. 
Malu: O que foi, mamãe? - perguntou mexendo no meu cabelo e derretendo meu coração.
Júlia: Então... - fiz uma pausa pra respirar. - Você lembra que perguntou ao seu avô porque não tinha um papai ontem? - perguntei sentindo uma dor no coração só por lembrar do momento. 
Malu: Xim! Eu peguntei poque meus amiguinho sempe tem um papai e eu não. - respondeu murmurando. - Aí o vovô disse que eu era expecial, mas eu num entendi dileito poque sou isso. Quem é expecial não tem um papai, só mamãe?! - me olhou esperando a resposta e eu sorri um pouco.
Júlia: Você é especial, princesa, mas você tem um papai. - afirmei analisando sua expressão. 
Malu: Tenho? - confirmei. - Poque eu nunca vi ele então? Meus amiguinhos vê o papai deles.
Júlia: É- é por que seu papai não sábia que você era filha dele. - tentei formular uma boa resposta. - E também porque ele morava muito, muito longe da gente.
Malu: Aaan... - exclamou um pouco pensativa. - A xente nunca vai se vê então?!
Júlia: Vão sim. - sorri um pouco. - Agora ele sabe que tem uma princesinha como filha... - ela sorriu. - E ele também veio morar pertinho da gente, lá onde a tia Sarah mora.
Malu: A xenti pode se vê agola então? - perguntou com um sorrisão no rosto.
Júlia: Agora não, meu amor, mas depois de amanhã vou levar você para encontrar com ele. Você quer?
Malu: Quelo! - exclamou empolgada e eu ri. - Dexa eu conta pro vovô, vovó e pa titia Salah?
Júlia: Espera um pouco, ainda não terminei. - respondi me preparando para dizer a parte em que eu tenho a impressão de que mais iria deixar ela confusa. 
Malu: Espelo. - disse continuando sentada no meu colo. 
Júlia: Sabe o papai do Davi que você também viu ontem? - ela assentiu. Que Deus me ajude nesse momento. - Então... É ele que é seu papai. - soltei de vez e ela soltou um som de surpresa colocando as mãozinhas na boca. Tem como não achar fofo?! 
Malu: Ele não é maisi papai do Davi?
Júlia: É, amor! É papai dele e também o seu. Isso quer dizer que vocês dois são irmãos, igual a titia Sarah e eu. - expliquei e ela ficou um tempo em silêncio com uma expressão pensativa.
Malu: Eu sou imãzinha do Davi e ele é meu imãozinho?! - eu concordei. - OBA! - exclamou entusiasmada sorrindo de orelha e orelha. Ufa! Sorri de alívio e também por ver sua felicidade. - Pode conta pala o vovô, a vovó e a titia agola?!
Júlia: Pode! - respondi sorrindo e ela não deixou passar um segundo para descer da cama e sair correndo do quarto. - Ei! Não corre na escada! - gritei e ela respondeu um "Ta bom" no mesmo tom. 
 Desliguei a tv, peguei meu celular e saí atrás dela sorrindo.
Sarah: Não é muito legal, princesa?!
Malu: Xim! Muto, muto. Agola eu tenho um imãozinho e um papai. - escutei elas conversando enquanto entrava na sala. Meu pai e minha mãe também estavam presentes com um sorriso no rosto olhando para a Malu saltitante contando a novidade. 
Marcela: Que alegria, meu Deus! - riu.
Sarah: Ter irmãos nem é tão bom assim... - disse rindo e eu coloquei dedo pra ela sem a Malu ver.
Malu: É xim, titia. Muto legal! A xenti vai bincar muto, vai ir no paque toda hola... - respondeu sorrindo e a gente riu.
Dennis: Com certeza essa é a coisa mais importante, né minha princesa?! - a Malu concordou e ele deitou ela no sofá fazendo cócegas em sua barriga. 
Marcela: Parece que correu tudo bem nessa conversa... - disse quando sentei entre ela e a Sarah no sofá e olhamos para o vovô babão brincando com a Malu. 
Júlia: Foi mais fácil do que eu pensei que seria. - suspirei. 
Marcela: Ela ainda é pequena, não se apega em detalhes e só reage ao que entende. Felizmente ela ainda não chegou na fase do questionamento.
Sarah: Verdade! Seria muito mais difícil se ela estivesse nessa fase. Mas e aí, tá mais aliviada?
Júlia: Demais! - sorri. - Pelo menos até chegar a terça.
Marcela: Uma luta de cada vez, minha filha.
Sarah: O futuro a Deus pertence!
Marcela: É isso aí! - sorrimos.
Sarah: Vou dormir com você hoje e deixa a princesinha junto também.
Júlia: Iiih, o que deu em você?
Sarah: Tô carente, saudades do Fe! - rimos.
Júlia: E por que ele não veio mesmo?
Sarah: Disse que tinha algo para resolver, mas eu sei que foi porque não queria atrapalhar, segundo ele, o momento da família. - revirou os olhos.
Marcela: Não sei quando esse menino vai entender que já faz parte dessa família também. - suspirou. 
Júlia: Verdade! Já tá quase casando com a Sarah e ainda não entendeu.
Sarah: Que casando menina, tá louca?! - exclamou e eu e a mãe rimos. - Vira essa boca pra lá, ainda tô muito nova pra isso.
Marcela: Nova, Sarah?! Quer casar com quantos anos, quase 40? - a Sarah riu. - Vocês praticamente já estão casados, moram juntos e tudo. Só falta passar pro papel.
Dennis: Na minha época não tinha isso! - disse tirando a atenção da Malu que agora veio para o meu colo. - Pra morar junto, antes tinha que casar.
Sarah: Não comecem de novo vocês dois. Além do mais, o Felipe ainda tem seu próprio apartamento.
Júlia: Não sei pra que se praticamente não usa. - falei abraçando a Malu apertado, o que fazia ela rir e pedir pra fazer de novo. 
Sarah: Quietinha você! - riu. - O que vai ter para o jantar?
Marcela: Nada! A Rosa tá de folga e eu estou com preguiça de fazer algo. - disse rindo.
Dennis: Assim não dá, a fome já tá batendo aqui. - alisou a barriga.
Marcela: Vai fazer então ué. - respondeu e nós rimos da cara que ele fez.
Júlia: Vamos pedi pizza?
Malu: Vamo! - exclamou batendo palma e sorrindo. 
Sarah: Depois dessa festa teremos que pedir mesmo. - rimos.
Dennis: Vou lá pedir. - foi para a cozinha pegar o cartão com o telefone da pizzaria. 
Marcela: E eu vou arrumar as coisas e trazer pra cá. - levantou do sofá. - Vai fazer o que pra dá a Malu depois, Júlia?
Júlia: Nada, só peito se ela ainda estiver com fome.
Marcela: Tá bom! Vem me ajudar pegar as coisas, Sarah. - disse indo para a cozinha. 
Sarah: Por que eu e não a Júlia? - perguntou e a mãe gritou um "Porque sim." Ri quando a Sarah colocou língua para mim enquanto seguia a Dona Marcela. Eu e a Malu ficamos brincando no sofá e aproveitei também para postar uma foto que tinha tirado de nós duas na cama mais cedo. Me senti mais leve! Eu realmente precisava desse momento de descontração depois dos últimos acontecimentos. 



  
By Vic: 

Voltei! Parece que o Neymar pai, nessa história, é um vilão não é mesmo?! 
Tô postando os capítulos um pouco menor do que eu costumava postar porque são muitos acontecimentos. Fica até difícil de até eu mesma digerir. Boa leitura e comentem o que estão achando dessa loucura! ♡

Ps: Ainda não sei quando irei postar o próximo, pois ainda não está pronto. Porém, tentarei postar antes do Natal ou um pouco depois.






terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Capítulo 9 - "A menina, eu acho que sou o pai da menina!"

Sábado, Novembro de 2014

Júnior: Você tem uma filha? - perguntou parecendo estar tão surpreso quanto eu. 
 Acho que eu fiz alguma coisa muito ruim contra Deus, porque a coisa que eu realmente pedi para não acontecer está acontecendo nesse momento. O que eu mais temia era encontrar com o Júnior junto com a Malu. Eu me preparei para agir calmamente para um encontro sozinha com ele, não com a Malu perto. Não dá para ficar calma vendo os dois se conhecendo pela primeira vez, sem saber da grande relação que existe entre eles. Com o peso da culpa nas costas por ser a pessoa que está privando os dois de saber a verdade e de ter uma relação tão bonita.
Júlia:
Vem aqui, amor. - falei ignorando sua pergunta, engolindo mais uma vez em seco e relutantemente tirando os olhos dele e olhando para a Malu. Fique calma Júlia, não conte sobre a Malu.
Malu:
O papai do Davi vai leva ele pra passea, dexa eu ir tabém? - perguntou ainda perto do Júnior.
Júlia:
N-não, nós vamos pra casa agora. Vem! - o nervosismo já estava me consumindo. A Malu percebeu o quanto eu estava falando sério e veio pra perto de mim com um semblante triste.
Júnior:
Vai fugir como fez da última vez? - perguntou depois de ter ficado observando a conversa entre eu e a Maria.
Júlia:
Não s-sei do que você está falando. - respondi gaguejando.
Júnior:
Sabe sim. Eu sei que tu me viu no restaurante em Barcelona semanas atrás.
Júlia: J-junior eu realmente não sei do que você esta falando. - continuei tentando mentir e querendo desesperadamente desaparecer junto com a Malu. Por favor Deus, me ajude! - Acho que você me confundiu com outra pessoa.
Júnior: Apesar de não te ver a muito tempo, tenho bastante certeza que era você lá. Mas isso não importa agora, você não respondeu a minha pergunta: Essa menininha é sua filha? - perguntou com o sembrante um pouco surpreso e apontou pra Malu que estava falando sobre algo com o Davi.
Júlia: É- é sim! Minha filha! - queria tanto poder dizer "Nossa" no lugar de "Minha". Mas eu não posso!! - Não sabia que você também tinha um filho. - esse era um fato que eu não estava conseguindo digerir. O Davi, filho da Carol, também era filho dele. E o pior de tudo isso era que a Malu e ele praticamente tinham a mesma idade. 
Júnior: Como tu iria saber né, sumiu do mapa junto com a sua irmã logo depois daquelas férias. - respondeu dando uma risadinha irônica no final. Aí! Eu com certeza merecia essa. - Finalmente vai me deixar saber qual foi o motivo de isso tudo que aconteceu? Eu realmente estou curioso e confuso pra saber o que levou você a desaparecer depois de tudo que a gente viveu junto naquelas férias. - se você soubesse não iria me perdoar. Tudo que eu mais queria era poder dizer, mas eu não posso.
Júlia: Eu não...
Carol: Graças a Deus que você achou eles. - disse chegando e me interrompendo me fazendo suspirar de alívio. Eu que agradeço por você ter chegado. - Ué, já chegou Juninho?! Pensei que iria vir mais tarde. - sorriu e os se cumprimentaram. Os dois tiveram um filho juntos. Será que eles são casados ou existe algo entre eles? 
 Minha cabeça estava rodando com tantos pensamentos.
Júnior:
Resolvi pegar ele agora já que estava sem nada pra fazer. - falou ainda olhando para mim e eu desviei o olhar e apertei um pouco a mão da Malu que estava segurando.
Carol:
Ah sim. Deixa eu te apresentar a Júlia, minha amiga. - sorriu.
Júnior:
Já nos conhecemos!
Carol: Já? - olhou pra mim com um olhar de confusão e eu assenti.
Júlia:
Sim, mas já faz bastante tempo que não temos mais contato um com o outro. - respondi evitando olhar para ele. Preciso sair daqui e levar a Malu comigo. 
Carol: Ah, não imaginava! - sorriu.
Júlia: Cah, eu vou ter que ir embora agora. Esqueci que marquei de sair com a minha mãe daqui a pouco. - menti.
Carol: Sério?! Então tá, vou aproveitar pra pegar uma carona com o Juninho de volta para o hotel. Se importa Júnior? - olhou pra ele perguntando e o mesmo concordou. Ele ainda estava com os olhos fixos em mim e na Malu. - Adorei nosso dia, Julinha! Próxima vez que eu vim pra cá ou você ir pra Barcelona de novo vamos repetir. - sorriu e veio dar um abraço em mim e na Malu. O Júnior, que ouviu a parte que ela falou de Barcelona, levantou a sobrancelha e fez uma cara de "Eu sábia", já que isso só confirmou o que ele disse anteriormente. 
Júlia: Vamos sim, Cah! Me avisa quando chegar em Barça. - ela assentiu. - Tchau, loirinho. Amei conhecer você! - fui obrigada a chegar um pouco mais perto do Júnior para poder abraçar o Davi.
Davi: Tchau tia, eu também gostei de brincar com você e com a Malu. - me deu um beijo no rosto. - Tchau, Malu!
Malu: Xau, Davi! Outo dia voxê leva seu dinossaulo pra bincar com a minha banca de neve tá bom?! - o Davi concordou e eu, junto com a Carol, e até o Júnior demos risada da combinação estranha dos brinquedos. Preciso sair logo daqui ou o peso da culpa me fará fazer algo que eu não posso fazer.
Júlia: Tchau Júnior! Foi bom te rever depois de tanto tempo. - eu realmente não sei se isso foi totalmente mentira. De qualquer forma eu disse já arrastando a Malu pra passar por ele em direção ao estacionamento,mas o mesmo me segurou de leve pelo braço me fazendo parar e em seguida engolir em seco de tensão. 
Júnior: Também gostei de finalmente te rever de novo e dessa vez você não vai fugir tão fácil sem me dar uma explicação. - disse sussurrando. - Vou pegar seu número com a Carol pra gente se falar, tudo bem? - disse um pouco mais alto pra Carol ouvir e os dois olharam pra mim esperando minha respostas. Fui obrigada a aceitar, mesmo querendo desesperadamente desaparecer como antes. 
Júlia: Tudo bem! Boa viagem de volta amanhã pra vocês. - sorri amarelo.
Júnior: Obrigado! Tchau princesa, Malu. - abaixou e deu um beijo no rosto dela. Aí, Jesus! Meus olhos encheram de lágrimas e fui obrigada a olhar pra longe dessa cena.
Malu: Tchau, papai do Davi! - sorriu. Eu realmente me odeio nesse momento. Peguei ela no colo e saí rápido de lá murmurando um tchau mais uma vez, enquanto uma lágrima relutante caía em meu rosto. Limpei o rosto, procurei a chave do carro na bolsa e o destravei quando cheguei nele. Prendi a Malu na cadeirinha fechei a porta e entrei na frente. Coloquei um DVD de desenho qualquer sem mesmo a Malu pedi e aproveitei a distração dela para encostar minha cabeça no volante e tentar me acalmar. Por que disso tudo, meu Deus?! Parece até que estou sendo castigada pelo destino. Qual era a chance de eu fazer uma amiga que acabaria sendo mãe do filho do meu Júnior de anos atrás, mesmo pai da minha filha. Isso só pode ser castigo! Ouvi a voz do Davi do lado de fora do carro, levantei a cabeça, e o vi no ombro do Júnior passando um pouco distante do meu carro junto com a Carol. Os três pararam perto de um carro preto e o Júnior e o Davi gargalharam de algo antes de entrar atrás da Carol e o carro deu partida. Acho que eu não me enganei na minha intuição de que ele seria um bom pai, vendo ele com o Davi dá pra perceber de cara esse fato. Aquele momento  com a Malu também demonstrou isso, os dois ficaram tão lindos juntos. Perdida em pensamentos nem percebi que lágrimas rolaram pelo meu rosto e eu não conseguia controla-las. Busquei meu celular na minha bolsa e liguei para a minha mãe que atendeu logo no primeiro toque. 
Marcela: Júlia? Aconteceu alguma coisa? Tô com um sentimento estranho há horas. - já dizia o ditado: intuição de mãe nunca erra!
Júlia: Mãe! - funguei tentando parar as lágrimas sem sucesso. - O Júnior apareceu!
Marcela: Aí, minha filha! Sábia que estava acontecendo algo. - suspirou. - Ele te viu? Viu a Maria?
Júlia: Sim! - solucei baixinho com medo da Malu escutar por cima do som do desenho. - Ele-Ele tem um filho, mãe! Um filho quase da mesma idade da Malu. - sussurrei e a ouvi soltar um suspiro de surpresa. 
Marcela: Meu Deus, Júlia! Como assim?! Espera aí, filha. - escutei ela murmurando com alguém. - Amor, eu e seu pai vamos te buscar. Não quero que você pegue a estrada nesse estado. Fique onde está, estamos saindo de casa. - só fiz concordar, disse que estava dentro do carro junto com a Malu no estacionamento do parque e desliguei. Meu peito estava apertado e no fundo eu sabia que esse dia ainda não terminou. 


Neymar Jr. ON

Davi: Papai, voxê vai me leva onde agola? - perguntou depois que saímos do parque e entramos no carro junto com o Big e a mãe dele. 
Júnior: Vamos no boliche junto com os seus tios. - respondi ainda com a cabeça meia aeria por causa do encontro com a Júlia. Nunca iria imaginar que a amiga da Carol que mora em Madri era a minha Júlia das férias inesquecível de anos atrás. Mano, a surpresa que tive quando a vi não tem explicação e muito menos a de quando soube que ela já era mãe. Olha só pra gente, somos pais e se não fosse por esse detalhe seria como se o tempo não tivesse passado. Ela continua a mesma de anos atrás, claro que um pouco mais gostosa. Eu disse que era ela no restaurando em Barça, é impossível confudi-lá com qualquer outra pessoa. Tive a impressão que ela queria fugir igual fez lá, só que dessa vez fiz questão de pegar o contato dela. Dessa vez não vai dar, Júlia. - Cah, me passa o número da Júlia antes que você esqueça.
Carol: Juro que fiquei surpresa por saber que vocês se conhecem. - riu pegando o celular e procurando o contato da Júlia. - Ela nunca disse que te conhecia.
Júnior: Faz anos que a gente não se falava, ela e a irmã dela sumiu do mapa depois que nos conhecemos.
Carol: Ah, você conhece a Sarah também? - assenti salvando o número da Júlia. - Sabia que ela mora lá em Barcelona? Pertinho do seu condomínio.
Júnior: Sábia não! - respondi um pouco surpreso por não ter encontrado com ela ainda. - O Gil vai gostar de saber disso. - ri imaginando.
Carol: Por que?
Júnior: Ele e os moleques conhecem elas também e o Gil e a Sarah tiveram um caso naquela época. Vai que ele ainda é gamado nela secretamente. - rimos. 
Carol: Mas pelo o que sei a Sarah namora agora, então acho que não vai rolar um remember. - riu.
Júnior: E a Júlia? Namora também? - perguntei curioso. 
Carol: Não!
Júnior: Não é casada com o pai da filha dela?
Carol: Ela disse que ele não é presente.
Júnior: Ah sim. - pensei um pouco sobre e gostei de saber que ela é solteira. Não sei porque, já que eu não sou infelizmente. 
Big: Chegamos no hotel, Júninho! - disse estacionando na frente do mesmo. A Carol se despediu da gente e eu junto com o Davi e o Big seguimos para o boliche onde os moleques já estavam esperando. 


Domingo, Novembro de 2014

 Já era tarde quando chegamos no hotel depois do boliche e do jantar. Acabou que nem deu para jogar na cara dos caras que eu estava certo sobre ser a Júlia no restaurante em Barça e contar que à vi hoje. Nesse momento eu, Jota, Gil e João, os únicos que vieram junto comigo pra Madrid já que o restante voltou para o Brasil semana passada junto com a minha mãe, Rafa e a Bruna, estamos no restaurando do hotel tomando o café da manhã. A Carol e o Davi ainda não desceram do quarto.
Júnior: Ae, preciso contar pra vocês o que aconteceu comigo ontem quando fui buscar o Davi com a Carol. - eu disse depois de tomar um gole do meu suco. - Lembram que ela foi se encontrar com uma amiga que mora aqui em Madrid?
Jota: Sim! Você a viu? É gata? Descobriu que já pegou? - riu e os outros dois acompanharam. 
Júnior: O pior é que já, Mano! A amiga da Carol é a Júlia. - falei sorrindo.
Gil: Tá de brincadeira? Sério?! - disse com cara de surpresa.
Júnior: Muito sério!
João: Então ela ainda mora aqui?
Júnior: Mora e a Carol disse que a Sarah, irmã dela, mora lá em Barcelona perto de casa. - ri olhando para o Cebola que ficou mais surpreso ainda. 
Jota: Caralho, mano! Que mundo pequeno. - riu. - Então era elas mesmo naquele dia no restaurante?!
Júnior: Eu falei que era né e vocês não acreditaram.
Gil: É claro que duvidamos, com esse mundo gigante a chance de serem elas não era grande.
Júnior: Mas era elas! E o pior vocês ainda não sabem o que descobri ontem quando a vi.
João: Diz aí!
Júnior: Ela é mãe! - falei ainda meio surpreso com esse fato. - Tem uma filha do tamanho do Davi.
Jota: Mentira?! Caralho, mano! - repetiu a mesma frase de antes em um tom surpreso e eu ri. 
Gil: Você viu a menina? Falou com a Júlia?
Júnior: Falei! Quando cheguei lá encontrei só o Davi brincando com a menininha e logo depois a Júlia chegou, acho que estava procurando pelo os dois, e a garota chamou ela de mãe. - respondi lembrando do tamanho de surpresa e choque que levei naquele momento. 
João: Que loucura! Três anos depois e vocês dois sendo pais. - riu.
Jota: Se a história fosse diferente poderia até ter sido sua filha agora, Júninho. - gargalhou junto com o Gil e o João. Eu até poderia ter achado graça também, mas o que ele disse se instalou na minha cabeça como um furacão. "Poderia ser sua filha agora." Eu tô ficando louco ou isso pode ser realmente real?! Não pode ser, só pode ser paranóia da minha cabeça. Não é possível! É possível sim, cara! - O que ouve, Major? Ficou sério do nada.
Júnior: Só estou pensando no que você falou. - falei ainda meio aério. 
Gil: Vish! Te conheço bem e já imagino o que está pensando. - riu. - Tire sua cabeça disso, a Júlia deve está casada com o pai da menina agora. Sem chances de você ser o pai! - o pior é que ele está errado.
Júnior: Eu perguntei a Carol se ela era casada. - engoli em seco tentando conter o nervosismo. - Ela disse que não! Disse também que a Júlia falou que o pai da filha dela não era presente. - respondi e os três lentamente deixaram o queixo cair de surpresa. 
Jota&João: Puta merda! - sussurraram ao mesmo tempo.
Júnior: Me falem que só pode ser coisa da minha cabeça. Que isso não tem a possibilidade de ser verdade. - falei tenso olhando para o meu café que já estava esquecido faz tempo na minha frente.
Gil: Para ae, vamos manter a calma! - suspirou. - Pra ter o mínimo de certeza é preciso saber a idade certa da menina. Você sabe? - me olhou.
Júnior: Não! Mas não vou ficar aqui sem descobrir, a Carol deve saber, vou perguntar a ela. - disse já levantando da mesa e indo em direção ao lobe do hotel para o elevador. Os três me seguiram sem dizer nada. O caminho até o andar da Carol pareceu durar anos e minha cabeça não parava de pensar sobre essa possibilidade. Será que essa menina é minha filha? Se sim, por que a Júlia não me disse. Ela fugiu! Esse foi o motivo do desaparecimento dela? Mas por que? Nem esperei a porta do elevador abrir completamente pra sair em direção a porta do quarto da Carol e bater na mesma. 
Carol: Oi, bom dia pra vocês! - disse quando abriu a porta sorrindo. 
Júnior: Preciso conversar com você, agora! - falei sério com os moleques atrás de mim.
Carol: Tá! - parou de sorri e ficou com uma expressão confusa. - Entrem! - abriu mais a porta e nós entramos. 
Davi: Pai! Já acordei! - pulou da cama e me abraçou pela cintura. 
Júnior: Oi, filho! - beijei sua testa. - Os seus tios vão levar você pra tomar café lá em baixo, no restaurante, beleza?! - ele assentiu e eu olhei para os caras. - Leva ele lá pra mim? Preciso conversar com a Cah sozinho.
Gil: Claro, Júninho! Vamos lá, meu parcerinho. - pegou a mão do Davi, deu uma batida no meu ombro e saiu do quarto. O Jota e o João fizeram o mesmo e saíram atrás deles.
Carol: O que aconteceu? - perguntou sentando na beira da cama depois de ter observado tudo ainda confusa. 
Júnior: Quero te perguntar algo que surgiu na minha cabeça sobre a Júlia. - coloquei as mãos no bolso da calça e andei pelo quarto sem a menor vontade de sentar e ficar parado. Meu corpo estava carregado de tensão. - Na verdade eu nem sei se você sabe certamente sobre isso.
Carol: Diz aí! Se eu souber te respondo.
Júnior: Você disse ontem que a Júlia te disse que o pai da filha dela não é presente, certo?!
Carol: Sim, foi isso mesmo que ela me disse. - assentiu ainda com confusão no rosto. 
Júnior: Você sabe a idade certa da menina? Da filha da Júlia? - perguntei prendendo a respiração. Por favor, Deus! Na verdade eu nem sei o que quero ouvir ela responder.
Carol: Quando perguntei eu lembro que a Malu e o Davi tinham quase a mesma idade. Ela disse que tinha... - tentou lembrar. - 2 anos e 9 meses. - fiquei em silêncio fazendo as contas e quando enfim cheguei a conclusão minhas pernas falharam e fui obrigado a sentar na cadeira no canto do quarto. Caralho! A menina tem grandes chances de ser minha. Minha filha! Fruto do nosso momento, inesquecível por mim, naquelas férias. Um misto de emoção estava passando por dentro de mim. Surpresa! Choque! Felicidade! Tristeza! Medo! Ódio! Confusão! Amor! Sim, muito Amor! - Júnior, você tá bem? Tá passando mal? - perguntou levantando da cama e chegando perto de mim.
Júnior: C-carol... - fiz uma pausa para engolir em seco. - A menina, eu acho que sou o pai da menina! - falei e observei sua cara de preocupação virar uma de surpresa. 


Neymar Jr. OFF

 Eu realmente me desliguei dos acontecimentos depois que encerrei a ligação com a minha mãe. Nem percebi o tempo que passou para eles chegarem onde eu e a Maria estava e muito menos como nós duas fomos parar no carro do meu pai junto com ele e a minha mãe. A única coisa que escutei ao fundo além dos meus pensamentos foi meu pai conversando com a Malu para distraí-la e a minha mãe dizendo que mais tarde ia dar um jeito de alguém buscar meu carro, que presumi ter ficado no estacionamento do parque. Pra falar a verdade, uma fala da Malu na conversa com o meu pai só serviu para intensificar meu estado. 
Malu: Vovô, o Davi tem um papai. Po que eu não tenho tabem?! - Não me pergunte o que meu pai ou a minha mãe respondeu, eu não sei. Depois de ouvir isso eu me encolhi mais ainda no banco do passageiro e pressionei a cabeça no joelho enquanto mais e mais lágrimas escorriam pelo meu rosto. 
  
                                     (...)


 No Domingo acordei com o toque do meu celular e parecia que eu não tinha dormido nem uma hora. Poderia até ter sido verdade, visto que ontem logo após chegar em casa, contar tudo para os meus pais, deixar a Malu aos cuidado da minha mãe e se trancar no meu quarto não consegui pegar no sono de jeito nenhum. Ou seja, passei grande parte da noite em claro só perdida em pensamentos com a cabeça a mil. Sobre a conversa com os meus pais ontem quando cheguei, passamos a maior parte dela tentando assimilar tudo que aconteceu e descobrimos. 

FlashBack On

Dennis: Nos conta direito como aconteceu, minha filha. - pediu depois que chegamos em casa, deixamos a Maria com a Rosa e entramos no seu escritório junto com mamãe. 
Júlia: Eu não sei! - funguei precionando as mãos nos olhos tentando parar as lágrimas que já não eram tanto, mas ainda caía algumas. - Fiquei tão surpresa quanto vocês por dar de cara com ele, do nada, e ainda por cima dele ser o pai do Davi, filho de uma amiga aleatória que fiz em Barcelona. Como isso é possível?! Só pode ser castigo, não tem outra explicação. - suspirei. 
Marcela: Acho que apenas chegou a tão temida hora, minha querida. Apesar de ter passado tanto tempo eu te avisei que essa hora ia chegar. - sentou ao meu lado, em uma cadeira em frente à mesa do meu pai, e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. 
Júlia: Mas tinha que ser desse jeito, mãe?! Logo da pior maneira que poderia ser e que a que eu tinha mais medo?! - olhei pra ela sussurrando. 
Marcela: Infelizmente não escolhemos essas coisas, Julinha. - suspirou. 
Dennis: Então ele já pai e tem um filho com a sua amiga? - entrou na conversa depois de ter ficado apenas escutando. 
Júlia: Sim! Um loirinho lindo. - sorri fraco lembrando do Davi. - Além de um pai, minha filha também tem um irmão que nem sabe do vínculo entre eles. E eles passaram o dia todo brincando junto, não foi atoa que se epegaram de cara um no outro. - minha mãe riu ainda fazendo carinho em mim. - Vendo a situação deles, me faz me senti como um monstro.
Marcela: Não diz isso, minha filha. Você sabe o motivo que a fez fazer tudo isso.
Dennis: É esse detalhe que não entra na minha cabeça. - levantou da cadeira e eu e a minha mãe olhamos para ele. - Se o Neymar Jr. tem um filho quase da mesma idade da Malu, por que aquele homem não fez a mesma coisa com a mãe dele o que fez com você Júlia?!

FlashBack OFF


 Essa foi uma pergunta do meu pai que todos nós não tinhamos uma resposta e o que a gente mais queria era saber.
 Depois de me situar sobre meu estado e perceber que estava com enxaqueca, estendi a mão para pegar meu celular na mesinha de cabeceira da cama, olhei no visor e não conheci o número que estava me ligando. Atendi e só depois percebi a única pessoa que poderia ser.
Xxx: Júlia?! Você não esqueceu de me contar algo à anos atrás?! - Junior! Merda, merda, merda... - Não vai me responder, Júlia?! - perguntou em um tom forte e sério depois que não consegui dizer nada.
Júlia: J-Júnior, o q-que...
Júnior: Não começa com os seus joguinhos agora. Apenas me diz o que eu quero saber, a menina é minha filha? - ele descobriu. Meu maior medo se tornou realidade e não tem como eu fazer nada. - Quer saber, eu quero olhar na tua cara quando você me responder isso. Me diz um lugar pra gente se encontrar, sem arranjar desculpas. Dessa vez eu não vou deixar você escapar dessa, sem chances.
Júlia: E-eu não...
Júnior: Você decide, ou me diz um lugar e me encontra lá ou eu mesmo vou achar o endereço da sua casa e vou aí. Te garanto que essa última opção sera muito pior. - me enterrompeu mais uma vez.
Júlia: T-ta! - concordei depois de não achar uma saída dessa situação. Acho que chegou a hora! - Me encontra no mesmo parque de ontem daqui uma hora. - suspirei com todo o corpo tremendo. - Acho que está na hora de eu te dar algumas explicações. - murmurei. 
Júnior: Já passou da hora, eu merecia elas a 3 anos atrás! - afirmou. - Te encontro lá! - e desligou sem mais. 



By Vic: 

 Eu voltei, não sei se é pra ficar. Mas estou aqui, porque minha criatividade voltou a funcionar. (Sim, era pra ler como se tivesse cantando haha). Brincadeira a parte, consegui gente. Vocês não sabem o quanto foi difícil terminar esse capítulo e de tanto tentar e não sair nada até desisti. Mas aí, semana passada deu vontade de dar uma olhada nas postagem e me voltou a vontade de escrever. Acabei terminando de escrever esse e o próximo capítulo todo de uma só vez. Amo quando isso acontece, poderia ser sempre assim. Não sei se ainda tem alguém visitando essa fic, mas não custa nada postar né. Bjs!!