sexta-feira, 22 de março de 2019

Capítulo 17 -"Talvez a Júlia do passado e essa de agora não tenha mudado tanto assim."

(Recado Importante no Final.)

Quinta, Novembro de 2014

Malu: Mamãe, isso é para o dodói? - perguntou me mostrando o curativo quando voltei para a sala. 
Júlia: É sim, amor! O dodói vai sarar rapidinho e você nem vai notar. - sentei no sofá perto dela. 
Malu: Eu quelo outo desenho da Peppa igual esse aqui.
Júlia: Mas você não tem outro dodói! - tirei meu celular do bolso. 
Malu: Masi eu quelo sem ter dodói...
Júlia: Tá! A mamãe vai comprar pra deixar guardado e se algum dia você tiver outro dodói a gente coloca pra curar rapidinho, tá bom?
Malu: Tá bom! - voltou a prestar atenção no desenho. Desbloqueei o celular e entrei no insta pra postar uma das mil fotos que tirei dela mais cedo. 



SanchezJú: Sim, a Nina também estava com fome, pessoal hahahaha ♡ @SanchezMalu

sanchezsarah: Meu Deus, não tenho estrutura pra essa menina haha
babymalu: Nova integrante da familia.
cacaparra: O titio aqui também tá, cadê meu rango?
familysanchez: Que fofura ♡
sanchezju: Haha Nina Sanchez @BabyMalu
booenzueta: Aaah para! Vontade de apertar ♡
lia.silva: Sua filha é muito linda!
neymarzetes: O Neymar curtiu mano
foreverjulia: Eu amo essa princesa hahaha
njrfc: Como assim? Bem aleatório ele hein @Neymarzetes 
sophia_medeiros: Saudades dessa pequena!
elensouza: Igual a minha filha, trata a boneca como se fosse gente hahahaha
tudopornjr: Já descurtiu @Neymarzetes 


 O que o Júnior tem na cabeça pra curtir essa foto?! Um caos com as fãs loucas dele e com a mídia é a última coisa que a gente precisa agora. Ainda bem que ele voltou atrás e eu espero que com isso elas esquecem essa história de curtida. Saí do insta rezando para que isso aconteça e entrei no whats para responder a mensagem do meu pai que tinha chegado. 


Aproveitei para responder uma mensagem da Sarah também, contei a ela sobre o exame, depois deixei o celular de lado e fiquei assistindo desenhos com a Malu até a Rosa chegar junto com a minha mãe cheias de compras. 
Júlia: Ué, combinaram de chegar juntas?
Marcela: Pior que não, nos encontramos agora na entrada. - disse rindo colocando as sacolas no chão. - Oi, princesa da vovó!
Malu: Oi, vovó! Olha meu dodói da Peppa. - mostrou o dedo e minha mãe chegou perto pra olhar.
Marcela: Ai meu Deus, fizeram dodói em você? - a Malu assentiu e ela beijou o dedo dela. - Tadinha!
Malu: Maisi não doeu, vovó! Foi lapidinho e depoix a moça colocou esse... - fez uma pausa tentando lembrar o nome.
Júlia: Curativo...
Malu: É! Esse culativo da Peppa pra não ficar doendo.
Marcela: Que bom que não doeu então! - riu.
Malu: A mamãe disse que vai compar um montão desse pra colocar nos meus outo dodói.
Rosa: Já sei que minha próxima compra é na farmácia... - rimos. 
Júlia: Só você pra salvar, Rosinha. - levantei do sofá. - Vou te ajudar com essas compras e aproveitar pra comer algo.
Marcela: Não almoçou, Júlia?
Júlia: Não, tava dormindo e logo depois tive que atender o pessoal do laboratório.
Marcela: Me conta depois e vê se come algo agora. Vou subir com a Malu para o meu quarto! - assenti, peguei as sacolas que ela tinha deixado no chão e levei tudo junto com a Rosa pra cozinha. 
Rosa: Pode colocar em cima do balcão, Júlinha. - fiz o que ela pediu. - Quer que eu faça algo pra você comer?
Júlia: Precisa não, meu amor! Me viro com o que você fez para o almoço.
Rosa: Tá, então vou arrumar essas coisas na dispensa. - assenti e enquanto ela começava a fazer isso, fui olhar nas panelas e resolvi comer um pouco de arroz, salada e filé de frango. Depois de me servir, sentei na mesa e enquanto comia fiquei conversando com ela até meu celular tocar. 
Júlia: Hey, americano! - falei atendendo depois que vi que era o Pedro.
Pedro: Oi, linda! Tá ocupada?
Júlia: Mais ou menos... Tô comendo, mas dá pra falar desde que você entenda que a comida tem prioridade. - rimos.
Pedro: Posso conviver com isso! Pensei que ia te encontrar dormindo.
Júlia: Queria, porém tive coisas pra fazer agora à tarde. Você já saiu da agência?
Pedro: Sim, mas tenho uma sessão de fotos particular em uma festa de noivado à noite.
Júlia: O fotógrafo pode comer nessas festas?
Pedro: Na maioria das vezes, sim. - riu.
Júlia: Se delicia-se por mim então!
Pedro: Pode deixar! - rimos. - Por que você encerrou o plantão mais tarde hoje? Tava ansioso pra ser seu motorista cara.
Júlia: Apareceu uma vítima que sofreu um acidente de carro e precisava passar por uma cirurgia de urgência. Foi de última hora, tava quase perto do meu horário de saída.
Pedro: E correu tudo bem na cirurgia?
Júlia: Sim, deu tudo certo!
Pedro: Que bom!
Júlia: Sobre sua ansiedade, pode esperar que vão surgir outras oportunidades pra você ser meu motorista particular.
Pedro: Mal posso esperar por isso. - rimos. - E aí, vai ter rolê nesse fim de semana?
Júlia: Até agora não tô sabendo de nada, mas não dúvido que tenha algo. Tu conhece nosso maravilhoso bonde né?! Só tem bagaceiros! - rimos.
Pedro: Conheço bem! Balada no meio da semana e no fim é totalmente a linha do Marcelo, Alex e Dani. Capaz deles decidirem algo em cima da hora!
Júlia: Sim, mas dessa vez eu tô fora. Não tenho disposição para curtir dois rolê na mesma semana e muito menos depois de enfrentar um plantão ainda. Vou ficar quietinha no meu canto descansando!
Pedro: Tá certa! Também não tenho certeza se irei porque cheguei de viagem e ainda nem tive tempo de descansar perfeitamente. Além disso, essas últimas semanas antes do recesso de fim do ano vão ser puxadas lá na agência.
Júlia: Nem me fale, lá no hospital também. - suspirei. 
Pedro: Sorte e disposição pra nós! - rimos. - Óh, vou deixar tu comer em paz! Outra hora te ligo, Ok?
Júlia: Tá bom! Beijos, Americano!
Pedro: Beijo, linda! - desligamos.

                                        (...)

 Por volta das quatro horas a Jéssica chegou, dizendo que o cara da obra no ape dela disse que termina no sábado, depois meu pai também chegou e eu contei para eles e a minha mãe sobre como foi com o pessoal do laboratório. O Júnior ligou pra falar com a Malu, como todos os dias, e ela aproveitou pra mostrar o dodói. No finzinho de tarde eu e a Jéssica a levamos no parque e só voltamos perto da hora do jantar.   



A Week Later

Na sexta fui para o trabalho e depois passei o restante do dia em casa com a Malu e a Jéssica, já que meus pais resolveram tirar um tempinho só para eles. No sábado passamos quase o dia todo passeando pelos nossos pontos turísticos favoritos da cidade e no final do dia a Jéssica voltou para o apartamento dela. No domingo o tempo esfriou bastante e eu e a Malu passamos o dia de baixo das cobertas na minha cama assistindo filmes e comendo pipocas e doces. Segunda e terça passou voando, comigo cheia de coisas pra fazer no hospital. E por fim chegou a quarta, dia da audiência, e eu e o meu pai fomos para Barcelona pela manhã. 

Quarta, Novembro de 2014


Neymar Jr. ON

Hoje é o dia da audiência e vamos saber o resultado do teste de DNA. Acordei essa manhã com o meu pai me acordando e me fazendo ficar ansioso e preocupado logo nos primeiros momentos do dia. Não, eu não estou ansioso e preocupado em relação a isso. Já disse que não tenho nenhuma dúvida sobre a paternidade da Malu, então estou bem tranquilo quanto a isso. Meu nervosismo é só pelo fato que hoje é o dia que começa definitivamente minha luta pelo que foi negado a mim por anos. O direito de conviver com a minha filha. Confesso que às vezes me vem uns questionamentos sobre se o que eu estou fazendo é realmente o certo ou necessário. Mas aí lembro que passei bastante tempo sem saber da existência da minha filha e o Cabeça vive me ensentivando a seguir em frente. Então, por conta de tudo isso, tenho força e vontade para continuar. 
Conversei com a Malu em todos os dias que passaram e meu desejo de ve-la toda hora pessoalmente só cresce. Até pensei em pedir a Júlia para trazer ela hoje para Barcelona só pra gente se ver um pouquinho que seja, mas achei melhor não fazer isso. Primeiro porque não quero envolver ela no meio dessa loucura de audiências e segundo porque suspeitei que a Júlia não iria aceitar. E já que ela ainda não é obrigada a me deixar ver a Malu, não tenho o que fazer. Infelizmente! 
Neymar pai: Júninho, se não sair agora vai chegar atrasado hein. - gritou da sala.
Júnior: Já tô indo, calma ae... - gritei da cozinha e beijei o rosto da minha mãe. - Tchau, mamãe! Até depois com boas notícias, se Deus quiser.
Nadine: Deus te abençoe, meu amor. - sorriu fraco e eu saí indo para sala.
Júnior: Pronto! Cadê o Big?
Gil: Já está no carro te esperando. - disse ao lado do Jota e meu pai. 
Neymar pai: Tem certeza que não quer que eu vou?
Júnior: Tenho, Cabeça. É desnecessário, assim como da outra vez. - ri e nos abraçamos. 
Neymar pai: Tá bom! Vou manter contato com você e o Eduardo. - assenti e o Gil e o Jota me abraçaram também. 
Jota: Vai dar tudo certo, major.
Júnior: Tomara! Vejo vocês depois... - fui para a saída, vi o carro com o Big estacionado na frente de casa e entrei já colocando o cinto. - Partiu, Big Black?
Big: Vamos lá... - deu partida.
Chegamos no Tribunal de Barcelona 10 minutos depois. Me despedi do Big no estacionamento, entrei no prédio e encontrei com o meu advogado em frente a sala do Juiz. 
Júnior: Bom Dia, Eduardo!
Eduardo: Bom Dia, Júnior! - nos cumprimentamos com um abraço rápido. - Tá tranquilo?
Júnior: Mais ou menos! E você, está preparado né?
Eduardo: Estou sim, fica tranquilo. É aquele mesmo esquema da primeira vez, só responde o que o Juiz perguntar e for necessário. O resto deixa comigo! - assenti. - A senhorita Júlia e o advogado acabou de chegar. - disse olhando atrás de mim e eu me virei. Puta merda, é tão difícil querer odiar com todas as forças uma pessoa e não conseguir porque quando a vê só consegue admirar a beleza dela e lembrar de todos os momentos bons que tiveram juntos. 
Dennis: Bom Dia! - o pai dela disse pra mim e o Eduardo, mas deu pra perceber que foi só por educação. 
Eduardo: Bom Dia!
Júnior: Bom Dia, senhor! - falei sério e olhei para a Júlia que estava visivelmente querendo me ignorar. - Bom Dia, Júlia! Como está a Maria Luíza?
Júlia: Bom Dia! Ela está bem, valeu por perguntar. - respondeu me olhando, depois virou para o pai e os dois começaram a conversar em um tom baixo. Odeio quando ela usa as palavras para me fazer sentir como se não fosse minha obrigação saber das coisas da nossa filha. Me agradecer por querer saber do bem estar da Malu?! Eu me importo com a minha filha e não preciso ser agradecido por fazer isso. 
Xxx: Bom dia à todos! - a porta da sala abriu e quando olhei vi que era o Carlos, o mesmo cara que auxiliou a primeira reunião. 
Todos nós: Bom Dia!
Carlos: Tô vendo que dessa vez estão todos aqui, então vamos entrar. - seguimos ele para dentro e ocupamos os mesmos lugares da primeira reunião. Assim que ficamos acomodados o Juiz Paulo entrou e nos cumprimentou. 
Juiz Paulo: Bem, estamos todos aqui mais uma vez para dar continuidade ao processo de guarda da menor Maria Luíza Medeiros Sanchez. - olhou alguns papéis que estavam em sua mesa e pegou um envelope. - Tenho aqui em minhas mãos o resultado do teste de DNA feito pela menor Maria Luíza Medeiros Sanchez e pelo o senhor Neymar da Silva Santos Júnior. Todos prontos para saber o resultado?
Júlia: Sim! - olhei para ela e a mesma aparentava estar tranquila e sem nenhum vestígio de apreensão no rosto. 
Júnior: Sim! - repeti sua resposta com convicção e o Juiz começou a abrir o envelope. 
Juiz Paulo: O resultado do exame constatou que o senhor Neymar da Silva Santos Júnior têm chances superiores a 99,99% de ser o pai biológico da menor Maria Luíza Medeiros Sanchez, cujo a mãe é a senhorita Júlia Medeiros Sanchez. - disse lendo o papel e eu sorri quando ele terminou. Eu já sábia, mas não tem como não ficar feliz com esse resultado. 
Eduardo: Parabéns, Júninho! - disse batendo de leve no meu ombro.
Júnior: Obrigado! - respondi ainda sorrindo, olhei para a Júlia e apesar dela estar olhando para o Juiz Paulo percebi um pequeno e quase inexistente sorriso nos lábios dela. Já o pai dela permaneceu completamente sério olhando para alguns papéis em sua frente. 
Juiz Paulo: Vocês querem dar uma olhada? - todos nós assentimos, menos a Júlia. Ele entregou primeiro para o Eduardo e eu, que olhamos por alguns minutos e depois o Eduardo entregou para o pai da Júlia. Ela até deu uma olhada, mas foi super rápida e o pai dela que analisou por algum tempo antes de entregar de volta para o Juiz. - Com base nesse resultado e conforme a lei manda, irei entrar com o pedido de anulação da certidão de nascimento atual da menor Maria Luíza Medeiros Sanchez e substituir por uma nova que incluirá o sobrenome do senhor Neymar da Silva Santos Júnior. Todos de acordo com essa decisão? - assentimos. Claro que estou de acordo! Não há nada que me deixe mais orgulhoso do que ver o meu sobrenome no nome completo da minha filha.
 Juiz Paulo: Agora que já resolvemos essa questão, vamos dar continuidade ao processo de guarda da menor Maria Luíza. - respirei fundo e observei que a Júlia não estava tão tranquila como antes. - Antes de tudo, é o meu dever perguntar se há alguma chance das duas partes entrarem em um consenso e optarem pela guarda compartilhada? - perguntou e o Eduardo olhou para mim.
Eduardo: Vamos manter o combinado? - me perguntou com um tom baixo. Olhei para a Júlia e a encontrei olhando para mim junto com o pai, como se tivesse esperando minha resposta. A guarda compartilhada da Malu não seria ruim, mas eu quero e tenho o direito de ter mais. Eu e a minha família merecemos isso! Porém, sei que a Júlia está sofrendo com tudo isso e também sei que a nossa filha também vai sofrer. Eu preciso realmente disso?! "Você têm que parar de pensar nos outros e começar a pensar em ti e em tudo que foi negado a você." Lembrei de uma das mil frases que o meu pai me disse sobre isso. Ele tem razão, não têm?! Eu também vou sofrer se não conseguir repor todos os momentos perdidos com a minha filha. E isso será mais fácil se eu conseguir passar todos os momentos possíveis com ela. Não vou abrir mão disso!
Júnior: Vamos manter! - respondi para o meu advogado no mesmo tom dele e o mesmo assentiu.
Eduardo: Meu cliente não considera outra opção se não a guarda unilateral, senhor Juiz. - disse em voz alta e o Juiz olhou para a Júlia e o advogado. 
Dennis: Minha cliente não abrirar mão da tutela de sua filha, senhor Juiz. - respondeu com convicção, enquanto a Júlia estava séria olhando para o Juiz.
Juiz Paulo: Posso saber o motivo dessas decisões?
Dennis: Senhor Juiz, na verdade, minha cliente queria optar pela guarda compartilhada desde o início. Na opinião dela essa opção seria a melhor para todos os envolvidos, principalmente para a menor Maria Luíza. - respondeu e antes de continuar olhou para mim por alguns segundos. - Mas como o senhor Neymar Jr. entrou com o pedido da guarda unilateral, sem ao menos procurar a senhorita Júlia para conversar, ela decidiu que não iria desisti da tutela de sua filha.
Juiz Paulo: E por que o senhor Neymar Jr. optou pela guarda unilateral, já que a outra parte queria aceitar a guarda compartilhada?
Eduardo: Meu cliente teve grandes motivos para tomar tal decisão, senhor Juiz.
Juiz Paulo: Quais seriam?
Eduardo: Bom, como já te informamos na primeira reunião, a senhorita Júlia Sanchez negou ao meu cliente o direito de fazer parte da vida da menor Maria Luíza por mais ou menos 3 anos. Na opinião dele, a guarda unilateral da menor seria a melhor opção para tentar recuperar o tempo perdido entre os dois, visto que o fato da senhorita Júlia viver com a Maria Luíza em outra cidade dificultaria essa questão se a guarda fosse compartilhada.
Juiz Paulo: Uma possível mudança de moradia não poderia ser uma questão viavél para uma das duas partes?
Eduardo: Infelizmente, para o meu cliente não seria possível por causa de questões profissionais, senhor Juiz.
Juiz Paulo: E para a senhorita Júlia Sanchez? - perguntou olhando para o advogado da Júlia que já estava conversando com ela em um tom baixo. 
Dennis: Haveria algumas dificuldades para minha cliente por questões profissionais também, senhor Juiz, mas ela não descartaria essa possibilidade se fosse para o bem da Maria Luíza. - respondeu e eu olhei um pouco surpreso pra Júlia. Nunca imaginaria que ela considera-se fazer isso. 
Juiz Paulo: Então, mesmo assim o senhor Neymar Jr. não optaria pela guarda compartilhada? - o Eduardo olhou para mim, mas logo se voltou para o Juiz porque eu, ele e o meu pai já tínhamos discutido essa questão dos motivos. 
Eduardo: Não, senhor Juiz. - respondeu e eu observei que a Júlia revirou os olhos e o pai dela se inclinou para falar algo que eu não entendi. - Como eu estava falando antes, meu cliente tem vários motivos. O outro seria o fato de que a senhorita Júlia Sanchez insiste nessa história que o pai do meu cliente a ameaçou para que não contasse sobre a existência da filha dele.
Júlia: Insisto porque é verdade! - disse me olhando duramente.
Júnior: A sua verdade né? - rebati a olhando do mesmo jeito.
Júlia: Não, a única verdade que existe porque aquele cretino que você chama de pai só diz mentiras. E tu, como um patinho, caí.
Dennis: Júlia!
Júnior: Ata, porque eu devia acreditar em você, que mal conheço, em vez do meu pai que convive comigo desde sempre né?!
Júlia: Se toca cara! Só porque você conhece uma pessoa não quer dizer que tem que confiar nela cegamente. Você nem considera a possibilidade de ser tudo verdade e ele não ser quem você pensa.
Juiz Paulo: Tudo bem! - disse alto chamando a atenção de todos nós. - Não tem nenhuma condição de prosseguir com essa audiência desse jeito. Então, vou pedir uma pausa de cinco minutos e espero que vocês dois usem esse tempo para retomar a calma ou serei obrigado a encerrar agora essa reunião. Senhor Dennis, acompanhe a sua cliente até lá fora para que ela possa tomar um pouco de água e acalmar os ânimos, por favor.
Dennis: Sim, senhor Juiz. - levantou da cadeira com a mão na cintura da Júlia que levantou também, mas antes de sair olhou para mim.
Júlia: Só uma última coisa, você vai se arrepender de tudo que está fazendo para a nossa filha e eu espero que não seja tarde de mais. - disse e saiu da sala logo depois acompanhada pelo pai. Respira fundo, Júnior. Respira fundo! 
Juiz Paulo: Senhor Eduardo, espero que você faça o mesmo com o seu cliente. Volto daqui alguns minutos para tentar continuar com essa audiência. - meu advogado assentiu e ele entrou na sala ao lado da nossa. 
Eduardo: Você têm que manter a calma, Júnior. Por enquanto está tudo indo bem para nós e precisamos seguir nesse ritmo.
Júnior: Você viu que ela começou tudo isso, Eduardo. Ela me tira do sério quando insiste nessa história maluca sobre o meu pai. - suspirei passando as mãos no rosto.
Eduardo: Eu sei, mas já parou pra pensar que pode ser exatamente isso que ela quer? Você descontrolado é ótimo para o lado deles.
Júnior: É, você tem razão. Vou tentar ignorar essas mentiras delas daqui pra frente, pelo menos na frente do Juiz.
Eduardo: É o melhor que tu faz! Deixa essas discussões para fora dessa sala e te garanto que vai ser um grande passo para a nossa Vitória. Só mostrará para o Juiz que você é uma pessoa bastante controlada para ser responsável com a sua filha. - assenti. Ele tem razão, tenho que mostrar para o Juiz em todas oportunidades que mereço e sou capaz de ser responsável pela Malu. Pra isso só tenho que ignorar as mentiras da Júlia. Não vai ser fácil ouvir ela dizendo coisas horríveis do meu pai, mas pela Malu eu consigo. Sobre o que ela disse por último, não acho que eu estou fazendo tão mal pra minha filha assim. Ela irá entender quando isso tudo chegar ao fim e eu conversar com ela quando estiver maior. A Júlia e o pai voltaram para a sala e os dois ocuparam de novo os lugares ignorando totalmente eu e o Eduardo. Nós quatro mantivemos o silêncio até o Juiz Paulo voltar.
Juiz Paulo: Bom, pelo o que eu vi, a opção da guarda compartilhada não será possível para esse caso. Então, vamos seguir em frente para no final conseguir chegar na melhor decisão para a menor Maria Luíza Medeiros Sanchez. Pensando justamente nisso, vamos para a próxima etapa dessa reunião que é avaliar a condição física e financeira das duas partes. Vocês devem saber que criar uma criança não é uma questão fácil. Exige muito do nosso preparo físico e financeiro. Peço que os advogados presentes entreguem o formulário disponibizado para as duas partes com informações necessárias para o seguimento do processo. - o Eduardo e o pai da Júlia entregaram a ele que escolheu um para avaliar primeiro. 
        
                                    (...)

Passamos os próximos 30 minutos confirmando e dando detalhes sobre as nossas informações contidas no formulário. Coisas do tipo: Profissão, carga horária de trabalho, moradia, indivíduos que convivem juntos e etc. 
Juiz Paulo: Antes de encerrar está reunião, preciso passar algumas informações à vocês. Estamos no fim do ano e o Tribunal irá entrar em recesso. Por isso, decidi antecipar quase todas as audiências para o bem das duas partes e para a menor. Então, marquei para as duas próximas semanas as audiências com a presença das testemunhas.
Dennis: Já decidiu quais vão ser as testemunhas?
Juiz Paulo: Baseado nessas informações que vocês me passaram, decidi convocar a senhora Marcela Medeiros Sanchez para depor no lado da senhorita Júlia, dia 08, e o senhor Neymar da Silva Santos para depor no lado do senhor Neymar Júnior, dia 15.
Eduardo: Poderá ter outros participantes nessas audiências?
Juiz Paulo: Não, manteremos as reuniões privadas e com a presença somente de quem é realmente necessário. - o Eduardo assentiu. - Outra questão que preciso informar, principalmente para a senhorita Júlia, é que irei marcar uma visita domiciliar de uma assistente social em sua casa para amanhã.
Dennis: Em um horário específico?
Juiz Paulo: Deixo a escolha de vocês. Qual seria o melhor horário?
Júlia: Ficaria melhor para mim se fosse no final da tarde por causa do meu trabalho. - respondeu com os braços apoiados na mesa e olhando para o Juiz Paulo. 
Juiz Paulo: Entendi! Por volta das 16:30 então? - a Júlia concordou. - Essa visitação será com o intuito de avaliar o dia-dia da menor Maria Luíza e o convívio dela com a senhorita. Por isso, é indispensável a presença de vocês duas no momento, tudo bem?
Júlia: Sim! - a observei e me pareceu que ela estava tentando esconder o nervosismo.
Juiz Paulo: Bom, por enquanto isso é tudo. Algum de vocês têm algo a perguntar?
Júnior: Eu tenho! - exclamei alto e tanto ele quanto a Júlia, o pai dela e o Eduardo me olharam. 
Juiz Paulo: Pode perguntar...
Júnior: Quero saber como vai ficar minha situação com a minha filha enquanto estamos nesse processo. Não tenho o direito de vê-la agora que já ficou comprovado que sou o pai? - ouvi a Júlia suspirar, mas preferi ignorar. 
Juiz Paulo: Bom ponto, senhor Neymar Jr. Sim, agora que o resultado do exame já saiu e comprovou sua paternidade, o senhor têm o direito à visitações para a menor, enquanto não chegamos a uma decisão definitiva nesse processo. - respondeu e eu respirei aliviado. Graças à Deus! Não aguento mais ficar sem ver a Malu. - Não podemos esquecer que a criança em questão é muito jovem e uma transformação radical em sua rotina não seria uma boa opção. Então, preciso de um consenso entre as duas partes para decidir a melhor opção para a Maria Luíza. Por esse mesmo motivo, vamos manter essas visitações na presença da senhorita Júlia Sanchez para que não haja nenhum tipo de desconforto para a menor.
Júnior: Por mim tudo bem! - ao contrário do que a Júlia pensa, não quero causar nenhum mal para a nossa filha. 
Eduardo: Por questões profissionais, meu cliente não dispõe de uma agenda regular e por isso devemos entrar em um consenso para decidir um período de visitação que seja bom para ele também.
Juiz Paulo: Entendi! E você, senhorita Júlia Sanchez? Algum empecilho também?
Júlia: Sim! Como eu já disse, um bom período para mim seria no fim de tarde ou nos finais de semana. Também tenho tempo livre na minha folga que, infelizmente, é em dias aleatórios.
Juiz Paulo: Qual seria a melhor opção para você, senhor Neymar Jr.?
Júnior: Finais de semana, desde que não tenha nenhum jogo marcado, e nas folgas.
Juiz Paulo: Ok! Então vamos manter essas primeiras visitações uma vez por semana. A princípio, elas serão em um dia do final de semana e quando o senhor Neymar não estiver disponível elas passaram para o dia de folga da senhorita Júlia. Todos de acordo? - eu e a Júlia assentimos. - Peço que o senhor Neymar Jr. ou seu advogado informe com antecedência a senhorita Júlia ou o senhor Dennis sobre essas possíveis mudanças de dias que podem acontecer.
Eduardo: Pode deixar, senhor Juiz.
Dennis: Quanto vai ser o tempo dessas visitações?
Juiz Paulo: Creio que 2 horas de duração é um bom tempo, pelo menos por agora. - respondeu. Não é o tempo que eu queria, mas posso aguentar porque tenho fé que vai ser por pouco tempo. - Mais algum assunto para resolver agora?
Júnior: O senhor sabe que as comemorações de fim do ano estão chegando e agora que eu tenho o direito de ver a minha filha, quero muito passar o dia do Natal junto com ela em minha casa e...
Júlia: O que? Claro que não, tá maluco? - exclamou me interrompendo
Juiz Paulo: Senhorita Júlia, por favor, vamos manter a calma.
Júlia: Desculpa, senhor Juiz, mas essa exigência dele é ridícula! O senhor acabou de falar que não é bom fazer uma mudança radical na vida da Maria Luíza por agora. Você não acha que esse pedido dele é justamente isso? - disse me olhando com raiva.
Júnior: Eu tenho tanto direito quanto você. O que é um Natal em visto de muitos que você me privou de ter com ela?! - respondi tentando manter a calma. 
Juiz Paulo: Silêncio vocês dois! Vamos discutir essa questão com calma, por favor. - eu e a Júlia ficamos nos encarando em silêncio. - O senhor Neymar Jr. têm razão, senhorita Júlia. Ele tem o direito de passar alguns dos feriados comemorativos com a filha de vocês agora que foi comprovado a paternidade.
Júlia: Tá, mas como fica a minha filha...
Júnior: Nossa! - a interrompi e se olhar mata-se com certeza eu morreria com o dela. 
Júlia: Como fica a MINHA filha com essa mudança drásticas na rotina dela do nada? Ela é acostumada a passar o Natal comigo.
Juiz Paulo: Eu sei, senhorita Júlia. Por isso, creio que qualquer encontro do senhor Neymar Jr. com a menor tem que ser feito na sua presença, como já disse antes. No caso desse pedido, essa regra não seria diferente.
Júnior: Não me importo se a senhorita Júlia for junto com a Maria Luíza. Desde que eu consiga passar esse tempo com a minha filha, está tudo bem pra mim. - respondi com sinceridade. Realmente não me importo! Se esse é o único jeito de poder passar o Natal pela primeira vez com a Malu junto com a minha família, está tudo bem. Porém, tenho certeza que a Júlia não está gostando nem um pouco dessa possibilidade. E pra falar a verdade, não me importo. 
Júlia: Isso é completamente sem cabimento. Um pedido desse totalmente em cima da hora não vai fazer bem para ninguém. - disse com um tom calmo, mas com uma pontada de indignação. 
Dennis: Não seria melhor refletir por algum tempo antes de tomar qualquer decisão, senhor Juiz? - perguntou sério. 
Juiz Paulo: Certamente, senhor Dennis. Vou pensar mais sobre essa questão ao longo dessas duas semanas e quando chegar a uma decisão comunico a vocês. - eu concordei e a Júlia suspirou. - Podemos encerrar essa audiência agora? - todos confirmamos, menos a Júlia que permaneceu em silêncio com uma expressão meio aéria. 
Juiz Paulo: Bom, nos vemos na próxima audiência com a presença da primeira testemunha. Um ótimo dia à todos! - cumprimentou todos nós. A Júlia e o pai foram os primeiros a sair como da última vez, só que a diferença foi que quando eu e o Eduardo chegamos no estacionamento já não tinha nenhum sinal deles por lá. 
Eduardo: Mandou muito bem hoje, Júninho. Vamos manter nessa direção! - disse quando paramos ao lado do carro que o Big estava me esperando dentro.
Júnior: Tu acha que o Juiz Paulo aceitará meu pedido?
Eduardo: Não tem nada que impeça dele aceitar, então tem grandes possibilidades. Vamos manter o pensamento positivo, Ok?
Júnior: Beleza!
Eduardo: Está no meu horário, preciso ir. Diz ao seu pai que ligo mais tarde para agendar uma reunião com ele e você antes da próxima audiência. - assenti e nos despedimos. Entrei no carro e o Big deu partida.

                                       (...)

Encontrei somente meu pai junto com o Gil na sala de tv quando cheguei em casa.
Júnior: Cheguei hein... - falei enquanto entrava na sala e eles me olharam.
Gil: E aí, major!
Neymar pai: Qual foi o resultado do exame? - perguntou com um tom meio ansioso.
Júnior: Eu estava certo, porra. Deu positivo! - falei sorrindo e o Gil levantou para me abraçar.
Gil: Parabéns mais uma vez, moleque! Agora é oficialmente pai de dois pirralhos. - rimos.
Neymar pai: Então podemos seguir em frente e derrotar a mãe dela nesse processo.
Júnior: Isso é o de menos, Cabeça. - sentei em uma poltrona de frente para eles. - O mais importante no final disso tudo é a possibilidade de eu conseguir passar todos os momentos possíveis ao lado da minha filha.
Neymar pai: Isso também! Como foi no restante da audiência?
Júnior: O Eduardo disse que fomos bem, apesar de ter rolado mais uma discussão entre a Júlia e eu. - sentei em uma poltrona de frente para os dois.
Neymar pai: Essa menina não cansa não? Tu tem que aprender a ignora-la, Júninho. Deixa que nossa resposta ela terá no final.
Júnior: O Eduardo falou a mesma coisa, mas é difícil ouvir as mentiras dela e ficar quieto. - suspirei.
Gil: Ela ainda insiste na história do Neymarzão?
Júnior: Sim! Hoje na hora que o Juiz perguntou se tinha a chance de optar pela guarda compartilhada... - contei tudo para eles até sobre a mudança da certidão da Malu, o esquema das minhas visitações, meu pedido sobre o Natal e etc. - O Eduardo acha que ele vai aceitar meu pedido, mas eu não tenho certeza disso.
Gil: Caralho, se ele aceitar a Júlia vai ter que passar o Natal junto com a gente? - assenti.
Júnior: Na verdade eu não me importo com isso, só quero poder passar o Natal com a Malu e o Davi juntos. - sorri. - O que você acha sobre isso, pai?
Neymar pai: Por mim tanto faz. Ela mantendo distância de mim e sem insistir nessa história mentirosa na frente da nossa família e amigos, está tudo bem.
Gil: Nossa, quem vai ficar em uma situação difícil é ela né?!
Neymar pai: Vai arca com as consequências! - riu. Vou ser mais odiado do que já sou por ela se o Juiz Paulo concordar com isso. - Você disse que o Juiz marcou uma visita da assistente social na casa dela amanhã?
Júnior: Marcou! Ele disse que tanto a Júlia quanto a Malu terão que estar presentes porque será para avaliar o dia-dia da Malu e o relacionamento dela com a Júlia.
Neymar pai: Interessante... - disse pensativo.
Júnior: Ah, o Eduardo pediu pra te avisar que ele vai ligar mais tarde para marca uma reunião com a gente antes da audiência com o seu testemunho.
Neymar pai: Ótima idéia! Aliás, vou ligar pra ele agora. - levantou do sofá e saiu em direção ao escritório apressado. 
Júnior: Cadê o resto do povo dessa casa?
Gil: Sua mãe e a Mah foram no mercado e o Jota foi buscar o João na Nn. Bora no Kart mais tarde?
Júnior: Vamos! Vou buscar o Davi na Carol agora e depois do almoço a gente vai, fachou? - falei levantando.
Gil: Beleza, vai lá! - saí de casa, entrei no meu carro que estava estacionado na entrada e dei partida. Menos de 10 minutos depois cheguei no prédio da Carol, deixei o carro no estacionamento interno e peguei o elevador colocando o número do andar da Carol. 
Carol: Oi, Júninho! - disse sorrindo quando abriu a porta e eu a abracei rápido antes de entrar.
Júnior: E aí, Cah! Cadê o molequinho?
Carol: Está no quarto brincando. Vai levar ele agora?
Júnior: Vou, mas primeiro quero falar contigo.
Carol: Claro! Vamos sentar... - disse indo para o sofá da sala e eu a segui. - Quer alguma coisa pra beber?
Júnior: Não, tô tranquilo! - sentamos no sofá um do lado do outro e eu a olhei. - Fui em mais uma audiência hoje mais cedo.
Carol: Nossa, tinha esquecido que você iria saber o resultado do exame hoje. Sua mãe tinha me contado! Mas e aí, o que deu?
Júnior: Positivo! - sorri e ela também. 
Carol: Ai meu Deus... Parabéns, Júninho! - riu e nos abraçamos mais uma vez. - Que loucura essa história. Nunca iria imaginar que eu e a Júlia teríamos algo em comum quando nos conhecemos.
Júnior: É tudo muito louco mesmo! - rimos. - Qual é a chance de engravidar duas mulheres, nenhuma das duas planejado, quase no mesmo tempo?
Carol: Para pessoas normais são poucas, mas tu naquela época não era uma pessoa normal né?! - riu. - Vamos falar a verdade!
Júnior: Melhor deixar isso quieto, Cah! - gargalhei. É, tenho que concorda com ela. Início de carreira, jovem demais, fama crescendo, curtição, mulherada... Sabem como é né.
Carol: Como a Júlia reagiu ao resultado?
Júnior: Ah, bem de boa. Ela e eu já sabíamos que iria dar positivo, mas querendo ou não essa confirmação só me deixou mais feliz.
Carol: Imagino! - sorriu. - Então correu tudo bem nessa audiência né?!
Júnior: Mais ou menos! Eu e a Júlia batemos de frente algumas vezes...
Carol: Novidade! - negou com a cabeça. - Qual foi o motivo dessa vez?
Júnior: Ah, ela veio mais uma vez com a história... - contei tudo para ela igual fiz com o Gil e o Cabeça. - Mesmo ela insistindo nessa mentira o Cabeça disse que não liga dela ter que passar o Natal com a gente, caso o Juiz aceite meu pedido. - falei terminando de contar tudo. - Apesar de tudo que ela tá fazendo, ele tá disposto a conviver com ela de boa. Não entendo o motivo dela estar inventando toda essa mentira, cara. - a Carol ficou me olhando como se quisesse dizer algo. - O que foi?
Carol: Quero te dizer um pensamento meu que tive desde quando fiquei sabendo dessa história da Júlia, mas não sei se vale apena. - suspirou.
Júnior: Diz aí, quero saber...
Carol: Tudo bem... Você lembra a reação do seu pai quando ficou sabendo da minha gravidez?
Júnior: Lembro... - respondi lembrando do momento. - Não foi muito boa.
Carol: Não foi muito boa?! Foi péssima, Júninho. Lembro de cada detalhe até hoje do quanto ele ficou bravo com nós dois quando contamos para ele. Eu tava morrendo de medo por estar grávida com uma idade tão jovem e as palavras do seu pai só serviu pra intensificar meu desespero. - respondeu e eu revivi o momento na minha cabeça junto com ela. É, meu pai teve uma reação muito ruim. Ficou muito bravo e até chamou nós dois de irresponsáveis. E isso foi só o começo, se ela soubesse do quanto eu escutei depois que fiquei sozinho com ele. - Vocês dois chegaram a ficar uma semana sem se falarem e a tia Nah ficou super mal com a tensão que rodeou todo mundo. - continuou.
Júnior: Tá! A reação dele foi péssima mesmo, mas depois de um tempo ele se desculpou com a gente e admitiu que exagerou.
Carol: Mas continuou distante de tudo que envolvia a gravidez. - afirmou e eu a olhei meio confuso.
Júnior: Espera... Onde tu quer chegar com isso?
Carol: Bom... - respirou fundo. - Na minha opinião, essa história da Júlia não é tão absurda quanto você pensa.
Júnior: O que?! - perguntei um pouco chocado. - Não tô entendendo Carol... Você realmente acredita na Júlia?
Carol: Não! Não falei isso, mas só acho que você deveria considerar. Sei que é uma história muito maluca e difícil de acreditar, principalmente para você, por isso não te julgo. Só pensa sobre essas coisas que te falei e que passamos juntos. Lembra da postura do seu pai durante toda minha gravidez, do quão distante ele ficou e só se reaproximou quando o Davi nasceu. Juro pra você que não estou querendo culpar o seu pai, mas não dá pra ignorar tudo isso. Eu conheço a Júlia por pouco tempo e é realmente difícil de acreditar que ela tenha coragem de inventar uma mentira tão horrível assim. Agora imagino você, que conhece ela mais do que eu, não acha a mesma coisa? - perguntou e eu pensei um pouco antes de responder.
Júnior: Eu conheço muito a Júlia de três anos atrás e podia jurar que aquela não faria nada como isso... Mas essa de agora eu não tenho certeza. - respondi com sinceridade.
Carol: Talvez a Júlia do passado e essa de agora não tenha mudado tanto assim. Tudo é possível, Júninho.
Júnior: Acho difícil... Por que, como eu disse, não acredito que a Júlia que eu conheci não inventaria toda essa história. - passei as mãos no rosto exasperado. 
Carol: Acho que a Júlia que eu conheci algumas semanas atrás, também não inventaria essa história. E aí?! Talvez a Júlia do seu passado e essa do presente sejam a mesma. Esse é um fato que não temos certeza e é justamente por isso que eu acho que o lado dela nessa história merece ser ao menos considerado. - respondeu e eu fiquei em silêncio sem ter o que dizer e tentando digerir tudo isso. - Só pensa nisso, tá bom? Não tô pedindo para você desconfiar do seu pai e nem quero isso. Apenas considere tudo e tenta enxergar os dois lados da moeda. - assenti meio aério. - Você tá bem?
Júnior: Tô... Só minha mente que está sobrecarregada com tantos pensamentos. Aliás, nessas últimas semanas isso têm acontecido inúmeras vezes. Espero não enlouquecer! - ri fraco pra descontrair e a Carol me acompanhou.
Carol: Vai dar tudo certo! Tô aqui para o que precisar, ouviu? - disse com a mão no meu ombro.
Júnior: Obrigado, Cah! - falei sorrindo deixando os pensamentos de lado, pelo menos por agora. - Então, deixando o estresse pra depois e entrando no motivo principal que eu queria conversar com você. Agora que tá confirmado que a Malu é minha filha, acho que quero conversar e contar logo para o Davi.
Carol: Tudo bem, você que escolhe. Vai ser no momento que tu achar melhor...
Júnior: É um bom momento agora. Quero tirar esse peso de mim e ver a alegria dele descobrindo que têm uma irmãzinha. - sorrimos.
Carol: Tenho certeza que ele vai ficar super feliz. - sorriu. - Quer que eu te ajude a explicar pra ele?
Júnior: Claro que sim! Preciso de alguém para interferir caso eu me enrole. Tu sabe que não tenho um bom jeito pra essas questões... - rimos.
Carol: Sei como é! Então vou lá chamar ele e vocês conversam. Vou ficar no meu canto e se precisar te do uma força, ok?
Júnior: Beleza! - ela levantou do sofá e saiu da sala. Enquanto isso fiquei sentado com os cotovelos apoiados no joelho e tentando chegar na melhor forma de contar para o Davi. Ele ainda é muito pequeno então não precisa saber dos detalhes, mas eu sei que surgirá algumas dúvidas na cabeça dele. 
Davi: Papai! - ouvi ele chamando antes mesmo de chegar na sala correndo e se jogando em cima de mim.
Júnior: E aí, filhão! - ri. - Tava fazendo o que lá no seu quarto sozinho?
Davi: Bincando de dinossaulo. - respondeu enquanto eu me ajeitava com ele sentado no meu colo. - Você veio me pegar, papai?!
Júnior: Sim, vamos no Kart mais tarde junto com os seus tios.
Davi: Oba!!
Júnior: Mas primeiro quero conversar com você... - falei quando vi a Carol voltando para a sala e sentando na poltrona de frente pra gente. - Presta atenção, tá bom?
Davi: Tá! - concordou me olhando atentamente. 
Júnior: Bom... - fiz uma pausa pra respirar fundo. - Lembra da Malu que você conheceu junto com a sua mãe?
Davi: Xim! Eu e a Malu bincamos no parque junto com a mamãe e a titia Xúlia. Foi muito legal né, mamãe? - perguntou olhando para a Carol que sorriu.
Carol: Foi sim, filho!
Davi: Quando a xente vai bincar de novo?
Carol: Espero que em breve... - respondeu olhando brevemente pra mim. - Deixa o seu pai continuar a falar, tá bom? - ele assentiu e voltou a olhar pra mim.
Júnior: Você gostou dela né?
Davi: Xim! - disse sorrindo e nem preciso dizer que também sorri largamente com essa resposta né?!
Júnior: Então... Naquele dia que o papai foi buscar você no parque descobri que a mamãe da Malu e eu já nos conhecíamos. Foi à muito tempo atrás, antes de você nascer.
Davi: Viu a Malu também?
Júnior: Não, a Malu não! Ela ainda não tinha nascido igual você. - ri fraco. 
Davi: Aaaah... tá! - exclamou com um semblante pensativo. - Você é amigo da titia Xúlia igual a mamãe então?
Júnior: Não... Quer dizer, mais ou menos. - completei depois de pensar um pouco. - É que a gente se conheceu, mas depois nos distanciamos e não se vimos mais.
Davi: Purque?
Júnior: Por que?! - olhei para a Carol e a mesma estava com uma cara de "Você está se enrolando".
Carol: Porque o destino quis assim, filho. - disse me salvando. - Agora não dar pra te explicar cada detalhe, mas daqui um tempo quando você estiver maior vai entender, tá bom? - o Davi assentiu e eu suspirei aliviado. - Acho que é melhor ir direto ao ponto, Júninho.
Júnior: Tá bom! Então, filhão, nesse tempo que eu conheci a Júlia ela ficou grávida da Malu igual a sua mãe ficou de você.
Davi: Dã! Claro que sim, papai. Todos os neném nascem só depoix que as mamães ficam gavidas. - respondeu tranquilamente e a Carol gargalhou enquanto eu fiquei bugado. Você tá confundindo ele e se confundindo com essa explicação, cara. 
Carol: Ao ponto, Júnior, ao ponto! - disse tentando prender o riso.  
Júnior: Olha, o que o papai tá querendo dizer é que eu fiz a Malu junto com a Júlia igual fiz você junto com a sua mãe... - o que eu tô fazendo, meu Deus?! - Lembra que eu te disse que o cara lá de cima pega um pedaço do papai e junta com um da mamãe dentro da barriga dela e aí surge o neném?
Davi: Xim!
Júnior: Então, a Malu também foi feita com um pedaço meu igual você só que o outro pedaço foi da titia Júlia e não da sua mãe. - terminei de explicar e fiquei olhando para ele esperando por alguma reação que não teve. Ué?! Olhei mais uma vez pra Carol confuso pela falta de reação dele e ela tava sorrindo negando com a cabeça. 
Carol: Amor, o que o seu pai tá querendo dizer é que você e a Malu são irmãos. - disse sem rodeio e o Davi só levou 2 segundos para demonstrar a reação que eu queria.
Davi: Vedade, papai? - me perguntou já com um sorriso no rosto.
Júnior: É sim! A Malu é sua irmã...
Davi: Que maneilo!! - exclamou descendo do meu colo e pulando pela sala. Eu e a Carol ficamos rindo olhando sua empolgação. 
Júnior: Isso quer dizer que você gostou então?
Davi: XIM! Eu quelia ter um imãozinho igual ao meu amigo da escola, mas uma imãzinha é legal tabem né, mamãe?
Carol: É sim! Vocês vão poder brincar de várias coisas juntos e se divertir bastante.  Você agora é um irmão mais velho, mesmo que seja por alguns meses... - rimos. - Então tem que ser responsável pela Maluzinha. Cuidar e ajudar ela!
Davi: Eu vou cuidar e não vou deixar ela fazer dodói. - disse com convicção e um nó de emoção surgiu na minha garganta só por ouvir isso. Eu sou o cara mais sortudo do mundo com filhos incríveis ♡. 
Carol: É isso aí, meu amor! Tenho certeza que ela vai amar ter você a protegendo. - disse sorrindo e piscando para mim quando percebeu meu estado. - E o Júninho vai proteger vocês dois... da mesma forma que irá mimar também. - revirou os olhos para a última parte e eu ri.
Júnior: Papel de pai né? Sabe como é!
Carol: Infelizmente sei... - disse sem conseguir ficar séria e rindo junto comigo.
Davi: Você vai levar a gente no paque, Papai?
Júnior: Claro que sim, moleque! Logo, logo nós três vamos estar juntos e brincar bastante.
Davi: A mamãe tabem? - assenti. - E a titia Xúlia? Ela ainda é a mamãe da Malu né?
Carol: A Júlia vai ser sempre a mamãe da Malu, filho. O Júnior é o pai de vocês, mas as mamães são diferentes. Eu sempre vou ser sua mãe e a mamãe da Malu sempre será a Júlia, tá bom?
Davi: Tá! Posso ver a Malu agora? Quero falar com ela. - pediu ficando entre as minhas pernas.
Júnior: Agora não dá, filhão. Mas depois que a gente voltar do Kart o papai vai ligar por vídeo para a Júlia e ela vai colocar a Malu pra falar comigo. Se quiser podemos falar com ela juntos...
Davi: Eu quelo!
Júnior: Então vai lá pegar as coisas que você quer levar lá pra casa pra gente ir.
Davi: Posso levar os dinossaulos?
Júnior: Pergunta a sua mãe!
Davi: Pode, mamãe? - perguntou olhando para ela que concordou e ele correu para o quarto todo feliz. 
Carol: Essa alegria é contagiante! - riu.
Júnior: É mesmo... - sorri. - Obrigado, Cah! Sua presença foi muito importante, assim como eu pensei que seria.
Carol: Que nada, você foi bem... optou por um caminho complicado e com informações meio desnecessárias, mas no geral mandou bem. - eu ri.
Júnior: Tu tá sendo modéstia, pode falar...
Carol: É, um pouquinho! - gargalhamos. - Às vezes acho que tu se esquece da idade do seu filho, juro.
Júnior: Eu avisei que não era muito bom nisso. - ri. 
Carol: O importante é que no final deu tudo certo, né?!
Júnior: Verdade! Agradeço a você por isso mais uma vez.
Carol: Não é pra tanto, Júninho! Só dei uma ajudinha... - rimos. - Vamos lá ver o que o seu filho tá aprontando lá dentro com essa demora. - disse levantando do sofá, eu fiz o mesmo e seguimos para o quarto do Davi que estava agachado no chão rodeado de brinquedos. - O que você está fazendo, garoto?
Davi: Proculando os dinossaulos!
Carol: Na casa do seu pai tem vários dinossauros também, Davi. Não precisa levar todos!
Júnior: É, molequinho! Leva só alguns e quando chegar lá você junta com os outros, tá?
Davi: Tá bom!
Carol: Coloca esses brinquedos espalhados de volta no cesto. Enquanto isso vou lá no closet arrumar uma bolsa pra você levar. - disse já indo pra lá e eu fiquei ajudando o Davi a fazer o que ela pediu. Terminamos antes mesmo dela voltar, ficamos fazendo palhaçadas pra tirar fotos e eu acabei postando uma montagem com algumas. 



NeymarJr: O louco destino que nos mostra o quanto podemos ser mais completos do que imaginamos. +1♡

neymarzetes: Lindos da minha vida
foryounjr: I love you ♡
davi_mendes: O moleque tá enorme já
fcnjr10: Que legenda reflexiva é essa??
nadine.goncalves: Meus amores, estou esperando vocês.
lidia.borges: Ele é tão lindinho. Deus abençoe!
neylandia: E esse +1? Achei suspeito @fcnjr10
brumarlife: Bebezinhos ♡
leopicon: Menor sagaz pronto pra ir nos rolê com toiss
rafaella: Venham logo, saudades!
pretinho_njr: Acho q ele tá falando do Davi mesmo @fcnjr10


Parei de ler os comentários assim que a Carol voltou para o quarto com as coisas do Davi, nos despedimos dela e fomos para a minha casa.





By Vic:
Olá, meninas! 
Desculpa pela demora desse capítulo, mas infelizmente não tive como postar antes. Quero avisar a vocês que postar com frequência ficará difícil porque acabei de entrar em uma faculdade e vocês devem saber que no começo a vida dos universitários fica um caos né. 
Minha intensão não é parar de escrever essa fic porque tenho várias idéias formadas para ela. Mas não sei se conseguirei conciliar com as coisas da facul. 
Posso dizer com sinceridade que farei o possível pra não sumir daqui, então só peço paciência para vocês. 
Bjs e até logo! ♡










sábado, 2 de março de 2019

Capítulo 16 -"Outro jeito só se uma das duas partes desistirem."

Quarta, Novembro de 2014

 Quando acordei no dia seguinte por pura vontade própria, o Pedro ainda estava dormindo. Levantei da cama lentamente, fui para o banheiro, fiz xixi, me sequei e lavei as mãos, passei enxaguante bucal do Pedro na boca, lavei e sequei o rosto, fiz um coque alto no cabelo, voltei para o quarto e mesmo não querendo vesti a mesma roupa de ontem. Peguei meu celular, vi que a hora marcava 09:45 e que tinha uma chamada perdida da minha mãe. Desci pra cozinha ligando para ela, que atendeu no segundo toque.
Marcela: Júlia?
Júlia: Oi, dona Marcela! - respondi um pouco baixo pra não acordar o Pedro.
Marcela: Onde você tá? A Jéssica disse que você dormiu na casa de um amigo, que amigo é esse?
Júlia: Um amigo, ué. - ri. Abri a geladeira e decidi fazer ovos mexidos para o café depois de analisar o que tinha dentro. - Você ainda não conhece, ele era um amigo do Daniel antes e foi ele que apresentou pra mim e a Jéssica.
Marcela: Entendi! Mas é só amigo mesmo? - perguntou em um tom desconfiado e eu ri mais uma vez. 
Júlia: Não, mãe! Digamos que essa noite rolou algo além da amizade. - peguei a frigideira e liguei o fogão. 
Marcela: Júlia, Júlia... Se cuidou?
Júlia: É óbvio né! Não tenho mais 19 anos, sei das minhas responsabilidades... - revirei os olhos.
Marcela: Eu sei, mas é sempre bom lembrar.
Júlia: Você já tá na loja? - perguntei apoiando o celular no ombro pra quebrar os ovos.
Marcela: Sim! Saí de casa logo depois que o seu pai e a Jéssica saíram para o trabalho. A Malu ficou dormindo e a Rosa de olho nela. Que horas você vai pra casa?
Júlia: Daqui à pouco! Preciso fazer o que você pediu e depois descansar pra mais tarde ir para o hospital.
Marcela: Tá bom! Deixei os papéis na estante da sala hein...
Júlia: Ok!
Marcela: Preciso desligar, tô cheia de mercadorias pra embrulhar. Beijos e vai logo pra casa.
Júlia: Sim, senhora. Beijo! - desligamos. Coloquei o celular no bolso e quando já estava terminando de fazer os ovos mexidos, vi o Pedro descendo as escadas vestindo apenas uma bermuda. - Te acordei?
Pedro: Não!
Júlia: Que bom... Bom dia, flor do dia!
Pedro: Bom dia, linda! - sorriu e beijou minha bochecha. 
Júlia: Tomei a liberdade de invadir sua geladeira e preparar algo pra gente comer.
Pedro: Tudo bem! Se quiser, pode vir todo dia fazer isso. - rimos. - Precisa de ajuda?
Júlia: Têm algo pra beber?
Pedro: Acho que tem suco... - foi até a geladeira e eu peguei dois pratos pra dividir os ovos. - Acordou a muito tempo?
Júlia: Não, tem mais ou menos 15 minutos. Me orgulho por isso porque pra quem dormiu tarde da noite ontem isso até que é cedo. - ri.
Pedro: Verdade! Que horas você vai para o hospital mais tarde? - serviu os sucos e nos sentamos no balcão. 
Júlia: Por volta das seis! Antes disso tenho que resolver algumas coisas na rua pra minha mãe e depois ficar um pouco com a Malu. Também é o tempo que a Jéssica chega e me leva lá... - respondi antes de comer um pouco dos ovos.
Pedro: Você não vai de carro? - neguei.
Júlia: Quando é plantão não vou de carro porque sempre no dia seguinte tô morta de cansaço e não gosto de dirigir assim.
Pedro: Tá certa! Se quiser posso te buscar amanhã... - disse depois de tomar um gole do suco e eu o olhei. 
Júlia: Mas você não vai trabalhar?
Pedro: Vou, mas talvez dê pra te pegar e levar na sua casa antes de ir pra agência. Que horas termina o plantão?
Júlia: Às sete e meia.
Pedro: Então, dá tempo sim.
Júlia: Não vai ficar muito puxado?
Pedro: Claro que não, é meu caminho mesmo.
Júlia: Então tá! - sorri.
Pedro: Fechou, te aviso quando chegar lá. - assenti, terminamos de tomar café e ele foi se vesti pra me levar para casa. Lavei as coisas que usamos enquanto isso, coloquei meus benditos saltos de volta, ele desceu e saímos do ape. Pegamos o elevador para o estacionamento, entramos em seu carro, ele deu partida e em meio a conversas aleatórias chegamos na minha residência. - Está entregue, senhorita!
Júlia: Obrigado, meu senhor. - sorri.
Pedro: O prazer é todo meu... - fez uma pausa. - Quer dizer, ontem foi todo nosso. - rimos.
Júlia: Tu não deixa passar uma né?!
Pedro: Mas sério, adorei nossa noite! - disse sorrindo.
Júlia: Eu também, mas não tanto quanto você.
Pedro: Claro, até porque quem teve o direito de fazer qualquer pedido foi eu...
Júlia: Exatamente! - rimos. - Dá próxima é minha vez...
Pedro: Então vai ter próxima?! - disse me fazendo perceber o que eu falei. 
Júlia: Então... - fiquei sem palavras e ele riu do meu constrangimento. Idiota! - Quem sabe né.
Pedro: Eu já sei e quero que tenha. - sorrimos. - Não vai mudar nada entre a gente né?
Júlia: Não! Continuamos amigos, mas com alguns adicionais uma vez ou outra. - rimos.
Pedro: Fechado, então! Agora vem aqui, preciso de uma despedida digna, por favor... - disse colocando uma das mãos na minha nuca e se inclinando para iniciar um beijo rápido, mas profundo. - Agora sim, até amanhã cedo.
Júlia: Até! Beijo, americano. - abri a porta do carro.
Pedro: Beijo, linda! - sorriu e só deu partida quando cheguei na porta de casa.
Malu: Mamãe! - gritou quando me viu entrando na sala. 
Júlia: Oi, meu amor! - sorri e peguei ela no colo quando a mesma veio correndo pra perto de mim. - O que você tá fazendo aqui sozinha? - beijei sua bochecha. 
Malu: Bincando! - apontou para alguns brinquedos espalhados no chão. 
Júlia: E por que aqui na sala e não no quarto de brinquedos?
Malu: Puque eu não quelia lá e a Losa deixou depoix que eu pometi guardar tudo no lugar quando termina.
Júlia: Ah, se é assim tudo bem! Mas vai ter que guardar mesmo, ouviu? - ela assentiu. 
Rosa: Maluzinha? Tá falando com quem? - perguntou vindo da cozinha e sorriu quando me viu com a Malu no colo. - Oi, minha filha! Nem ouvi você chegar.   
Júlia: Bom dia, Rosinha!
Rosa: Bom dia!
Júlia: Essa garotinha tá dando muito trabalho?
Rosa: Não! Tá quietinha aqui brincando desde a hora em que acordou. Não quis ficar no quarto de brinquedos e eu acabei deixando ela ficar aqui com a condição de guardar os brinquedos depois. - riu.
Júlia: Ela acabou de me contar isso. Fez certo, quem faz a bagunça tem que arrumar né?! - falei pra Malu e ela assentiu. 
Rosa: Já tomou café, Júlinha?
Júlia: Já! Só quero tomar um banho agora... - beijei o pescoço da Malu antes de coloca-la no chão. - E é exatamente isso que vou fazer.
Rosa: Tá bom! Vou voltar lá pra cozinha começar a preparar o almoço. Tem preferência por alguma coisa?
Júlia: Uma lasanha com arroz quentinho cairia bem agora, Rosinha. - ri.
Rosa: Tá bom, vou ver o que eu posso fazer. - sorriu e voltou pra cozinha.
Júlia: Amor, a mamãe vai subir rapidinho pra tomar banho tá? - ela assentiu. - Continua brincando aqui e qualquer coisa chama a Rosa.
Malu: Tá bom! O Xúninho vai ligar agola, mamãe?
Júlia: Agora não, princesa! - suspirei. Tava tão bom essa parte complicada da minha vida no esquecimento por esse tempo. - Mais tarde vocês se falam, tudo bem?
Malu: Tá! - respondeu voltando para os brinquedos e eu subi para o meu quarto.

                                 (...)  

Depois do almoço decidi ir logo no correio para minha mãe e levei a Malu comigo. Quando enfim consegui resolver tudo, fomos para o shopping e nós duas ficamos passeando pelas lojas até a fome bater. 
Júlia: O que você quer? - perguntei depois que a gente se acomodou em uma das mesas da praça de alimentação. 
Malu: Quelo... - fez uma pausa pra pensar. - O lanche que vem com binquedinhos.
Júlia: McLanche Feliz?
Malu: Xim!
Júlia: Tá! Toma, fica aqui vendo desenhos que a mamãe vai aqui do ladinho fazer o pedido. - entreguei meu celular já na pasta dos seus desenhos baixados. - Não saí, hein... - ela assentiu. Levantei e fui para a cabine do Mc, que fica a alguns passos da nossa mesa. 
Atendente: Buenas tardes! Cuál será tu pedido? 
Júlia: Buenas tardes! Quiero el combo McLanche Feliz junto con el refresco y un Milk-shake de fresa con frutas rojas, por favor.
Atendente: Muy Bien! Vamos a notificarle cuando su pedido esté listo.
Júlia: Gracias! - falei sorrindo e voltei pra perto da Malu. - Voltei! - falei pra ninguém especificamente porque ela não estava prestando atenção em mim e sim no celular. Revirei os olhos e peguei uma revista, que eu tinha comprado mais cedo, pra ler e passar o tempo. 
Malu: Mamãe, o Xúninho tá ligando agola. - disse algum tempo depois e me mostrou o celular sorrindo.
Júlia: Atende, mas não levanta muito o celular. - o que eu menos preciso agora é de alguém vendo o Neymar na tela do meu celular. Graças a Deus o local não está cheio.
Malu: Oi, Xúninho! Tô no shoppi com a mamãe. - disse assim que aceitou a ligação.
Júnior: Oi, minha princesa! O que vocês estão fazendo aí?
Malu: A xente vai comer! Eu pedi o lanche que vem com binquedinhos, voxê já compou uma vezi?
Júnior: Claro que já! - riu. - Compro para o Davi direto.
Malu: Voxê vai compar pra eu tabem?
Júlia: Maria! - exclamei em um tom de repreensão. - É feio perguntar isso.
Júnior: Deixa, Júlia! Sou o pai dela e ela pode me pedir o que quiser.
Júlia: Mas não foi assim que eu criei minha filha e não vai ser agora que vou mudar isso...
Júnior: Ah, a criação da nossa filha que eu não pude fazer parte né?! - disse enfatizando o "Nossa".
Júlia: Esse não é o momento para conversar sobre isso, Júnior. - suspirei olhando para a Malu que observava tudo isso. 
Júnior: Você têm razão, outra hora a gente ver isso. Então, Maluzinha, logo logo vou levar você e o Davi pra comer vários desses lanches que vem com brinquedos.
Malu: Oba! - exclamou empolgada e ele riu. Não vai ser tão fácil quanto eu pensava de nós dois entrar em um consenso sobre tudo que desrespeita a nossa filha. Mas de uma coisa eu tenho certeza, não vou mudar a criação dela por algo que eu não acho certo e não quero que ela siga. 
 Vi que chamaram a senha do meu pedido e eu deixei os dois conversando pra ir buscar e pagar.
Júlia: Aqui, Malu! - falei colocando o lanche na frente dela na mesa. 
Malu: Quelo pegar o binquedo, mamãe.
Júlia: Espera, deixa eu abrir... - abri a caixinha e entreguei o saquinho com o brinquedo dentro pra ela.
Malu: Xúninho, olha! - disse mostrando pra ele e enquanto isso eu coloquei o canudo no suco dela.
Júnior: Que maneiro! Quem é essa aí, a filha da barbie?
Malu: A babie não é mamãe, Xúninho! - falou com um tom meio indignado e eu ri. - Essa é a nindinha das meninas super podelosas.
Júnior: Desculpa tá? Não sábia! - riu. 
Malu: Eu diculpo voxê...
Júlia: Apoia o celular na mesa e come o lanche, Maria. - pedi enquanto tomava meu Milk-Shake, ela fez exatamente o que falei e eu voltei para a minha revista.
 Quando enfim terminamos de lanchar, o Júnior e ela se despediram e nós duas fomos para casa já que estava perto da hora de ir para o hospital. 
Dennis: Onde minhas duas meninas estavam? - perguntou quando nos viu entrando na sala onde ele estava sozinho. 
Malu: No shoppi, vovô. - respondeu indo até ele e eu coloquei as sacolas de compras, que por incrível que pareça não foram muitas, no sofá.
Dennis: Comprou presente para o vovô?
Malu: Não, só pra eu... - eu ri.
Dennis: E tu fala isso com a cara mais lavada né monstrinha?! - disse enchendo ela de cócegas, o que a fez ri.
Júlia: A mãe e a Jéssica já chegaram?
Dennis: Sua mãe não e a Jéssica sim. Tá lá em cima...
Júlia: Vou subir também. - peguei as bolsas. - Vai ficar aqui, princesa?
Malu: Xim!
Dennis: Depois desce porque quero falar contigo.
Júlia: O que foi? - perguntei o olhando. - É sobre as audiências?
Dennis: Sim, mas depois conversamos melhor. - assenti um pouco preocupada e fui para as escadas deixando ele brincando com a Malu. 
Jéssica: Posso saber onde a senhorita estava? - perguntou quando me encontrou no corredor. 
Júlia: Por acaso tu é meu pai ou minha mãe?
Jéssica: Não!
Júlia: Por acaso tu é meu namorado ou marido?
Jéssica: Também não, graças a Deus. - riu.
Júlia: Idiota! - ri e continuei andando.
Jéssica: Ou, tu não respondeu minha pergunta... - disse me seguindo. 
Júlia: Se você não é nenhuma dessas coisas que falei, então não te interessa.
Jéssica: Nossa! Ia te contar quem apareceu lá no hospital hoje com um buquê de flores pra mim... - entramos no meu quarto.
Júlia: Quem foi o bendito? - coloquei as coisas na cama e olhei pra ela curiosa.
Jéssica: Não te interessa também ué! - soltou beijo pra mim e riu.
Júlia: Era brincadeira, amiguinha. Eu estava no shopping com a Malu... Agora me conta, quem foi?
Jéssica: Ah, ninguém! Só queria que tu prova-se do mesmo veneno. - gargalhou. 
Júlia: Que vaca você é garota. - joguei um dos tênis, que eu estava tirando, nela e a mesma pegou ainda rindo.
Jéssica: Nós somos! Nem em sonhos eu ganho flores, imagine na vida real... - rimos. - Mas me diz, como foi lá com o Pedro?
Júlia: Foi legal...
Jéssica: Só legal?! Não me diz que aquela gostosura toda é só de enfeite, por favor.
Júlia: Claro que não! - ri.
Jéssica: Ufa, ainda bem! Se não é, como tu têm a coragem de dizer que foi só legal? Foi você que deu pra trás?
Júlia: Por incrível que pareça, dessa vez não. - fui para o closet com as compras e ela me seguiu.
Jéssica: Então foi mais do que legal e você tá sendo modéstia né?!
Júlia: Sim... - revirei os olhos. - Foi sensacional! Tá bom agora?! - coloquei as sacolas em um canto e comecei a escolher meu look para o hospital. 
Jéssica: Agora sim, uma resposta digna pra aquele tanquinho americano. - rimos. - Ele te trouxe hoje cedo? - assenti.
Júlia: Deu tempo de almoçar e depois ir resolver algumas coisas pra dona Marcela na rua. Quando terminei resolvi ficar no shopping com a Malu pra passar o tempo.
Jéssica: Comprou o quê? Algo pra mim? - perguntou indo abrir as bolsas.
Júlia: Algumas roupas, mas a maioria é pra Malu. - montei meu look com uma calça jeans, um suéter e uma bota de cano curto confortável pra passar grande parte da noite em pé. - Você vai me levar no hospital depois.
Jéssica: Eu me ofereci? Porque não estou lembrada!
Júlia: Não precisa oferecer. Amizade é pra essas coisas...
Jéssica: Pra servi de motorista? Ok! - rimos. - Mas tu vai voltar como amanhã? Meus serviços não vão estar disponível.
Júlia: Por causa disso mesmo o Pedro vai me buscar antes de ir para o trabalho.
Jéssica: Ele vai é?! - disse com um tom desconfiado. - Já decidiram como vai ficar esse lance de vocês?  
Júlia: Sim! Continuamos amigos, mas com alguns adicionais.
Jéssica: A famosa amizade colorida. - rimos. - Mas tu sabe que é raro dar certo né?!
Júlia: Sei, mas a nossa vai dar. - peguei meus produtos de banho. - Vou me aprontar para esse plantão tedioso que está vindo pela frente.
Jéssica: Tá! Vou descer pra comer alguma coisa antes da gente ir.
Júlia: Aproveita e leva essas sacolas com coisas da Malu para o quarto dela, por favor. - ela assentiu e eu fui para o banheiro. 
 Quase uma hora depois terminei de me arrumar, peguei minhas coisas e desci postando uma foto que eu tinha tirado alguns minutos antes. 




Sanchezjú: Fingindo plenitude, mas na verdade tô acabada só de pensar no Plantão de hoje à noite.

loveforjulia: Pq tão linda ♡
fcjusanchez: Bom Plantão meu amor!
leopicon: Vai trabalhar pra colocar as coisas dentro de casa agora, mulherrr
muniz.gab: Gata!
gabrielarippi: Nem parece que caga ♡
pedro_müller: So beautiful!  
malumylove: A melhor haha @GabrielaRippi
sanchezju: Tô indo meu marido vagabundo @leopicon
liaduarte: Queria ser plena assim também
sanchezju: So beautiful too ♡ @Pedro_Müller
rachelapollonio: Hahahahahahaha @SanchezJú @LeoPicon 
juliaforever: Ta rolando algo entre a Júlia e esse Pedro gente?

Saí do insta antes de virar uma bagunça com esse último comentário e porque cheguei na sala, onde meu pai e a minha mãe estavam. 
Marcela: Oi, já tá indo para o hospital?
Júlia: Sim! Chegou agora? - cheguei perto dela e beijei sua bochecha.
Marcela: Têm alguns minutos... A Jéssica vai te levar lá? - assenti.
Júlia: Cadê ela e a Malu?
Dennis: Foram comer não sei o que na cozinha. Ainda tem alguns segundos antes de sair?
Júlia: Tenho, mas mesmo se não tivesse eu chegaria atrasada porque tô louca de curiosidade pra saber o que tu quer falar.
Dennis: Não é pra tanto, Júlia! É só pra te deixar saber que o pessoal do laboratório vai vir aqui amanhã colher o material do exame na Malu.
Júlia: Ué, pensei que eu teria que levar ela até lá. - falei surpresa. 
Marcela: Eu também, mas seu pai disse que acharam melhor vir até aqui por a Malu ser muito nova.
Júlia: É, faz sentido! - suspirei. - Informaram o horário certo?
Dennis: Por volta das duas horas da tarde. Vai dar pra você atender? Não vou poder estar presente porque tenho uma reunião nesse horário.
Júlia: Dá sim! Só vão coletar mesmo né?!
Dennis: Sim, vai ser rapidinho. Normalmente esses testes são feitos pela coleta da saliva. - assenti. Ainda bem! Nunca gostei de ver a minha filha sendo picada. - O Juiz Paulo também enviou outra intimação.
Júlia: E aí? - perguntei apreensiva. 
Dennis: Deu prazo de urgência para o exame ficar pronto e daqui uma semana é a segunda audiência.
Marcela: É a parti dessa que as coisas vão começar de verdade né?!
Dennis: Exatamente! Logo após o resultado for revelado, o Juiz irá entrar definitivamente na questão da guarda da Malu.
Júlia: Tudo bem! - engoli em seco. - Não vou dizer que estou preparada, mas vamos em frente. Não tem outro jeito né?!
Marcela: Infelizmente!
Dennis: Outro jeito só se uma das duas partes desistirem. - respondeu e eu ri amargamente.
Júlia: Não consigo imaginar o Júnior e aquele cretino desistindo... E eu nem preciso responder que não desisto por nada nesse mundo né?! Aliás, se eu desistisse estaria desistindo exatamente do meu mundo.
Marcela: A gente sabe, minha filha. - sorriu fraco. - Estamos juntos e desistência não passa na cabeça de nenhum de nós.
Dennis: Vamos seguir e seja o que Deus quiser.
Júlia: Amém! - suspirei. - Vou lá chamar a Jéssica e me despedir da Malu.
Marcela: Também vou lá! - levantou do sofá e nós duas fomos para a cozinha.
Malu: Mamãe, tô comendo noninho. - ela e a Jéssica estavam na mesa e a Rosinha no fogão, como sempre. 
Júlia: É, meu amor?! Quem te deu?
Malu: A titia Jés!
Jéssica: Sou a melhor titia do mundo, né princesa?
Malu: Xim! - exclamou empolgada e com a boca cheia.
Marcela: Deixa sua tia Sarah ouvir isso. - disse abrindo a geladeira. 
Rosa: Ia dar início a mais uma discussão. - riram.
Júlia: Não aguento mais assisti essa novela de quem é a melhor tia do planeta. - revirei os olhos.
Jéssica: Tu fala isso porque não existe concorrência no seu cargo, querida.
Júlia: É o esperado né?! - rimos. - Vocês duas esquecem que a criança pode ter várias tias melhores do mundo.
Jéssica: Eu sei, mas uma posição única é bem melhor.
Marcela: Vai ficar mais difícil então porque agora chegou várias na concorrência também. - riu.
Júlia: Verdade! Tias nem são tantas, agora tios... Não dá nem pra contar nos dedos. - bufei.
Jéssica: Droga! Vou ter que me esforçar mais... - rimos. 
Júlia: Pensa nisso em outra hora porque agora não dá. Agora vamos ou vou chegar atrasada nesse bendito plantão.
Jéssica: Bora! - disse levantando da cadeira e pegando um biscoito.
Júlia: Princesa, a mamãe tá indo para o trabalho tá bom? - agachei ao lado da Malu.
Malu: Tá!
Júlia: Amanhã quando você acordar já vou estar aqui e de tarde se der a gente vai no parquinho.
Malu: Oba! - deu um sorrisão e eu beijei sua testa. 
Júlia: Tchau!
Malu: Tchau, mamãe!
Marcela: Vai vir de táxi amanhã ou precisa que alguém te busque? - perguntou quando fui abraçar ela.
Júlia: Não preciso, um amigo vai me trazer.
Marcela: O Daniel?
Júlia: Não! - me despedi da Rosinha.
Marcela: Por acaso esse amigo é o mesmo de ontem?
Júlia: É sim! - olhei pra ela e a mesma ficou me encarando com uma expressão de que estava querendo saber mais. - Outra hora falamos melhor sobre isso, dona Marcela. Agora estou atrasada, beijo! - sorri e saí junto com a Jéssica. 


 Quinta, Novembro de 2014  


Helena: Doutora Júlia, acabou de chegar um paciente na emergência e o doutor Sérgio está te solicitando lá. - disse aparecendo na porta da minha sala, onde eu estava a 15 minutos descansando depois da última consulta. 
Júlia: O caso é grave? - perguntei pegando o meu jaleco.
Helena: Pelo o que ele disse, é sim!
Júlia: Ok! Obrigada, Helena. - saímos juntas da minha sala, peguei o elevador e minutos depois cheguei  na área da emergência. 
Sérgio: Júlia, preciso que você estabilize o pescoço o mais rápido possível. O paciente está com insuficiência respiratória tipo 2. - informou assim que me viu chegar e eu imediatamente corri para fazer o que foi pedido. 
Júlia: O que aconteceu? - perguntei virando com cuidado o pescoço da vítima e tentando achar uma posição que não interfira na corrente respiratória. 
Sérgio: Acidente de carro... Susan, preciso de mais gases. - a enfermeira entregou e ele voltou a pressionar o abdômen do paciente. - Entorse no pescoço e lesão exposta no abdômen nível 6.
Júlia: A estabilização não é suficiente, o paciente apresenta sinais de parada cardiorrespiratória. - falei observando que a respiração do paciente não voltava ao normal quando coloquei um colar cervical. - Preciso de um ambu rapidamente, enfermeira Susan.
Susan: Um segundo, Doutora Júlia. - disse montando o aparelho com o tubo.
Sérgio: O que você recomenda fazer Júlia?
Júlia: Eu recomendaria começar agora uma pré-ventilação com o ambu e depois realizar uma intubação endotraquial. - a enfermeira me entregou o ambu, coloquei a máscara de oxigênio no rosto do paciente e comecei a pressionar a bomba de ventilação manual. - Essa opção evitaria fazer algo tão evasivo quanto uma traqueostomia.  
Sérgio: Boa, então se prepara. Você vai entrar comigo na sala de cirurgia.
Júlia: Tá!
Sérgio: Susan, informa a ala cirúrgica que preciso de uma sala nesse exato momento e de mais dois enfermeiros auxiliares.
Júlia: No caminho interfone para a minha sala e pede para a Helena me encontrar na sala preparatória, por favor. - ela assentiu e saiu.
Sérgio: Preparada para se locomover?
Júlia: Sim! - ele começou a empurrar a maca na direção do elevador enquanto eu continuava fazendo a ventilação manual. 
Xxx: A sala 3 está liberada e esterilizada, doutor Sérgio e doutora Júlia. - outra enfermeira informou quando saímos do elevador no 6° andar que é o cirúrgico.
Sérgio: E os enfermeiros que eu solicitei?
Xxx: Já estão esperando na sala preparatória. - o Sérgio assentiu e continuamos nosso caminho. Quando enfim chegamos na área preparatória um dos enfermeiros assumiu minha posição, o outro a do Sérgio e levaram o paciente para dentro da sala cirúrgica. 
Júlia: Quanto tempo será que vai durar todos os procedimentos? - perguntei quando nós dois começamos a se lavar.
Sérgio: Não consigo calcular, o ferimento do abdômen é bastante complexo. Por conta disso ainda não sei exatamente a causa de tanto sangue.
Júlia: Vai realizar uma laparotomia?
Sérgio: Pretendo evitar ao máximo. Primeiro tentarei a laparoscopia. - assenti e a Helena apareceu na porta.
Helena: Doutora Júlia, mandou me chamar?
Sérgio: Bom, vou deixar vocês. Preciso começar os trabalhos o quanto antes.
Helena: Boa cirurgia, doutor Sérgio.
Sérgio: Obrigado, Helena. - sorriu fraco e me olhou. - Te vejo lá dentro!
Júlia: Ok... - ele saiu e eu virei pra Helena. - Preciso que você pegue meu celular que está na gaveta da minha mesa e mande uma mensagem para o único contato que está escrito Pedro.
Helena: O que você quer que eu fale?
Júlia: Diz que surgiu um caso de última hora e por conta disso sairei mais tarde do que o previsto. Pede pra ele não se preocupar em vir me buscar porque vou pegar um táxi pra casa. - acho melhor deixar ele avisado desde agora porque o meu horário de saída era daqui meia hora e a cirurgia tem grandes chances de durar mais que isso. 
Helena: Só isso?
Júlia: Só!
Helena: Pode deixar, então. Boa cirurgia!
Júlia: Obrigada! - ela saiu e eu deixei escorrer o excesso de água das mãos para entrar na sala cirúrgica.  
  
                                     (...)

Sérgio: Mandou muito bem, doutora Júlia.
Júlia: Você também, doutor Sérgio. Mais uma parceria realizada com sucesso. - rimos. Terminamos a cirurgia a alguns minutos atrás e graças a Deus correu tudo muito bem. O paciente já está na ala de recuperação com um quadro totalmente estável. 
Sérgio: Te vejo na próxima, então? - perguntou quando o elevador chegou no andar da minha sala. 
Júlia: Com toda certeza! - sorri, nos abraçamos rapidinho e logo depois saí.
Helena: Doutora Júlia, como foi a cirurgia?
Júlia: Ótima, Helena! - sorri.
Helena: Que bom! Fiz o que você pediu.
Júlia: Ele respondeu alguma coisa?
Helena: Sim, agradeceu e disse que depois ligaria pra você.
Júlia: Tá bom!
Helena: Precisa de alguma coisa? Era pra eu já ter ido embora, mas decidi te esperar porque talvez você precise de algo.
Júlia: Não, agora eu só vou ajeitar as coisas e ir pra casa. Você pode ir, obrigada por esperar.
Helena: Não foi nada. - sorriu pegando a bolsa. - Então já vou indo, até amanhã.
Júlia: Até, Helena. Tchau!
Helena: Tchau, doutora Júlia. - ela saiu e eu entrei na minha sala. Fui direto pegar meu celular pra ver a hora e o mesmo marcava 08:35. Vi que tinhas algumas mensagens não lidas, mas olhei apenas uma da minha mãe que dizia que ela já tinha ido para a loja e deixou a Malu dormindo. Antes de ir embora fiz algumas anotações da cirurgia e de alguns pacientes que atendi durante todo o Plantão, ajeitei minha sala, peguei minhas coisas, saí da sala e tranquei a porta, fui para o elevador e desci direto para o térreo. No corredor a caminho da porta de saída encontrei com a Jéssica. 
Jéssica: Ué, ainda está aqui?! Pensei que já estava em casa a uma hora dessa.
Júlia: Entrei em uma cirurgia com o doutor Sérgio de última hora e só terminamos agora à pouco.
Jéssica: Ata! E aí, como foi?
Júlia: Tudo bem, graças a Deus. O paciente está estável...
Jéssica: Ainda bem! Então tá indo pra casa agora? - assenti. - O Pedro ainda vem te buscar?
Júlia: Não, nesse horário ele já está na agência. Vou pegar um táxi! Você tá chegando agora? - perguntei percebendo que ela estava com a bolsa e sem o jaleco.
Jéssica: Sim, o trânsito está caótico. - revirou os olhos. 
Júlia: Droga, só queria chegar na minha cama o mais rápido possível.
Jéssica: Se der sorte não vai pegar muito trânsito na ida. Pelo o que vi o problema maior é da vinda.
Júlia: Tomara! Deixa eu ir lá, tô morta de cansaço. - suspirei.
Jéssica: Também tenho que ir, já estou mais que atrasada. - rimos e nos abraçamos.
Júlia: Te vejo mais tarde!
Jéssica: Tá, vou passar lá no ape pra ver como estão as coisas antes, mas não pretendo demorar.
Júlia: Tá bom! Beijo...
Jéssica: Beijos! - continuou entrando no hospital e eu saí pra rua, onde peguei um dos vários táxis que ficam parados na entrada do hospital. 
 Levou cerca de meia hora para o táxi me deixar em casa graças ao trânsito que estava realmente lento como a Jéssica tinha avisado. 
Júlia: Rosinha? - chamei indo para a cozinha depois que não encontrei ninguém na sala.
Rosa: Oi, minha filha! - disse sorrindo quando me viu. - Como foi o Plantão?
Júlia: Cansativo como sempre né... - suspirei, beijei o seu rosto e fui até a geladeira pegar água. - Malu ainda está dormindo?
Rosa: Está! Tem alguns minutos que fui olhar lá no quarto e ela estava na mesma posição de quando sua mãe saiu.
Júlia: Essa menina tá dormindo demais... - falei lavando o copo que eu tinha usado.
Rosa: Puxou a quem né, Júlinha?! - me olhou rindo.
Júlia: Eu nem durmo muito, Rosa. Só no final de semana e quando tô de folga...
Rosa: Mas se pudesse dormiria nos dias de semana também.
Júlia: Meu sonho! - rimos. - Falando nisso, vou aproveitar que a Maria não acordou ainda pra dormir também.
Rosa: Tô falando... - disse sorrindo.
Júlia: Mas eu mereço né?! Passei a noite inteira acordada e na noite passada ainda não dormi muito.
Rosa: Verdade! Dessa vez merece muito. - riu.
Júlia: Tô até com medo de dormir agora e só acordar amanhã à noite. - ri. - Mas tenho que acordar antes das duas porque o pessoal do laboratório vão vir aqui. Então, se eu não descer até esse horário me chama, por favor?
Rosa: Claro, chamo sim! Não vai comer nada antes?
Júlia: Não, Rosinha! Tomei um pouco de café e comi um bolinho no hospital mais cedo.
Rosa: Então tá! Vai descansar e se a Malu acordar fico de olho nela.
Júlia: Obrigada, sua maravilhosa. - beijei sua bochecha de novo e saí da cozinha ouvindo ela rindo. Subi as escadas, passei no quarto da Malu e dei uma olhada nela antes de ir para o meu. Só tive disposição pra tirar minha roupa e me joguei na cama só de roupas íntimas. 

                                    (...)

Acordei algum tempo depois com o som do meu celular tocando. O peguei e vi que era o meu pai. Atendi!
Júlia: Oi, papis!
Dennis: Oi! Tava dormindo?
Júlia: Estava! - sentei na cama esfregando os olhos. 
Dennis: Logo vi, está com a voz rouca. - rimos. - Escuta, o pessoal do laboratório chega aí em meia hora.
Júlia: Já? São que horas? - não esperei ele responder e olhei no visor do celular que marcava 1 hora da tarde. - Nem são duas horas ainda.
Dennis: Eu sei, mas eles adiantaram o horário por algum motivo que não disseram. Quer que eu vá até aí? Depois posso ir direto para a reunião que eu tenho.
Júlia: Não precisa, pai. Pra que te dar mais trabalho se é uma coisa que eu posso resolver sozinha. Vou descer daqui alguns minutos e esperar por eles. A Malu nessas horas já deve estar acordada.
Dennis: Então tá bom! Mais tarde eu ligo pra saber se correu tudo certo.
Júlia: Ok, Beijos!
Dennis: Tchau, beijo! - desligamos. 
Deixei o celular na cama e levantei antes que o restante do meu sono me fizesse voltar a dormir. Fui direto para o banheiro, terminei de tirar as peças íntimas que eu tinha dormido, entrei no box e tomei um banho morno que me despertou por completo. Quando terminei, me sequei, fui para o closet enrolada na toalha, procurei por um moletom quentinho e me vesti. Fiz um rabo de cavalo no cabelo, passei perfume, voltei para o banheiro para pendurar a toalha e fui para o quarto. Arrumei minha cama, peguei meu celular, saí para o corredor e desci logo depois de olhar no quarto da Malu e não acha-la. 
Júlia: Mas o que a senhorita tá fazendo? - perguntei depois de entrar na cozinha e encontrar a Malu sozinha sentada na mesa "dando" comida para a boneca.
Malu: Acodou, mamãe! - disse me olhando sorrindo.
Júlia: Acordei, mas me responde. Tá fazendo o que aqui sozinha com essa boneca? - perguntei antes de beijar sua testa.
Malu: Eu tô dando papa pra Nina, mamãe. Ela tava com fome.
Júlia: Ah tava?! - ela assentiu com a cara mais lavada do mundo e eu não consegui ficar sem ri. - E cadê a Rosa?
Rosa: Tô aqui na dispensa, Júlia. - falou alto lá de dentro e logo depois apareceu na porta. - Desculpa! Coloquei a comida dela e enquanto não esfriava resolvi vir aqui na dispensa olhar o que falta porque pretendo ir no mercado depois.
Júlia: Tudo bem, Rosinha. Só estranhei ao entrar e ver essa cena... - apontei para a Malu que continuava "alimentando" a bendita boneca e nós duas rimos. 
Rosa: Ela quis trazer a boneca pra comer com ela e eu acabei deixando. - respondeu ironizando o "comer". - Até separei um pouco pra boneca.
Júlia: Não entre na invenção dessa menina hein, Rosinha. - rimos. - Essa merece até uma foto. - falei pegando o celular e tirando várias enquanto a Rosa dava risada. 
Rosa: Ia subir pra te acordar daqui a pouco.
Júlia: Acordei no susto com o senhor Dennis me ligando. - guardei o celular. - Parece que o pessoal do laboratório vão vir mais cedo.
Rosa: Por que?
Júlia: Nem ele sabe, não falaram.
Rosa: Deve ter surgido algum horário vago ou alguma outra coisa.
Júlia: É! - sentei em uma cadeira ao lado da Malu. - Pode deixar que eu do a comida pra essa garotinha, Rosa.
Malu: E pra Nina também, mamãe.
Júlia: Sim, pra Nina também. - revirei os olhos rindo e a Rosa acompanhou.
Rosa: Então tá, vou voltar para o que eu estava fazendo. - assenti e ela voltou a entrar na dispensa. 
Júlia: E aí, meninas! O que vocês fizeram nessa manhã? - perguntei para a Maria e a Nina, é óbvio, enquanto soprava um pouco da comida.
Malu: A Losa colocou a Peppa pra eu ver e a Nina domiu muito igual voxê, mamãe. Só acodou agola pra papa puque tava com fome.
Júlia: É?! Somos muito dorminhocas né? - ri.
Malu: Xim! - disse antes de mastigar a comida que eu tinha dado.
Júlia: E o que você fez ontem à noite enquanto a mamãe estava trabalhando?
Malu: Eu, a titia Jés, a vovó e o vovô vimos filme e comemos bigadeilo que a titia Jés fez.
Júlia: Que gostoso! Deixaram brigadeiro pra mim?
Malu: Não! - riu.
Júlia: Nossa! A mamãe tá triste, então. - fiz beicinho. 
Malu: Não fica tiste, mamãe. Eu vou falar com a titia pra fazer pra voxê tabem, tá? - disse colocando a mãozinha na minha bochecha.
Júlia: Tá bom! - sorri e continuamos conversando enquanto ela comia. 
Rosa: Júlia, se importa se eu for no mercado agora? - perguntou saindo da dispensa algum tempo depois. 
Júlia: Claro que não, Rosinha. - falei dando a última colherada de comida pra Maria e levantando da cadeira. 
Rosa: Prefiro ir agora antes que o tempo esfrie mais. Vou lavar essa louça primeiro! - disse indo para a pia, mas eu cheguei primeiro. 
Júlia: Vai lá logo, mulher. Deixa que eu lavo isso... - coloquei o prato que a Malu usou dentro. 
Rosa: Então tá! Acho que não vou demorar muito.
Júlia: Alguém já deixou o dinheiro com você?
Rosa: Seu pai deixou o cartão. - assenti.
Malu: Eu quelo ir com a Losa, mamãe.
Júlia: Não! Daqui a pouco vai chegar algumas pessoas pra falar com a gente.
Malu: Quem?
Júlia: Depois te explico! - ela assentiu.
Rosa: Bom, tô indo! Tchau pra vocês duas.
Júlia&Malu: Tchau! - ela saiu.
Júlia: Vamos escovar os dentinhos?
Malu: Xim! - fomos para o banheiro daqui de baixo mesmo, a ajudei na escovação e depois fomos para a sala. 
Júlia: Fica aqui vendo desenhos que eu vou lá na cozinha lavar a louça rapidinho, ouviu? - falei ligando a TV no canal de desenhos.
Malu: Tá! - subiu no sofá. Voltei para a cozinha e comecei a lavar as coisas que nem eram muitas. Dez minutos depois, quando e
estava terminando, ouvi a campainha tocando e logo depois a Malu gritando. - Mamãe, a pota!
Júlia: Tô indo! - sequei as mãos e fui direto para a entrada. 
Xxx: Hola! Tu eres la señorita Júlia Sanchez, madre de Maria Luíza Medeiros Sanchez? - uma mulher perguntou logo assim que abri a porta. Ela estava acompanhada por outra e as duas estavam de jaleco e com maletas na mão. (Imaginem o restante das falas em Espanhol também.) 
Júlia: Sim, sou eu! - sorri. - Vocês são do laboratório né?!
Xxx: Sim! Meu nome é Camila e o dela é Vivian. Somos as responsáveis pela coleta do material para realizar o teste de DNA pedido pelo Juiz Paulo do Tribunal de Barcelona. - me estendeu a mão e eu apertei. 
Vivian: Prazer! - disse quando nos cumprimentamos também. 
Júlia: Podem entrar, já estávamos a espera de vocês. - saí da frente, elas entraram, fechei a porta e logo depois fui para a sala com elas me seguindo. - Filha, essas são a Vivian e a Camila que vieram nos ver como eu tinha falado antes.
Malu: Oi! - disse sorrindo envergonhada olhando para elas.
Vivian: Oi, Maria Luíza! - sorriu.
Camila: Tudo bem com você?
Malu: Xim! - respondeu ficando em pé no sofá e abraçando meu pescoço. 
Camila: Que bom! Você é muito linda sábia?! - a Malu assentiu e nós três rimos. 
Júlia: Muito modéstia também.
Vivian: Nada melhor do que uma pessoa que têm consciência do seu status e não fica buscando elogios. - rimos. 
Júlia: Então... Como vai funcionar essa coleta?
Camila: Vamos coletar um pouco da saliva dela e por precaução um pouco de amostra sanguínea também. - depois de ouvir a última parte já me bateu a preocupação e ela percebeu. - Não se preocupe, vai ser um pequeno furinho no dedo.
Malu: Eu não quelo, mamãe. - disse com a cabeça baixa na curva do meu pescoço. 
Júlia: Não vai doer, princesa! Né meninas?! - ela olhou para a Vivian e a Camila e eu olhei junto porque também queria uma confirmação disso.
Vivian: Prometo que não vai doer e vai ser rapidinho. - riu. 
Júlia: Viu?! - ela assentiu. - Senta no sofá e deixa elas tirarem. - fiquei sentada ao lado dela enquanto as meninas coletavam a saliva e logo depois que terminaram pegaram as coisas para tirar o sangue. 
Camila: Estende a mãozinha pra mim. - a Malu fez meio relutante e totalmente concentrada no que ela estava fazendo.
Vivian: Você gosta de assistir a Peppa, Maria Luíza? - perguntou olhando para TV e enquanto isso a Camila segurou o dedão da Malu. 
Malu: Xim!
Vivian: Qual é o nome dessa que está mostrando agora?
Malu: É a mamãe da Peppa. - a Camila aproveitou que ela estava olhando para o desenho e furou o dedo dela que nem pareceu sentir.
Vivian: Ah sim!
Camila: Pronto! - disse terminando de carimbar o dedo da Malu em um cartão. 
Malu: Acabou? - perguntou voltando a olhar para o dedo. 
Júlia: Sim! - sorri. - Doeu?
Malu: Não! - riu e eu junto com as meninas acompanhamos. 
Camila: Você foi tão boazinha que merece uma recompensa. - mexeu no bolso do jaleco e tirou de lá uma cartela de band aid pequenos com a figurada da porquinha do desenho que a Malu estava assistindo. 
Malu: Mamãe, é a Peppa! - disse empolgada enquanto a Camila colava sobre o furo.
Júlia: Tô vendo, amor! - sorri.
Camila: Bom, já temos tudo que precisamos. - disse fechando a maleta.
Vivian: O Juiz Paulo já deve ter comunicado a data que o resultado ficará pronto?!
Júlia: Já sim!
Vivian: Então tá tudo certo.
Júlia: Vou levar vocês até a porta. - falei levantando e elas assentiram. 
Camila: Tchau, Maria Luíza.
Vivian: Tchau, princesa! Foi um prazer te conhecer.
Malu: Tchau! - dessa vez deu um sorriso verdadeiro e eu fui com elas até a entrada. Nos despedimos, elas se foram, fechei a porta e voltei para a sala. 


Continua...


By Vic: 
Usei meus poucos conhecimentos de Grey's Anatomy nessa parte do hospital, não sei se é assim mesmo na vida real e por isso não repitam isso em caso de emergência haha.
Espero que gostem desse capítulo, beijos! ♡