segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Capítulo 15 -"Nos visitar não, ela vai morar aqui!"

Terça, Novembro de 2014

 No dia seguinte acordei com o meu despertador tocando. Ainda meio sonolenta fui para o banheiro, tomei um banho relaxante e depois me arrumei para o trabalho. Quando terminei peguei minha bolsa junto com o jaleco e saí do meu quarto respondendo algumas mensagens no meu celular. 
Jéssica: Oi, bom dia! - disse saindo do seu quarto no mesmo instante em que eu passava por ele.
Júlia: Bom dia! - guardei o celular no bolso.
Jéssica: Vou com você no seu carro. - descemos a escada.
Júlia: Tá! Mas acho que vou sair um pouco mais tarde hoje.
Jéssica: Tem problema não, eu também vou. Vou auxiliar uma consulta com a doutora Heloísa às seis horas.
Júlia: Nossa, vai ter que aturar a megera. - rimos.
Jéssica: Olha o que eu faço pelo meu trabalho... - chegamos na cozinha e encontramos só a Rosa. - Bom dia, Rosa!
Júlia: Bom dia, Rosinha!
Rosa: Bom dia, meninas! Vão comer algo antes de ir para o hospital?
Júlia: Eu só vou tomar um copo de suco. - respondi já me servindo. - Tô sem fome!
Jéssica: Tem iogurte?
Rosa: Tem! Está na geladeira.
Jéssica: Vou ficar só com isso então. Também não estou com fome. - disse indo até a geladeira. 
Rosa: Ficar até tarde comendo pipoca dá nisso. 
Júlia: Se fosse só pipoca tava bom, depois que a Malu dormiu ainda comemos metade do pote de sorvete... - rimos.
Rosa: É, mas você sabe que ela vai perguntar pelo sorvete hoje né?
Jéssica: É por isso que não comemos tudo ontem...
Júlia: Se ela pedir e o tempo não estiver muito frio pode dar a ela. O tempo não estava bom ontem e se eu desse tenho certeza que ela iria ficar resfriada. - a Rosa assentiu. - Cadê a dona Marcela e senhor Dennis?
Rosa: Já saíram! Seu pai saiu dizendo que estava cheio de coisas pra resolver no escritório e sua mãe saiu logo depois. Ela disse que vai chegar em casa cedo hoje.
Júlia: Tá bom! - terminei meu suco. - Vou lá dar uma olhada na Malu e depois a gente vai Jés.
Jéssica: Tá! - saí da cozinha, subi as escadas e fui para o quarto da Maria. Observei ela dormindo tranquilamente e quando passei a mão pelo seu cabelo ela se mexeu e abriu um pouco um dos olhos.
Malu: Mamãe... - murmurou. 
Júlia: Oi! - sorri.
Malu: Não quelo acodar agola, dexa eu domir mais um poquinho... - voltou a fechar os olhos e eu ri.
Júlia: Pode dormir! A mamãe vai trabalhar tá? Mais tarde eu volto. - ela assentiu sem dar importância e voltou a respirar profundamente. Ri de novo, beijei sua testa e saí do seu quarto encostando a porta. - Rosa, a Malu acordou e voltou a dormir, mas eu acho que não vai durar muito. Fica de olho lá em cima, por favor. - falei quando voltei para a cozinha. 
Rosa: Pode deixar!
Júlia: Vamos, Jéssica? - peguei minha bolsa e jaleco na cadeira, onde eu tinha deixado antes de ir no quarto da Malu. 
Jéssica: Bora! - pegou suas coisas também, nos despedimos da Rosa, saímos de casa, destravei o carro, entramos, colocamos o cinto e eu dei partida. 

                                      (...)

Daniel: Ae, vai rolar uma festinha no meu ape hoje à noite e exijo a presença de vocês. - disse enquanto a gente comia. Estamos na hora do almoço a 20 minutos e eu, ele e a Jéssica estamos sentados em uma mesa do refeitório comendo e batendo papo. 
Júlia: Festa no meio da semana?! Tá com disposição hein, amiguinho. - tomei um gole de suco.
Daniel: Amanhã eu tô de folga!
Jéssica: Ah, agora tá explicado... - rimos. - Infelizmente eu não tenho esse privilégio, mas posso ir e não beber.
Júlia: Duvido que tu consegue, Jéssica. - eu e o Daniel rimos. 
Jéssica: Então vocês vão ver, otários! - botou língua pra gente.
Júlia: Não sei se vou poder testemunhar esse milagre, porque ainda não decidi se vou.
Daniel: Ah, para Júlia! Você vai trabalhar amanhã? Já que tu não é acostumada a beber muito, pode fazer igual a Jéssica. É mais fácil pra você do que pra ela. - falou a última parte prendendo o riso. 
Jéssica: Não tô entendendo essa gracinha de vocês não... - disse séria e eu gargalhei junto com o Dani. 
Júlia: Desculpa, amiga! Mas você tem que concordar que é raro tu conseguir não beber em uma festa. - ela revirou os olhos rindo. - Mas tô de plantão amanhã, Dani. Vi na listagem divulgada mais cedo...
Daniel: Aí, melhor ainda! Vai ter o dia todo pra curar a ressaca.
Júlia: Ou eu poderia usar essa noite e o dia todo para descansar, já que vou ficar à noite toda acordada amanhã.
Jéssica: Que chato, Júlia! É mil vezes melhor você curti hoje à noite e descansar somente amanhã. Dá de sobra!
Daniel: Também acho! Além disso, vai ter alguém na festa que está louco pra te ver de novo. - riu.
Júlia Quem? - perguntei curiosa.
Jéssica: Também quero saber.
Daniel: Quem que você pegou quando a gente foi na Pacha no mês passado?
Jéssica: Ah, é o americano. Qual é o nome dele mesmo? Pietro?!
Júlia: Pedro, sua doida!
Jéssica: É quase a mesma coisa. - rimos. - Ele e os outros vão está lá?
Daniel: Sim!
Júlia: Mas o Pedro não estava em Nova York  semana passada?
Jéssica: Como você sabe?
Júlia: Por que a gente conversa por mensagem as vezes e eu vi as fotos que ele postou lá... - revirei os olhos. 
Daniel: Então é por isso que o meu garoto não te esquece né, tão cheios de papinho por mensagens. - riu e a Jéssica acompanhou. 
Júlia: Somos amigos ué. - dei de ombros e comi o último pedaço do meu sanduíche. 
Jéssica: São amigos até se encontrarem...
Daniel: Ele já voltou pra Madrid e perguntou se você iria na festa. Eu disse que sim, então não me deixa na mão.
Júlia: Vou pensar no seu caso, ninguém mandou tu confirmar algo sem me perguntar. - ri.
Jéssica: Vamos, Júlia!
Daniel: Não deixa meu parceiro na mão, po!
Jéssica: Queria eu ter um gringo ansioso pela minha presença. - suspirou fingindo estar triste e eu ri. 
Daniel: Vou ligar pra ele aqui... - disse pegando o celular.
Júlia: Vai atrapalhar o cara no serviço puro, Daniel?!
Daniel: Tô nem aí, ele deve estar no horário de almoço também. - disse já com o telefone no ouvido. - E aí, parceiro!... Tá ocupado?... Então, também estou no horário de almoço aqui no hospital e tô almoçando com as meninas agora... - olhou pra mim e sorriu. - Sim, elas mesmo... - riu depois que ouviu o que o Pedro falou e eu serrei os olhos pra ele. - Acabei de chamar agora e ela disse que não sabe se vai ainda... Tá, vou passar pra ela! - tirou o celular do ouvido e estendeu pra mim. - Ele quer falar contigo!
Júlia: Te mato depois, idiota! - ele riu e eu peguei o celular. (aquele mesmo esquema de imaginar a conversa em espanhol) - Oi, Pedro!
Pedro: Oi, linda! Tudo bem?
Júlia! Tudo! E com você? Como foi a viagem?
Pedro: Tô bem e a viagem foi ótima. Voltei no sábado e no meio da correria do trabalho ainda deu tempo de ver a família rapidinho.
Júlia: Que bom então! Foi rápido, mas pelo menos deu pra matar a saudade um pouco. O restante deixa pra matar nas festas de fim do ano. - rimos.
Pedro: Com certeza! Mas então, porque tu não quer ir na festa no ape do Dani?
Júlia: Não é que eu não queira e sim que eu ainda estou pensando se eu devo ir. Mas você conhece o Daniel né?! Tem uma mania horrível de não aceitar uma resposta diferente do sim. - olhei para ele e ri da cara de sentido que ele fez.
Daniel: Me difamado injustamente, filha da mãe. - soltei beijos pra ele e a Jés riu.
Pedro: Conheço, mas dessa vez até eu não tô aceitando nada além do sim.
Júlia: Aé?! - rimos. 
Pedro: Sim! Vamos, linda, faz tempo que não te vejo...
Júlia: Menos de um mês ainda!
Pedro: Já é bastante tempo. - eu ri. - Tô com saudades de conversar contigo e de você.
Júlia: Só de mim?! - sorri, mas me arrependi logo depois quando vi a cara de deboche do Daniel e da Jéssica. 
Pedro: Da Jéssica também, mas mais de você especificamente. - riu. - Não precisa rolar nada se você não quiser, me contento apenas de conversar contigo.
Júlia: Tudo bem! Já que estão exigindo tanto minha presença, eu irei. - ri olhando a Jéssica e o Daniel comemorando. 
Pedro: Ae! A gente se ver lá então?
Júlia: Sim!
Pedro: Não vejo a hora! Agora tenho que voltar para o trabalho, beijos e até mais tarde!
Júlia: Até, beijos! - desligamos e eu devolvi o celular para o Dani. 
Jéssica: Nada como um boy magia pra conseguir te convencer, né amiga? - riu.
Daniel: Sábia que ele ia domar a fera.
Júlia: Calem a boca ou eu desisto agora mesmo. - ri levantando da cadeira. - Preciso voltar pra minha sala, tenho um paciente agora.
Daniel: Vai lá! Te espero lá em casa às nove.
Júlia: Vou chegar às dez.
Jéssica: O pior é que ela não está brincando, do jeito que demora pra se arrumar. - riu.
Júlia: Você nem tem moral pra falar de mim, querida.
Jéssica: Pior que não tenho mesmo. - rimos.
Daniel: Espero vocês as oito, então!
Júlia: Que esperto, mas o que vale é o primeiro. Deixa eu ir lá, beijos idiotas! - eles colocaram dedo pra mim e eu saí rindo. Peguei o elevador e alguns segundos depois cheguei no andar da minha sala.
Helena: Seu paciente já chegou, doutora Júlia. - informou quando me viu saindo do elevador.
Júlia: Pede pra subir, por favor! - ela assentiu e eu entrei na minha sala.

                                      (...)

Jéssica: Vamos pular, a parte que eu peço aquele vinho do bom... - cantou sem tirar a atenção da estrada. 
Júlia: A taça não merece tirar seu batom, deixa comigo que pra isso eu tenho o dom. - completei. Estamos voltando pra casa depois do final do expediente e dessa vez botei ela pra dirigir porque não sou obrigada né.
Jéssica: Já que amanhã você tá de plantão, vou ter que vir sozinha né...
Júlia: Exatamente e não inventa de me acordar cedo. Pretendo dormir até tarde, já que vamos pra essa tal festa do Dani.
Jéssica: Aí, tô até com inveja do seu plantão. - rimos. 
Júlia: Dessa vez caiu em uma boa hora...
Jéssica: Muito! - concordou e meu celular começou a tocar dentro da minha bolsa. Peguei, vi que era o Júnior e atendi revirando os olhos.
Júlia: Oi!
Júnior: Oi! Tentei ligar pra você mais cedo pelo facetime pra falar com a Malu e não consegui.
Júlia: É porque eu saí mais tarde do trabalho, mas já estou indo pra casa. Daqui à pouco eu te ligo pra vocês conversarem...
Júnior: Beleza, tchau!
Júlia: Tchau! - desligamos.
Jéssica: Pai da Maluzinha?
Júlia: O próprio!
Jéssica: Pensei que as coisas estavam tensas entre vocês...
Júlia: E estão! Somos obrigados a trocar algumas palavras e agir civilizadamente pelo bem da Malu. - suspirei. - Mas pessoalmente e longe da Maria tenho tanta raiva dele quanto do papaizinho cretino.
Jéssica: Você tá passando por um teste de santidade, amiga. Não imagino o quanto é difícil ter que manter uma boa relação com uma pessoa que só quer te prejudicar.
Júlia: Nem me fale, só Deus e a Malu pra me controlar e me sustentar nesses momentos. - continuamos a conversar sobre outros assuntos aleatórios até chegar em casa. Encontramos minha mão e a Malu na sala assistindo desenhos.
Júlia: Cheguei!
Malu: Mamãe! - ficou em pé no sofá com os bracinhos abertos, cheguei perto e nos abraçamos.
Júlia: Oi, meu amor! - beijei sua testa.
Jéssica: Também quero um abraço desse. - disse chegando perto da gente fazendo beicinho. 
Malu: Vem, titia! - chamou quando eu me distanciei.
Júlia: Invejosa... - a Jés colocou língua pra mim e abraçou a Malu. - Oi, melhor mãe do mundo. - sentei do lado dela no sofá e beijei seu rosto.
Marcela: Oi, mas não precisa dizer que sou a melhor mãe porque já sei que sou.
Jéssica: Modéstia também, né tia?! - rimos. - A outra nem lembra dela própria que é uma super mãezona também.
Júlia: Eu tento né, mas a melhor eu não sei se sou.
Marcela: Para de bobeira, garota! É sim e essa princesa tá aqui pra provar, né Malu?
Malu: Xim! - disse só por dizer, porque a atenção já estava no desenho de novo, e nós rimos. Sei exatamente o que vai tirar toda sua atenção dessa porcaria. 
Júlia: Amor, o Júnior ligou! - como eu disse, não demorou um segundo pra ela me olhar.
Malu: Eu vo falar com ele agola?
Júlia: Se você quiser, sim.
Malu: Eu quelo, mamãe! - respondeu já vindo pra perto de mim e sentando ao meu lado.
Marcela: Meu Deus, que ansiedade. - riu.
Jéssica: Até esqueceu o desenho.
Júlia: Pra vocês verem como é minha situação... - falei pegando o celular e entrando no facetime. 
Malu: É o Xúninho, vovó! - disse sorrindo quando viu a foto no contato do Júnior. 
Marcela: É, infelizmente é ele! - negou com a cabeça. Realizei a chamada e dei o celular pra Malu segurar. 
Júlia: Espera ele atender. - ela assentiu. - Fica de olho aí pra mim, mãe? Vou lá em cima deixar as coisas e trocar de roupa.
Jéssica: Também vou!
Marcela: Vão lá... - subi junto com a Jéssica, ela entrou no quarto dela e eu fui para o meu. Deixei minha bolsa na cadeira no canto do meu quarto, fui para o closet, escolhi uma calça legging e uma blusa fina de manga comprida, fui para o banheiro, me vesti, aproveitei pra fazer xixi e depois lavar as mãos. 
Jéssica: Tô com fome... - disse quando nos encontramos no corredor voltando lá pra baixo. 
Júlia: Também! Vamos pedir pizza antes de ir para o ape do Dani?
Jéssica: Tô dentro! - chegamos de volta na sala e a Malu ainda estava entretida na conversa com o pai, que pelo o que entendi era sobre tipos de doces preferidos.
Marcela: Dá pra realizar uma peça de comédia com as conversas desses dois. - disse baixinho.
Júlia: A menina falante e o pai perdido. - respondi imitando um letreiro com as mãos. 
Jéssica: Que maldade! - rimos.
Júlia: Então dona Marcela, vamos pedir pizza pra janta?
Marcela: Vamos, mas tem que avisar a Rosa pra não fazer comida então.
Jéssica: Deixa que eu aviso, vou aproveitar pra comer algo. - disse passando a mão na barriga.
Júlia: Aproveita e pede pra ela fazer alguma comida leve pra Malu. Pode ser uma sopa estantania com legumes.
Jéssica: Pode deixar! - foi para a cozinha. 
Júlia: O pai ainda não chegou?
Marcela: Chegou e já saiu de volta. Disse que tinha um encontro marcado com alguns clientes em um café do Centro. - assenti.
Júlia: Vou sair hoje à noite!
Marcela: Vai pra onde?
Júlia: Festa na casa do Daniel.
Marcela: Em plena terça-feira?! Esse Daniel tá muito festeiro. - ri.
Júlia: Só vou porque pego plantão amanhã.
Marcela: Ainda bem né! Pelo menos vai ter o dia pra descansar.
Júlia: Sim!
Marcela: Pelo jeito vai chegar tarde em casa, então amanhã quando você acordar não vou estar em casa. Vai na agência do correio de tarde pra mim?
Júlia: Claro, fazer o que?
Marcela: É que deu problema na caixa postal da loja, liguei pra lá mais cedo e eles disseram que precisam de alguns documentos para resolver. Então vou deixar tudo certinho aqui na sala antes de sair pra você levar lá.
Júlia: Tá bom, deixa comigo!
Malu: Mamãe, eu podi ir no quato de binquedos pro Xúninho ver meus binquedos? - perguntou me olhando.
Júlia: Pode, mas é rapidinho e não deixa o celular cair.
Malu: Tá! - desceu do sofá e saiu com o celular na mão falando com o Júnior. 
Júlia: Vou comer, que eu ganho mais... - revirei os olhos, minha mãe assentiu rindo e eu fui para a cozinha. 
Jéssica: Chegou quem não devia, Rosinha! - disse sentada no balcão comendo biscoito com requeijão. 
Júlia: Se toca, garota. - bati de leve na sua cabeça. 
Jéssica: Filha da tia Marcela!
Júlia: Sou mesmo! - rimos. - Oi, Rosinha! - beijei sua bochecha e fui abri a geladeira.
Rosa: Oi, minha filha. Tô fazendo a sopa pra Maluzinha e vou deixar dentro de um potinho no micro-ondas.
Júlia: Obrigada, meu amor! Você é 10... - peguei o pote de sorvete do congelador. - A Malu comeu o sorvete?
Rosa: Comeu sim, agora à tarde! - assenti, peguei uma colher e sentei ao lado da Jéssica pra comer o restante. Ficamos conversando com a Rosina e uns cinco minutos depois minha mãe chegou junto com a Malu. 
Malu: Mamãe, o Xúninho e eu já falamos. - me entregou o celular. 
Júlia: Já, meu amor?! Que bom né, amanhã vocês se falam de novo. - ela assentiu. 
Malu: Quelo iogute, vovó! - pediu quando a viu abrindo a geladeira. 
Marcela: Pergunta a sua mãe se pode. - respondeu e a Maria me olhou.
Malu: Mamãe, pode? Por favozinho! - fez carinha de pidona e eu ri junto com a minha mãe, Jéssica e a Rosa.
Júlia: Pode! - ela sorriu e a avó entregou um pra ela junto com uma colher. - Quero nem imaginar a lambança depois. - falei voltando para o meu sorvete. 
Marcela: Nem eu! - disse e riu em meio aos goles da água que estava tomando

                             
Neymar Jr. ON

Nadine: Júninho, temos que resolver as coisas da festa do Instituto antes de eu ir para o Brasil. - disse quando me viu entrando na sala, onde ela estava junto com o meu pai, depois de ter encerrado a ligação com a Malu. 
Júnior: Tá, mas já não está quase tudo resolvido? - perguntei me jogando no sofá ao seu lado.
Nadine: Sim, só falta os últimos detalhes.
Neymar pai: Até dia primeiro dá pra resolver isso, Nadine. - dia primeiro é quando ela volta para o Brasil. Ela até queria esperar eu entrar de férias pra ir todo mundo junto, mas com esse negócio das audiências e a festa de Natal do Instituto pra resolver não vai dar. 
Nadine: Eu sei, mas o quanto antes resolver é melhor.
Júnior: Amanhã a gente resolve, mamusca! - ela assentiu.
Nadine: Como foi a conversa com a princesa? - sorriu. Ela está super ansiosa para conhecer a Malu e eu também estou louco pra poder apresentar a Malu a ela, meu pai e o restante do pessoal. Mas achei melhor esperar o exame ser feito pra tirar todas as dúvidas que possa existir, não minhas e sim deles. 
Júnior: Foi ótima! - sorri também. - Parece que a gente já se conhece a tempos.
Nadine: Que bom, meu filho. Não vejo a hora dela poder nos visitar e brincar junto com o Davi por essa casa.
Neymar pai: Nos visitar não, ela vai morar aqui!
Nadine: Ainda não sabemos disso, Neymar. - suspirou.
Neymar pai: Eu já sei disso, escreve o que estou falando. - riu. 
Júnior: Eu também não vejo a hora, mãe. - falei para tirar o foco desse assunto do meu pai porque sei que ela não gosta. 
Nadine: Agora você tem mais uma pessoinha para dividir sua atenção junto com o Davi e a carreira.
Neymar pai: Espero que continue focando do mesmo jeito que está na última opção.
Júnior: Se eu consegui se dar bem nos dois até agora, nada vai mudar. Ter uma profissão que exige mais, não quer dizer que não podemos curtir a vida pessoal. Eu sou uma prova disso com o Davi. Acho até que a Júlia está na mesma situação que a minha.
Nadine: Ela trabalha em que?
Júnior: Acho que ela é médica.
Nadine: Que bacana! Médicos trabalham muito mesmo.
Júnior: Quando tava falando agora com a Malu ouvi ela conversando com a mãe dela, dizendo que ia em uma festa hoje porque amanhã ela ficará de plantão à noite. - falei lembrando da conversa. Acho que esse tal Daniel dessa festa é o mesmo que ligou no dia que eu conheci a Malu. Pelo jeito são bem próximos, será que namoram? Quantos sujeitos estranhos a Júlia trouxe pra perto da minha filha? 
Neymar pai: Então ela além de passar grande parte do tempo longe da filha trabalhando, nas horas que sobra ainda vai pra balada?! - me olhou de braços cruzados.
Nadine: Não dá pra saber se é sempre assim, Neymar. Todo mundo merece curtir um pouco a vida, ainda mais eles que são jovem.
Neymar pai: Não importa, Nadine. Dependendo, isso é algo que pode ajudar na nossa causa. Vou ligar para o Eduardo! - levantou do sofá.
Júnior: Pai, pelo pouco que vi, a Júlia cuida muito bem da Malu. É desnecessário ir por esse lado porque o Juiz só vai confirmar isso que falei.
Neymar pai: Nada é desnecessário, Júninho, nada! - disse e saiu da sala tirando o celular do bolso. 
Nadine: Seu pai tá ficando louco com essas audiências. - suspirou.
Júnior: Ele só quer que a gente vença esse processo e enfim ter a minha filha aqui com a gente, mãe. - beijei sua bochecha e levantei do sofá. - Vou lá na sala de jogos ficar com os moleques. - ela assentiu e eu fui pra lá. 


Neymar Jr. OFF 

                                     (...)

Jéssica: Júlia, me empresta aquele salto preto seu que eu vi ontem? - perguntou entrando no meu quarto, onde eu estava terminando de fazer uns cachinhos nas pontas do meu cabelo com o babyliss.
Júlia: Pega lá no closet! - respondi sem tirar a atenção do que estava fazendo e ela foi lá. Nesse exato momento é um pouco mais das nove da noite e estamos terminando de se aprontar para a festa do Daniel. A Malu já se encontra pronta pra dormir e está lá na sala junto com a minha mãe e meu pai. Logo depois que comemos pizza e a Malu a sopa, subi para dar banho nela e só depois que deixei ela pronta, subi para me arrumar. 
Jéssica: Você vai com qual, Júlia? - voltou do closet e sentou na minha cama pra colocar.
Júlia: Esse aí bege... - apontei pra ele que estava no chão, terminei o babyliss e peguei o mesmo pra calçar. - Será que vai fazer frio mais tarde? Porque até agora tá de boa.
Jéssica: Acho que não, mas se fazer que faça quando já estivermos lá. - riu.
Júlia: É! Já estou pronta, só vou pegar minha bolsa. - levantei da cama.
Jéssica: Vou lá no quarto colocar meu brinco e pegar a minha, te encontro lá em baixo.
Júlia: Ok! - ela saiu e eu fui para o closet. Peguei minha bolsa e um casaquinho de frio por precaução, porque depois que viramos mãe pegamos essa mania, voltei para o quarto, peguei meu celular na cama e saí indo lá pra baixo.
Marcela: Olha, tá bonita hein... - disse quando me viu e a Malu junto com o meu pai me olharam.
Malu: Tá buita, mamãe!
Júlia: Obrigada, meus amores. - ri e beijei o rosto das duas.
Dennis: Não sei, tô achando essa saia curta demais.
Marcela: Começou! - revirou os olhos. 
Júlia: Também te amo, papis. - sorri, beijei o rosto dele também e vi a Jéssica descendo as escadas. 
Marcela: Nossa, vocês duas tão um arraso.
Jéssica: São seus olhos, tia! - rimos.
Júlia: Estamos indo e não sei que horas chego em casa.
Dennis: Só tomar cuidado e tá tudo certo.
Júlia: Sim, senhor!
Marcela: Vocês vão de carro?
Júlia: Não quero dirigir e você? - perguntei pra Jéssica. 
Jéssica: Também não! Vamos pedir um táxi? - assenti e ela se distanciou pra ligar.
Marcela: Cuidado hein, Júlia! Não esquece o que te pedi pra fazer amanhã, qualquer coisa te ligo no almoço pra te lembrar, já que não vou te ver de manhã.
Júlia: Tá bom!
Malu: Mamãe, eu vô te ver amanhã?
Júlia: Claro que vai! Se comporta com os seus avós ouviu?
Malu: Ovi! - respondeu e eu beijei sua testa.
Jéssica: Ele já está aqui por perto, melhor espera lá fora. - assenti, nos despedimos deles, saímos de casa e nem precisamos espera porque o taxista já estava estacionando. 
Júlia: Vamos chegar antes das dez, tá ótimo! - falei depois que demos o endereço ao taxista e o mesmo deu partida. 
Jéssica: Claro, apenas 45 minutos atrasadas... - rimos. - Vem, vamos tirar uma foto. - tiramos não só uma e sim cinco porque a iluminação tava uma bosta. Ela postou a única que ficou boa e eu fui olhar. 



JéssicaReis: Parceira de vida e dos rolê!! @SanchezJú 

daniel_brito: Olhando assim ninguém diz que estão atrasadas pra porra.
vitor_bm: Gatas!
sanchezsarah: Minhas lindas ♡
kellymaia: Tu arrasa na make
alexmartinez: Estamos esperando ustedes aquí.
sanchezjú: Tamo chegando, amiguinhos @Danel_Brito @AlexMartinez
nanda.souza: Linda vocês duas!
sanchezjú: Não troco por nada ♡


 Lavamos cerca de 15 minutos para chegar no prédio do Dani, interfonamos para o ape dele e o mesmo autorizou nossa subida. 
Daniel: Aleluia, hein... Pensei que iam chegar no final da festa. - disse quando abriu a porta pra gente.
Júlia: Menos drama, Daniel! O importante é que chegamos. - ri e nos beijamos no rosto.
Jéssica: Como anda esse rolê aqui? - perguntou cumprimentando ele também. 
Daniel: Ainda tá faltando algumas pessoas, mas já está esquentando. - riu e fechou a porta quando entramos.
Jéssica: Os três mosqueteiros já chegaram?
Daniel: O Alex, Marcelo e o Pedro? - ela assentiu. - Já! Deixei eles na sacada antes de vir atender vocês, vamos lá... - passamos pela sala, onde tinha algumas pessoas bebendo e dançando, o Dani nos apresentou algumas e depois nos levou até os meninos que estavam sentados em um canto da sacada bebendo. Só o Alex e o Marcelo estavam por lá, sem sinal do Pedro. (Aquele mesmo esqueminha da imaginação do idioma em espanhol.)    
Alexandre: As brasileiras mais lindas chegaram! - disse levantando pra nos abraçar.
Marcelo:
Agora sim essa festa ficou boa.
Júlia: Ah, esses espanhóis simpáticos e fofinhos. - falei abraçando o Marcelo também.
Daniel:
Fofinhos?! Que broxante, parceiros. - rimos.
Jéssica:
Eles não são iguais a você que tem o ego sensível, Daniel. - disse abraçada de lado com o Alex.
Daniel:
Deixa eu com meu ego sensível, então. - rimos. - Cadê o Pedrão?
Marcelo: Foi no banheiro e pegar mais bebidas.
Júlia: Como sempre não estão maneirando né meus amigos?! - me joguei no sofá ao lado do Marcelo.
Daniel:
Vamos ser feliz, Júlinha! Deixa pra maneirar em outra coisa. - riram.
Jéssica:
Alex da última vez enfiou totalmente o pé na jaca.
Alexandre: E você não fez diferente, né parceira?! - gargalhamos.
Daniel:
Aí, vou lá ajudar o Pedro com as bebidas e ver os outros convidados, depois eu volto. - assentimos e ele saiu. Nós quatro ficamos batendo papo até o Pedro aparecer com duas garrafas de bebida na mão.
Marcelo:
Agora sim chegou a coisa mais importante.
Pedro: Eu né?
Marcelo: Não, é a cachaça mesmo. - rimos.
Jéssica:
Tirou onda contigo, Pedrinho.
Pedro: Pra tu ver o que eu tenho que aturar - riu. - E aí, beleza? - abraçou ela.
Jéssica:
Sim, e com você?
Pedro: Tô bem também, melhor agora que minha parceira de sobriedade chegou. - disse sentando perto de mim e passando um braço pelo meu pescoço.
Alexandre:
Sonsos... - riram.
Pedro:
Oi! - beijou o canto da minha boca sorrindo.
Júlia:
E aí, americano! - sorri também. 
Pedro: Como foi o restante do seu dia hoje?
Júlia: Tranquilo! E o seu?
Pedro: Cheio e cansativo.
Júlia: E mesmo assim tu veio pra cá?!
Pedro: Sim! Amanhã eu tô de folga, então deixa o descanso pra amanhã. - rimos.
Alexandre: Quer beber alguma coisa, Júlinha? - perguntou entregando um copo cheio de alguma coisa que eu não sei para a Jéssica. O Marcelo já estava virando uma garrafa de cerveja.
Júlia: Tem o que aí?
Alexandre: Vodca, Budweiser, Gim e Uísque.
Júlia: Quero um pouco de Gim, por favor.
Marcelo: Tá fraca hein, Júlia! - riu.
Jéssica: Tá pior do que eu, que vou trabalhar amanhã.
Júlia: Sorry, queridos! Não sou uma alcoólatra igual vocês que já começam com as mais fortes. - rimos.
Alexandre: Tá certa, Júlinha! Devagar é mais gostoso... - me entregou o Gim.
Pedro: Por que será que ouvi dois sentidos nessa frase?
Jéssica: Pode ter sido por dois motivos. O primeiro é porque o Alex realmente disse pensando nos dois sentidos...
Marcelo: Ou pode ser você, meu amigo, que não consegue parar de pensar no sentido sexual e acabou associando com a frase dele. - gargalhamos. 
Alexandre: Com certeza foi esse último motivo. - disse olhando do Pedro pra mim.
Júlia: Idiota! - ele riu.
Pedro: Para com a gracinha e me passa uma Bud aí, otário.
Alexandre: Claro, parceiro! - respondeu e continuou rindo enquanto pegava a cerveja pra ele. 
Júlia: Me respondem uma coisa, vocês dois trabalham amanhã? - perguntei para o Marcelo e o Alex.
Marcelo: Eu trabalho!
Alexandre: Infelizmente, eu também .
Júlia: E estão bebendo desse jeito?
Pedro: O Marcelo eu até entendo porque ele não ferra fácil, agora o Alex... - rimos.
Alexandre: Dessa vez eu tô preparado, babaca. Tomei um Engov antes de sair de casa e tô bebendo água a cada garrafa de bebida vazia.
Jéssica: Ou seja, tá contando com a sorte porque não é sempre que isso funciona.
Júlia: As chances de dar certo não estão boas porque a água é a cada copo vazio e não uma garrafa né... - gargalhamos da cara que ele fez.
Alexandre: Pelo menos eu tô bebendo né?!
Marcelo: Claro! Deus tá vendo sua intenção e vai te salvar amanhã, meu amigo. - riu.
Daniel: E aí, como estão? - perguntou chegando perto da gente.
Pedro: Bem, só trás mais água pro Alex aqui.
Alexandre: Só se for água ardente. - rimos.
Daniel: Tenho algo melhor do que isso pra você, parceiro. - disse para o Alexandre. - Uma amiga minha lá dentro disse que achou você gato.
Jéssica: Por acaso você sabe se ela têm algum problema de visão?
Daniel: Po, perguntei isso a ela, mas ela disse que não...
Alexandre: Dois otários vocês são! - rimos. - A mulherada me ama, aceitem.
Pedro: Aí, a ilusão tá forte hein... - gargalhou passando a mão pela minha nuca.
Alexandre: Vai se fuder! - riu e mostrou o dedo do meio. - Onde essa gata está, Daniel?
Daniel: Lá na sala! Vamos lá, vou te apresentar.
Alexandre: Aí sim! - levantou do sofá sorrindo e com o copo de bebida na mão. - Até depois, galera. Ficam aí chupando dedo, enquanto eu me divirto por mim e por vocês. - gargalhou e acompanhou o Dani lá pra dentro.
Marcelo: Filho da mãe!
Jéssica: O pior é que ele está certo, vamos só chupar dedo aqui...
Júlia: Eu não vou! - abracei o Pedro pelo pescoço. - Você vai Pedro?
Pedro: Jamais! - respondeu sorrindo, desceu as mãos para a minha cintura e me deu um selinho que eu fiz questão de transformar em um beijo. 
Marcelo: Que otários!
Jéssica: Eu não vim nessa merda pra ficar segurando vela. - eu e o Pedro rimos entre o beijo, mas continuamos. - Aff
Marcelo: Bora dar uma volta lá dentro.
Jéssica: Vamos, pelo amor de Deus! - sentimos eles levantando do sofá e encerramos o beijo. 
Júlia: Tchau! - falei sorrindo e o Pedro riu enquanto beijava meu pescoço. 
Jéssica: Tu me paga depois! - gargalhei e ela saiu junto com o Marcelo.
Pedro: Acho que ela ficou um pouco brava hein. - me olhou.
Júlia: Ficou nada, é cena! - ri.
Pedro: Que bom... - me deu mais um selinho. - Me diz, você tá de folga amanhã igual ao Dani? 
Júlia: Quem me dera! Vou ficar de plantão à noite.
Pedro: Ah, mas foi bom né. Por causa disso tu pôde vir me ver. - sorriu.
Júlia: E eu vim aqui só pra ver você?
Pedro: De algum modo sim porque foi eu que te convenci a vir. - rimos.
Júlia: É, eu acho que tu têm um pouco de razão.
Pedro: Sei disso! - sorriu e iniciou outro beijo. Só que dessa vez mais lento e profundo. Ôh americano que beija bem!
Júlia: Uau... - exclamei respirando fundo depois que nos afastamos por causa da falta de ar. 
Pedro: Senti falta de você e disso.
Júlia: Eu sei, causo esse efeito nas pessoas.
Pedro: Senti falta da sua modéstia também. - rimos.
Júlia: Me conta mais detalhe sobre a sua viagem.
Pedro: Ah, foi boa! Meu voou chegou lá de madrugada... - continuou a me contar. Disse que fotografou todos os dias e que só no final de semana deu pra visitar a família. Ele já tinha falado, quando nos conhecemos, que era fotógrafo e que trabalhava para uma agência de revista Internacional aqui da Espanha. Também disse que nas horas vagas fazia trabalhos particulares. Sobre a viagem e a família ele me contou que a mãe dele é viúva e que mora na mesma rua da casa que a irmã dele vive junto com o marido e a filha de 5 anos.
Depois de um bom tempo conversando, bebendo e se pegando, é óbvio, resolvemos ir lá pra sala. Encontramos o Daniel, junto com a Jéssica, Marcelo e algumas pessoas dançando e batendo papo, nos juntamos a eles e descobrimos que o Alex foi para o quarto de hóspede do Daniel com a tal garota. 

                                      (...) 

Jéssica:
Juízo vocês dois, sou muito jovem pra ser titia mais uma vez. - disse quando o Pedro parou o carro na porta de casa. Nesse momento são mais de duas horas da manhã, a festa do Daniel já terminou e eu e o Pedro viemos trazer a Jéssica na minha casa antes de ir para o ape dele. Sim, ele me pediu pra passar a noite na casa dele e eu aceitei. Como sempre, no inicio não foi uma decisão totalmente certa. A Jéssica precisou me lembrar que ter filhos não quer dizer que não podemos curtir a vida pessoal e que eu não estou deixando a Malu pra trás se eu fizer isso. Depois também lembrei que preciso esquecer o passado e seguir em frente sem ressentimento como todos fizeram. Então eu aceitei! O Pedro até disse que não precisa rolar nada, mas sei que vai rolar porque por incrível que pareça dessa vez eu quero que rolê.
Júlia: Deus me livre, vire essa boca pra lá! - ela e o Pedro riram. - Olhe a minha bebê antes de ir para o quarto, por favor.
Jéssica: Pode deixar! - abriu a porta do carro. - Beijos pra vocês e a gente se ver qualquer dia Pedrito.
Pedro: Beleza, beijo! - ela saiu e o Pedro deu partida rumo ao seu apartamento. - Quantos anos sua filha têm mesmo?
Júlia: Quase três, mas as vezes é mais madura do que a idade. - rimos.
Pedro: Ela e a minha sobrinha iriam se dar bem de cara. Inteligente pra caralho, igual ao tio.
Júlia: Fala da minha falta de modéstia, mas é igual a mim...
Pedro: É a convivência! - gargalhou e eu bati de leve em seu braço rindo também. Levou cerca de 20 minutos pra chegar no seu prédio. Ele estacionou, pegamos o elevador para o seu andar e minutos depois entramos no seu ape que descobri ser no estilo loft.
Júlia: Você saí dos Estados Unidos, mas ele não saí de você né. - ri.
Pedro: Lógico! Tenho que ter um cantinho pra me lembrar das raízes. - riu.
Júlia: Verdade, minha casa é totalmente brasileira. - sorri. 
Pedro: Fica a vontade, o cantinho americanizado é seu também. - rimos.
Júlia: Obrigado! - sentei no sofá.
Pedro: Aceita alguma coisa? - perguntou indo para o espaço da cozinha. - Vinho, água, chá?
Júlia: Aceito o vinho... - respondi tirando o celular da bolsa e olhando a hora que marcava 02:55 em ponto. 
Pedro: Liga a tv pra mim... - disse voltando com uma garrafa de vinho e duas taças na mão. Enquanto ele servia, fiz o que pediu e passei pelos canais até achar um que transmitia um talk show de comédia. - Aqui!
Júlia: Obrigado! - falei quando peguei a taça cheia que ele me estendeu.
Pedro: De nada! - sentou ao meu lado com a outra taça na mão. 
Júlia: A quanto tempo você tá aqui na Espanha? - bebi um gole do vinho.
Pedro: Na Espanha têm uns três anos, em Madrid um e meio. E você, quanto tempo mora aqui?
Júlia: Desde o dia em que nasci... - fiz uma pausa. - Mentira, quando eu nasci meus pais estavam de férias no Brasil. Então, desde quando elas terminaram. - rimos. 
Pedro: Algum dos seus pais é espanhol ou eles vieram morar aqui por consequências da vida?
Júlia: Meu pai é! - mexi um pouco os pés e fiz careta quando doeu. - Preciso tirar esses saltos ou amanhã não consigo nem ir para o trabalho.
Pedro: Vem cá, deixa que eu tiro. - colocou a taça na mesa de centro, puxou meus pés para o seu colo e começou a tirar. - Vou usar minhas habilidades de massagista contigo agora. - disse já começando e eu suspirei.
Júlia: Nossa, eu precisava tanto disso que faria qualquer coisa que tu pedi-se agora.
Pedro: Daqui à pouco eu peço, então. - gargalhou.
Júlia: Trouxa! - não aguentei e ri também. Ficamos conversando e bebendo vinho enquanto ele fazia a massagem. Depois quando fiquei satisfeita ele parou e me puxou pra ficar coladinha nele, o papo continuou junto com a pegação e quando me toquei já estávamos subindo para a cama dele. Nos beijamos ao mesmo tempo que tiramos a roupa um do outro, ele ficou por cima de mim enquanto descia os beijos para o meu pescoço e logo depois para os seios. Em um momento até parou pra perguntar se eu queria isso mesmo, mas respondi com mais um beijo e logo depois o ajudei a colocar o preservativo. 

                                         (...)

Pedro: O Dani postou uma foto da gente junto com a galera lá da festa. - disse olhando no celular. Já faz uns 20 minutos que terminamos a relação sexual e ficamos deitados conversando e descanso. 
Júlia: Deixa eu ver! - estendi a mão com a cabeça deitada em seu peito e ele me entregou o celular. 



Daniel_Brito: Quando o rolê é um estouro e deixa um gostinho de quero mais. #CabaréDoDaniel #MinhaTurma #VaiTerMais 

sebastianfeitosa: Arrasou, meu amigo!
camih_silva: Lindos
alexmartinez: Replay do #CabaréDoDaniel
pc.enzo: Só mulher gata, pqp
mylovejú: Lindos, porém só consegui focar na mão desse boy gato na cintura da Júlia
jéssicareis: De preferência em um dia que eu possa ser realmente feliz @AlexMartinez
rodriguesmarcelo: Hoje foi foda!
júliaforever: Eu também! Quero saber quem é @MyLoveJú 


Pedro: Jéssica tava se segurando pra não chutar o balde. Dá próxima ela chuta com força... - rimos e eu devolvi o celular. 
Júlia: Se prepara que essas minhas seguidoras vão descobrir você, elas parecem o FBI. - falei despreocupada porque não é nada importante. Não tem como elas saberem que tá rolando algo entre a gente. É só uma foto cheia de amigos!
Pedro: Não tenho problema com isso! - beijou minha testa.
Júlia: Que bom! - bocejei. 
Pedro: Tá com sono? - assenti. - Te cansei né?!
Júlia: Palhaço e convencido! - ele riu.
Pedro: Bora dormir... - colocou o celular na mesinha de cabeceira, se ajeitou na cama e passou um braço pela minha cintura. - Boa Noite ou bom dia no caso. - rimos. 
Júlia: Boa noite! - fechei os olhos e dormi pouco tempo depois. 



By Vic:
Opiniões sobre esse lance com o Pedro: Aprofundo mais ou não?! 






  
     



          









sábado, 9 de fevereiro de 2019

Capítulo 14 -"Ela está mentindo!"

Segunda, Novembro de 2014

 Hoje é o dia da reunião inicial com o Juiz em Barcelona. Eu estaria mentindo se eu disser que não estou nervosa, porém estou fazendo um grande esforço para não demonstrar. Não sei se está funcionando! 
Dennis: Chegamos! - disse quando estacionou no estacionamento do Tribunal. - Tá tudo bem?
Júlia: Não sei! Fora o nervosismo e o frio na barriga, acho que estou ok. - respirei fundo. 
Dennis: Isso é normal! Basta lembrar de manter a calma lá dentro e só responde o que o Juiz perguntar.
Júlia: Tudo bem! Mas o problema não é muito isso e sim se vou conseguir segurar a vontade de matar aquele monstro se ele vier com o Júnior.
Dennis: Tenho certeza que ele não veio porque essa é uma reunião só para quem faz parte do processo e seus advogados. Então, fica calma! - assenti. - Vamos entrar, não é bom chegar atrasados. - saímos do carro e ele foi me guiando para dentro do Tribunal, porque eu estava meio perdida. A Sarah e a minha mãe, por telefone, fizeram de tudo para me tranquilizar hoje mais cedo. Até o Felipe tentou me fazer rir antes de sair para o trabalho. Porém, nenhuma das duas coisas funcionou. E minha mãe ter colocado a Malu pra falar comigo só tornou mais ruim ainda minha situação. Isso me lembrou o que está em jogo nessa batalha. - Chegamos oito horas em ponto. - disse olhando no relógio de pulso quando chegamos em um corredor de frente para uma porta. 
Júlia: Vai demorar muito para eles chamarem? - perguntei limpando as mãos suadas na calça jeans.
Dennis: Creio que... - foi interrompido pela porta da sala que abriu e um homem de terno apareceu. 
Xxx: Neymar da Silva Santos Júnior e Júlia Medeiros Sanchez? - (Imaginem toda audiência em espanhol.)
Xxx: E-eu sou Júlia... - respondi nervosa e ele me olhou.
Dennis: Sou o advogado dela, Dennis Sanchez. - estendeu a mão pra ele e o mesmo apertou.
Xxx: Sejam bem vindos! Meu nome é Carlos e sou responsável pela assistencia da audiência de vocês. - assentimos. - O Neymar da Silva Santos Júnior ainda não chegou?
Xxx: Ele está aqui! - respondeu uma voz atrás da gente, olhamos e eu vi o Júnior acompanhado por dois homem. Eu não conhecia nenhum dos dois, mas um eu sei perfeitamente quem é. O cretino responsável por tudo que eu fui obrigada a fazer e pela minha situação agora.
Júnior: Eu sou o Neymar Jr. - disse chegando mais perto e me olhando rapidamente. 
Xxx: Eduardo Peixoto, advogado dele. Desculpa o atraso, tivemos um imprevisto com o trânsito.
Carlos: Tudo bem, sejam bem vindos. Já que todos estão presentes, vamos entrar e se acomodar, o Juiz responsável pelo caso já está quase pronto. Desculpe, quem é o senhor? - perguntou para o cretino.
Neymar pai: Sou pai do Neymar Jr. - respondeu e me olhou logo depois encontrando meu olhar, que com toda certeza demonstrava ódio, sobre ele. Minha vontade de perder a tranquilidade e voar em cima dele é grande. 
Carlos: Ah sim, mas o senhor, infelizmente, não vai poder entrar.
Neymar pai: Tudo bem, só vim acompanhar meu filho. - bateu no ombro do Júnior. - Vou te esperar aqui fora. - o Júnior assentiu e antes do cretino sair ainda teve a cara de pau de me lançar um sorriso irônico por trás do filho. 
Dennis: Calma... - sussurrou para mim, colocando uma mão na minha cintura e demostrando que assim como eu também viu o deboche do filho da puta. Que raiva que eu estou sentindo da cara desse homem. Meu desprezo por ele é muito maior do que eu senti nesses três anos. Agora eu sou obrigada a olhar a cara desse ser. 
 Respirei fundo enquanto eu, meu pai e o Neymar Júnior junto com o advogado seguimos o homem de terno pra dentro da sala e ocupamos os lugares que ele indicou. Eu e o Júnior de lados opostos da mesa, de frente um para o outro e nossos advogados ao nosso lado.
Carlos: Fiquem a vontade, vou comunicar que já está tudo pronto aqui. - assentimos e ele saiu da sala por uma porta lateral diferente da qual tínhamos entrado. 
Júlia: Quanto tempo vai durar essa audiência? - perguntei com um tom de voz baixo para o meu pai.
Dennis: Geralmente as reuniões iniciais como essa levam entorno de trinta minutos ou uma hora... - concordei e quando olhei para frente encontrei o Júnior me olhando.
Júnior: Por que não atendeu minhas ligações? - me perguntou e eu arqueei uma sobrancelha.
Júlia: Por que?! - ri com deboche. - Desculpa, mas não estou acostumada a atender alguém que quer tirar minha filha de mim.
Júnior: Eu tenho o direito de falar com ela! Afinal, ela é minha filha também né... 
Júlia: Não sei, vamos ter certeza disso quando o teste de DNA for realizado. - respondi sem pensar e com a raiva me consumindo.
Dennis: Júlia! - exclamou com um tom de repreensão. 
Júnior: O que você tá querendo dizer com isso? Quer continuar a me enganar? Sinto muito, mas dessa vez não vai dar. - disse demonstrando estar com tanta raiva quanto eu. O advogado dele disse algo em seu ouvido e ele assentiu e respirou fundo.
Dennis: Se controla, Júlia! Nossa situação já não está tão boa, então não vamos colocar tudo a perder. - sussurrou só para eu ouvir.
Júlia: Tudo bem, desculpa. - respondi fazendo um esforço para me controlar e ele assentiu. Ficamos os quatro em silêncio só nos encarando por alguns minutos até o moço de terno voltar junto com um senhor, que presumir ser o Juiz.
Xxx: Bom dia à todos!
Nós: Bom dia! - ele sentou na cadeira na ponta da mesa e o Carlos ficou em pé ao seu lado.
Xxx: Me chamo Paulo Pedrosa e fui designado para acompanhar o caso de vocês. Podemos começar? - perguntou nos olhando e nós concordamos. - Carlos, apresente o caso, por favor.
Carlos: Estão presentes nessa sala o Neymar da Silva Santos Júnior junto com o seu advogado, Eduardo Peixoto, e Júlia Medeiros Sanchez junto com o seu advogado, Dennis Sanchez. No dia 19 de Novembro o senhor Neymar Jr. entrou com o pedido de recorrência da guarda total da menor Maria Luíza Medeiros Sanchez que se encontra atualmente sob a tutela da mãe, a senhorita Júlia Medeiros Sanchez. Segundo ao que o senhor Neymar Jr. alegou no pedido, a menor em questão é filha dele junto com a senhorita Júlia Sanchez e esse fato foi omitido dele, pela a mãe da menor, por três anos.
Juiz Paulo: É existente alguma prova concreta da paternidade? - questionou enquanto fazia algumas anotações. 
Carlos: Não, senhor.
Juiz Paulo: Obrigado, Carlos. Senhor Neymar Júnior, poderia dizer como e quando você e a senhorita Júlia Sanchez se conheceram?
Júnior: Claro! Nos conhecemos nas festas de fim do ano de 2011, em Ibiza. Por coincidência nós estávamos hospedados no mesmo hotel e em uma das festas realizada na ilha nos encontramos e nos conhecemos. Depois disso, tivemos relações íntimas e passamos o restante da viagem juntos.  - contou essa última parte me encarando e eu desviei o olhar para a mesa. - Mantivemos contato mesmo de longe por algum tempo, mas alguns meses depois ela sumiu e eu não consegui ter qualquer contato com ela mais. - continuou.
Juiz Paulo: A senhorita Júlia Sanchez, confirma? - me olhou.
Júlia: Sim, senhor. - olhei para ele.
Juiz Paulo: E como você soube que ela ficou grávida, senhor Neymar Jr.?
Júnior: Na verdade eu só descobri agora, quando viajei a negócios para Madrid e a encontrei com a nossa filha em um parque.
Juiz Paulo: Poderia me dizer os detalhes do que te levou a acreditar que a menor Maria Luíza Medeiros Sanchez seja realmente sua filha?
Júnior: A Júlia mesmo me disse. Eu descobri a idade da menina, fiz as contas e vi que teria uma grande chance dela ser minha. Marquei um encontro com a Júlia, a confrontei e ela confessou que era verdade.
Juiz Paulo: Qual é a idade da menor, senhorita Júlia Sanchez?
Júlia: Dois anos e dez meses.
Juiz Paulo: E a senhorita tem certeza que a mesma é filha do senhor Neymar Jr.? - perguntou e o Júnior me olhou esperando a resposta. Vendo onde eu estou e qual é minha situação, meu desejo de poder negar agora é imenso. Seria tudo mais fácil se ela não fosse, tudo. Mas, infelizmente, não tenho nenhuma dúvida sobre isso. Ela é dele, eu querendo ou não! 
Dennis: Responde, Júlia! - sussurrou pra mim apertando minha mão por baixo da mesa e me despertando dos meus pensamentos.
Juiz Paulo: Senhorita, tudo bem? 
Júlia: Sim, desculpe. Eu tenho total certeza que o pai da minha filha é o Neymar Jr. - engoli em seco e quando olhei para o Júnior observei uma pequena expressão de alívio.
Juiz Paulo: Entendido. - anotou algo e depois voltou a me encarar. - Então o motivo da senhorita ter cortado relações com o senhor Neymar Jr. foi a gravidez?
Júlia: Mais ou menos - suspirei.
Juiz Paulo: Por que "Mais ou Menos"? - perguntou com uma expressão curiosa. 
Júlia: Eu descobri que estava grávida três meses depois que nos vimos pela última vez. Fiquei muito chocada no começo, mas depois que digeri um pouco a novidade inesperada meu pai me convenceu a ligar para o Neymar Jr. e contar.
Júnior: Ligação que eu nunca recebi, só pra completar. - disse irônico. 
Júlia: Eu já te falei, você não viu porque foi seu pai que atendeu e disse que você tinha saído e deixado o celular em casa. - respondi com raiva e olhei para o Juiz. - Meu pai tomou a decisão de contar para o pai do Neymar Jr. e foi ele mesmo que contou toda a história. Mas o pai do Neymar Jr. disse que não tinha acreditado e que eu só estava querendo se aproveitar do filho dele e acabar com a sua carreira. Me ameaçou dizendo que se eu conta-se da gravidez para o Neymar Jr. ele iria fazer de tudo para tirar minha filha de mim e que até inventaria provas para conseguir fazer isso.
Júnior: Ela está mentindo! Meu pai nunca faria isso e ele mesmo disse que nem conhece e nunca falou com ela. - respondeu alto, se exaltando.
Júlia: Você está sendo enganado por ele, então. Porque eu não preciso mentir sobre isso.
Juiz Paulo: Por favor, vamos manter a calma! - olhou para o advogado do Júnior. - Controle seu cliente. - ele assentiu e sussurrou algo para o Júnior. 
Dennis: Desculpa senhor Juiz, mas eu sou o pai da Júlia Sanchez e posso afirmar que o que ela contou é verdade. Como ela disse, eu estava presente no momento.
Juiz Paulo: Obrigado pelo complemento, senhor Dennis. Mas o motivo do porque a senhorita Júlia Sanchez resolveu omitir a gravidez da menor Maria Luíza Medeiros Sanchez não é uma questão para ser tratada agora. Então, vamos começar pelo princípio, certo? - nós assentimos. - Gostaria de saber porque o exame de DNA não foi feito por vocês ainda?
Eduardo: Senhor Juiz, meu cliente ainda não realizou o exame porque faz pouco tempo que ele descobriu sobre a possibilidade de ser o pai da menor. Além disso, ele tem total certeza que o resultado seria positivo.
Dennis: Minha cliente também não realizou porque não tem nenhuma dúvida sobre a paternidade da sua filha, senhor Juiz.
Juiz Paulo: Eu entendo, mas como vocês já devem saber não podemos seguir em frente com o processo sem ter descartado qualquer chance da menor em questão não ser filha do senhor Neymar da Silva Santos Júnior. Então irei entrar com o pedido do exame de DNA e quando sair o resultado seguiremos com as audiências para resolver a situação da tutela da menor Maria Luíza Medeiros Sanchez. Alguma dúvida? - perguntou olhando para nós. 
Júnior: Até sair o resultado eu posso ter a permissão para falar com a minha filha? - perguntou e eu encarei o Juiz esperando a resposta. 
Juiz Paulo: Sem o resultado do teste de DNA, eu não posso determinar que a senhorita Júlia Sanchez permita ou não permita algo. Isso está fora do meu alcance, por enquanto. Então, qualquer decisão até o resultado sair é entre o senhor e ela. - respondeu, o Júnior me olhou e eu não pude controlar meu sorriso de triunfo. - Mas alguma coisa?
Júnior: Não, obrigado!
Juiz Paulo: Então, declaro por encerrada essa reunião. Peço que os advogados das duas partes ficam atentos para a intimação da realização do exame e logo após disso para a próxima audiência. Tenham um bom dia! - cumprimentou meu pai e eu e enquanto ele ia fazer a mesma coisa com o Júnior e o advogado, eu junto com o meu pai saímos da sala.
Júlia: Não foi tão ruim, foi? - perguntei para o meu pai enquanto a gente caminhava pelo corredor.
Dennis: Não foi! Mas essas primeiras reuniões são sempre mais tranquilas do que as próximas.
Júlia: Poxa, obrigado por essa informação. Com certeza me deixou mais calma agora, pai. - sorri irônica.
Dennis: Desculpa, querida! Tô dizendo isso porque é a minha função deixar os clientes informados de todas as etapas, mas não perca a esperança e a tranquilidade por causa disso. Não vai ajudar em nada! - disse e me abraçou de lado quando saímos no estacionamento. 
Xxx: Júlia! - escutamos alguém me gritando atrás da gente e quando olhamos vimos o Júnior correndo até a gente.
Dennis: Não vai esperar ele? - perguntou quando eu continuei andando e ele acompanhou.
Júlia: Não! - revirei os olhos. Chegamos no carro e ele destravou o mesmo. 
Júnior: Júlia, preciso falar com você, por favor. - continuou gritando e chegando perto.
Dennis: Fale com ele logo, Júlia. Não se esquece que vocês dois tem uma filha juntos, apesar de tudo. Vou esperar dentro do carro. - respondeu já entrando no banco do motorista e fechando a porta. Eu bufei e fiquei esperando o cretino Jr. chegar perto.
Júnior: Obrigado por esperar.
Júlia: Não agradeça! Fale logo o que quer porque tenho que ir embora. - falei com os braços cruzados.
Júnior: Tudo bem... - respirou fundo e imitou minha posição. - Quero que você volte a atender minhas ligações para eu poder falar com a nossa filha.
Júlia: E por que eu deveria fazer isso?
Júnior: Porque eu sou o pai dela?! - respondeu com um tom óbvio. 
Júlia: Mas o DNA ainda não foi feito para comprovar definitiva...
Júnior: Para, Júlia! - me interrompeu. - Você mesma sabe que esse exame é irrelevante. O que você ganha negando o direito da sua filha de falar com o pai? Pense nela, cara! Ela ficava super empolgada de falar comigo nas vezes que eu liguei.
Júlia: Tá, tá bom! - respondi exasperada. Ele tem razão, a Maria se apegou totalmente aos momentos em que eles se falam. Não foi atoa que ela demonstrou sentir falta dele. - Mas não é por você! É somente para o bem da Maria Luíza.
Júnior: Tá bom! - sorriu largamente, um sorriso que eu me acostumei a admirar à três anos atrás. Por que você tem que acreditar fielmente naquele cretino, Júnior?! Seria tudo mais fácil se você ao menos cogita-se que o que eu disse talvez seja verdade. - Que horas eu posso ligar, então?
Júlia: No mesmo horário que você ligava antes e para o bem de nós três, vamos manter a conversa somente entre vocês dois. - abri a porta do carro. - Não vai fazer diferença né, você já vem fazendo exatamente isso desde o começo. - sentei no banco da frente e fechei a porta. - Vamos! - falei para o meu pai enquanto colocava o cinto.
Dennis: Tudo bem? - perguntou para mim observando o Júnior ir para um carro que estava um pouco mais à frente.
Júlia: Sim! - ele assentiu e deu partida. Passamos ao lado do carro do Júnior, buzinaram pra gente e quando eu olhei para o motorista vi que era o filho da mãe do pai dele. - Cretino desprezível! - sussurrei.
Dennis: Ele vai pagar por tudo que está fazendo, tenho certeza!
Júlia: Deus te ouça! - suspirei.

                                   (...)    


 Fomos direto para a casa da Sarah, contamos os detalhes da reunião pra ela e depois resolvemos voltar pra casa. Arrumamos nossas poucas coisas, nos despedimos da Sarah, pedimos para ela mandar um beijo pro Felipe, que estava trabalhando, e pegamos a estrada de volta pra Madrid.
Dennis:
Vamos parar em algum restaurante para almoçar? - perguntou quando já estávamos na metade do caminho.
Júlia: Vamos! - olhamos todos os restaurante de beira da estrada e quando achamos um agradável, ele estacionou o carro, descemos, entramos no estabelecimento e ocupamos uma mesa próxima a janela. O garçom trouxe o cardápio, escolhemos o prato e enquanto não ficava pronto eu e meu pai ficamos conversando. Vinte minutos depois o garçom voltou com os pedidos e antes de eu começar a comer tirei foto e postei. 



SanchezJú: Colorful Lunch! ♡

biacosta: Lindo, porém não trocaria pelo meu arroz e feijão hahahaha
rachelapollonio: Meu orgulho com essas comidas saudáveis ♡
iphonedajú: Oi sua linda!
cacaparra: Fingindo ser fit né Júlia Sanchez?!
emi_lima: Muito menos eu @BiaCosta
sanchezjú: Não se acostuma amiga, ainda como pizza toda semana hahahaha @RachelApollonio 
jéssicareis: Eca!
sanchezjú: Tô, igual tu José! @CacaParra 

Respondi mais alguns comentários, mas cinco minutos depois guardei o celular e fiquei batendo papo com o senhor Dennis enquanto comia. 
 Depois do almoço voltamos para a estrada e enfim chegamos em casa por volta das duas horas da tarde. 
Dennis: Chegamos! - exclamou pra ninguém especificamente, porque a sala estava vazia, quando a gente entrou. - Não tem ninguém em casa?!
Júlia: Está parecendo que não! - afirmei colocando minhas coisas no sofá. - Vou olhar lá na cozinha.
Dennis: E eu lá em cima, vou aproveitar pra tomar um banho... - assenti e saí da sala, encontrando a cozinha também vazia. Peguei um copo, fui até a geladeira, me servi com água, sentei da bancada e enquanto bebia peguei meu celular no bolso e liguei para a dona Marcela. 
Marcela: Oi, Júlia! Já chegaram? - disse assim que atendeu.
Júlia: Sim, nesse instante. Onde você está?
Marcela: Eu e a Rosa trouxemos a Malu no parque.
Júlia: Ela conseguiu exatamente o que queria... - ri.
Marcela: Não tivemos escolha, ficou desde ontem pedindo pra vir. - riu também. - Mas já estamos voltando pra casa. Estou curiosa pra saber como foi lá na audiência.
Júlia: Sei que está! Tô esperando vocês aqui...
Marcela: Tá bom! É só o tempo de eu conseguir convencer a Maria Luíza a ir embora usando meu truque de prometer voltar outro dia. - riu.
Júlia: Já te falei que você faz muito o gosto dela hein... Depois não reclama! - revirei os olhos. 
Marcela: Não começa com a chatice, Júlia! Tchau, até logo.
Júlia: Até! - desligamos. Depois que lavei o copo que usei, subi e passei no quarto dos meus pais. - Pai, liguei pra mamãe e ela disse que está no parque com a sua neta e a Rosa.
Dennis: Ela disse quando vai vir pra casa? - perguntou em um tom alto de dentro do closet.  
Júlia: Disse que já está vindo.
Dennis: Ok...
Júlia: Vou lá no meu quarto, qualquer coisa me chama.
Dennis: Tá bom! - saí fechando a porta, fui para o meu quarto e me joguei na cama. Fiquei olhando para o teto em meio aos pensamentos e acabei cochilando sem perceber.

                                     (...)  

 Beijos molhados e mãos pequenas na minha bochecha me despertou. 
Malu: Mamãe, acoda! - sussurrou no meu ouvido.
Júlia: Huumm - resmunguei e continuei com os olhos fechados.
Malu: Mamãe... - chamou de novo e dessa vez começou a apertar minha bochecha, deixando minha boca estilo peixinho. 
Júlia: Hunhumm - tentei fechar e abrir a boca, ela riu e tirou as mãos. - Quem é que está ousando me tirar do meu sono?
Malu: Eu! - exclamou ainda rindo. 
Júlia: Eu quem? - abri um pouco um olho.
Malu: Malia Luíza!
Júlia: Ah, é a princesa Malu?
Malu: Xim! - sorriu. 
Júlia: Ai meu Deus! - abri os olhos e fiz cara de surpresa. - Tem uma princesa na minha cama. Por favor, me dá um abraço senhorita princesinha? - ela assentiu rindo e eu a agarrei super apertado puxando ela pra cima de mim.
Malu: Aí, mamãe! Tá apetado... - exclamou ainda gargalhando.
Júlia: Desculpa dona princesa, foi sem querer. - ri e deixei ela sentada na minha barriga. - E aí, como foi o passeio com a vovó e a Rosinha?
Malu: Eu binquei no pula-pula e a Losa me empulou no balancinho.
Júlia: Uau, você gostou?
Malu: Xim!
Júlia: Que bom, amor! Cadê a vovó?
Malu: Tá lá no quato com o vovô. A xente tava vendo filme do peixinho e depois que teminou eu pedi pra vim te acoda. - sorriu. - O vovô disse que voxê domi muto.
Júlia: Aé?! - peguei meu celular e concordei com o meu pai quando olhei a hora e já passava das cinco da tarde. Também vi que tinha chegado mensagens no Whats. - Dessa vez seu avô tem razão. - ri. 
Malu: Bota desenho, mamãe! - pediu apontando pra TV.
Júlia: Coloco, mas é só um pouquinho porque já vamos descer pra comer alguma coisa.
Malu: Tá! - liguei a televisão e coloquei no canal dos desenhos. Aproveitei que ela focou a atenção lá pra ver as mensagens que era todas da Jéssica. 





 Meu celular começou a tocar pelo face time no exato momento em que encerramos a conversa. Júnior! 
Júlia: Filha?
Malu: Oi! - me olhou. 
Júlia: O Júnior tá ligando pra falar com você. - mostrei a tela do celular que ainda tocava.
Malu: O Xúninho? - assenti e sorriu de orelha a orelha. - Oba! Dexa eu fala com ele, mamãe.
Júlia: Calma! - sorri com a sua empolgação, aceitei a chamada e passei o celular pra ela.
Malu: Xúninhooo... - exclamou ainda sorrindo.
Júnior: Oi, princesa! - riu.
Malu: Oi!
Júnior: Tudo bem?
Malu: Xim! Puque voxê demolou pra ligar maisi?
Júnior: Porque... - ficou em silêncio por alguns segundos, provavelmente pensando no que iria responder. - Porque eu não tava podendo ligar, mas agora eu posso e juro que vou ligar todos os dias. Me desculpa?
Malu: Diculpo, maisi voxê têm que levar eu e o Davi no paque mutas vezes agola. - o Júnior riu e eu também não pude se segurar. Chantagista! 
Júnior: Combinado! O que você está fazendo?
Malu: Tô vendo desenho no quato da mamãe. - virou a tela do celular na direção da tv e depois voltou para ela.
Júnior: Que legal!
Malu: Mamãe, posso pegar a Nina pro Xúninho vê? - me olhou.
Júlia: Agora? Não é melhor deixar pra quando ele ligar de novo?
Malu: Maisi voxê disse que podia ser hoje! - fez cara de choro. - A Nina quer muto falar com o Xúninho tábem. - o Júnior riu.
Júlia: Tá bom! - revirei os olhos. - Deixa que eu pego no quarto de brinquedos.
Malu: Não tá no quato de binquedos, mamãe. Eu vou pega no quato da vovó e do vovô!
Júlia: O que ela tá fazendo lá?
Malu: É puque ela domiu comigo e a vovó outo dia. - respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. - Xúninho, fica com a mamãe lapidinho que eu vou pegar a Nina. - me entregou o celular, desceu da cama e saiu correndo do quarto.
Júlia: Não corre, Maria Luíza! - gritei alto, mas tive certeza que foi em vão quando os barulho dos passos não diminuiram. Suspirei e quando olhei para o celular vi o Júnior me olhando prendendo o riso.
Júnior: Oi!
Júlia: Oi! Desculpa pela a espera, ela já vai voltar. - respondi exasperada.
Júnior: Sem problemas! Ela é sempre assim, cheia de energia?
Júlia: Em todo os momentos em que não está dormindo. - ele riu. 
Júnior: Deu pra perceber... Então, foi tudo bem na viagem de volta?
Júlia: Sim! - respondi curta e ficamos em silêncio até a Malu voltar com a bendita boneca. - O que eu disse sobre correr, Maria Luíza?
Malu: Diculpa, mamãe! Maisi eu quelia pegar a Nina lapidinho pro Xúninho ver. - disse subindo de volta na cama.
Júlia: Não precisava ter pressa, o Júnior não ia desligar se você demora-se um pouco mais do que isso. - entreguei o celular pra ela. - Dá próxima vez que correr vai ficar no castigo, ouviu?
Malu: Ovi, mamãe.
Júlia: Tudo bem! A mamãe vai no banheiro rapidinho e você fica aqui falando com o Júnior. - ela assentiu e eu desci da cama.
Malu: Olha Xúninho, essa é a Nina. A loupa dela foi eu que coloquei, tá bonita? - ri quando escutei a pergunta dela antes de entrar no banheiro. Júnior vai sofrer na pele o que é ter uma filha menina hahaha...
 Fiz xixi, lavei as mãos e antes de voltar para o quarto passei água no rosto, pra tirar um pouca da cara de sono, e sequei o mesmo.
Júnior: Eu acho que a Nina não vai gostar de brincar de pega pega comigo, você, Davi e o Pôquer. - sentei na beira da cama ouvindo ele falando e rindo.
Malu: Ela vai ficar vendo a xente, né Nina?! - alisou o cabelo da boneca e depois olhou pra mim. - Mamãe, o Xúninho tem um cacholo muto gande e fofinho.
Júlia: Aé?! - sorri.
Malu: Xim! Ele apaleceu aqui... - apontou para o celular. - Xúninho, ele gosta de bincar com bolinhas? - eles continuaram a conversar por mais 5 minutos e depois o Júnior precisou desligar. Ele se despediu da Malu e da Nina, que a Maria fez questão de lembrar, e depois que encerrou a chamada a Malu me entregou o celular.
Júlia: Vamos descer pra comer alguma coisa agora? - falei levantando e colocando o celular no bolso. 
Malu: Vamo! - desceu da cama e me deu a mão. Desliguei a tv, saímos do meu quarto e passamos no da dona Marcela e senhor Dennis.
Júlia: Olá! - sorri.
Marcela: Oi! Apagou hein... - disse sentando na cama, onde estava deitada com o meu pai.
Júlia: Tava cansada, então peguei no sono sem perceber. Chegou faz muito tempo?
Marcela: Bastante! Tive que segurar a Malu aqui pra ela não ir te acordar no mesmo instante que chegamos. - rimos e olhamos para ela que já estava no colo do meu pai na cama cheia de graça. 
Malu: Vovó, o Xúninho tem um cacholo bem gande assim óh... - abriu os braços.
Marcela: Que bacana! E você apresentou a Nina pra ele? - riu. - Com a empolgação que entrou aqui pra pegar essa boneca...
Malu: Xim! A Nina adolou falar com ele e o Xúninho disse que vai levar eu e a Nina pra bincar com o Davi.
Dennis: Você vai ser a responsável por novos desafios que ele vai ter que lidar né princesa?! - riu. - Não é fácil lidar com uma filha menina.
Júlia: Pensei a mesma coisa agora à pouco. - ri. - Vamos descer, Maria. - falei ainda em pé segurando a porta.
Marcela: Vou aproveitar pra descer junto. - levantou da cama.
Malu: Vou ficar com o vovô, mamãe.
Júlia: Não, vamos tomar café.
Malu: Só um poquinho...
Dennis: Vai indo Júlia, desço com ela daqui alguns minutos.
Júlia: Não demora ou vai chegar perto do horário da janta e se ela comer algo não vai querer jantar depois. - ele assentiu e eu saí do quarto junto com a minha mãe. 
Marcela: Seu pai me contou como foi lá na reunião.
Júlia: Contou?!
Marcela: Sim! Disse que foi tranquila...
Júlia: É, foi mais de boa do que eu pensei que seria. - descemos a escada. - Claro, tirando a parte em que eu tive que olhar e aturar o deboche daquele cretino do pai do Júnior.
Marcela: Seu pai me contou. É óbvio que ele foi somente pra isso, tentar te fazer perder o controle.
Júlia: Ele quase conseguiu! Só de olha-lo minha raiva recentida veio a tona, mas graças ao senhor me mantive tranquila.
Marcela: Ainda bem! O que é dele está guardado, Deus nunca falha.
Júlia: Amém! - chegamos na cozinha e encontramos a Rosa. Oi, Rosinha!
Rosa: Oi, minha filha. Tudo bem?
Júlia: Sim! Apenas com uma pequena fome presente no meu estômago. - rimos.
Marcela: Tão pequena que se comer um boi inteiro não seria suficiente, Rosa. - balançou a cabeça indo até a geladeira.
Júlia: Credo, mãe! Releva aí né, só comi um almoçozinho no caminho pra casa. - ela riu.
Rosa: O que você quer, Júlinha?
Júlia: Olha, algumas das suas panquecas maravilhosas cairia super bem.
Rosa: Tá bom, pode deixar que vou fazer agora.
Júlia: Faz uma quantidade boa porque a Jés está vindo pra cá e sabemos como ela é né... - rimos.
Rosa: Sei bem! - disse já pegando os ingredientes.
Marcela: O que a Jéssica tá vindo fazer aqui?
Júlia: O ape dela está com problema no encanamento e por isso ela vai ficar aqui até ser resolvido.
Marcela: O quarto de hóspede está arrumado?
Júlia: Não sei, mas não estou ligando porque a última pessoa que ficou por lá foi a própria Jéssica, então se tiver foi ela mesma que fez. - dei de ombro e ela riu.
Marcela: Ótima amiga você, minha filha.
Júlia: Com certeza! - ri. Escutamos a campainha tocar. - Olha ela aí... - saí da cozinha, fui para o hall de entrada e encontrei o meu pai junto com a Malu cumprimentando a Jés. 
Jéssica: A titia veio dormir aqui! - disse pra Malu.
Malu: Oba! A xente vai comer pipoca e ver desenho?
Jéssica: Claro, meu amor! - riu.
Júlia: Minha filha tá viciada... - cheguei mais perto e eles me olharam.
Dennis: Lógico! Toda vez que a Jéssica vem pra cá vocês inventam de fazer isso. - negou com a cabeça. 
Jéssica: Nosso programa preferido de meninas, tio. - rimos. 
Dennis: Já percebi! - riu. - Vem princesa, vamos comer. - pegou a mão da Malu.
Júlia: A Rosa tá fazendo panquecas, coloca uma pra ela. - ele assentiu e saíram.
Jéssica: Toma, mas não se acostuma! - me entregou uma sacola de supermercado com um pote de sorvete dentro.
Júlia: Porra, eu te amo garota. - ri e beijei seu rosto.
Jéssica: Tem que me amar mesmo, porque amiga igual a mim é raro...
Júlia: Menos, querida! - rimos. Fechei a porta e fomos para a sala. - Vai colocar suas coisas lá em cima. Estamos todos na cozinha!
Jéssica: Tá, mas vê se não come todas as panquecas da Rosinha.
Júlia: Que panquecas?! - fingi uma expressão de desentendida.
Jéssica: Pode parar, palhaça! Limpei meu ouvido hoje e ouvi muito bem você falando com o tio. - rimos. - Já estou voltando! - subiu as escadas e eu voltei pra cozinha.
Marcela: Cadê a Jéssica?
Júlia: Foi guardar as coisas... - fui colocar o sorvete na geladeira.
Malu: É sovete, mamãe?
Júlia: É sim, mas pode continuar comendo sua panqueca aí porque não vamos tomar agora. - ela assentiu e continuou comendo a panqueca junto com suco.
Marcela: Sua vó ligou mais cedo pra perguntar quando vamos para o Brasil, Júlia.
Júlia: Vocês tão querendo ir quando? - sentei na mesa junto com o meu pai e a Malu e comecei a passar mel na minha panqueca.
Dennis: Sua mãe vai fechar a loja dia 7 e é exatamente o dia em que entro de férias no escritório.
Júlia: As minhas são dia 5, mas não sei se vou poder ir para o Brasil nesse dia porque depende das audiências né...
Dennis: Verdade! Pra mim só vai ficar o seu caso na agenda.
Marcela: Então vamos todos esperar essas audiências passarem.
Dennis: Acho que antes do dia vinte eles entram em recesso. Tô achando que até lá o Juiz vai agilizar bastante o processo.
Marcela: Tomara, não vejo a hora disso tudo acabar. - veio sentar na mesa também. - Pelo que sua vó disse, a família toda chega por volta do dia 20 também lá na casa.
Júlia: A tia Denise e o tio Vinícios vão poder ir esse ano?
Marcela: Eles disseram que sim e a mamãe adorou né. Pensa numa pessoa que gosta de casa cheia. - rimos. 
Jéssica: Cheguei! Espero que tenham deixado panquecas para mim. - disse entrando na cozinha.
Marcela: Se demora-se mais um pouco ia ficar sem. - riu e a Jés beijou sua bochecha.
Jéssica: Que isso tia, a Rosinha não ia deixar vocês fazer isso comigo, né Rosinha? - cumprimentou a Rosa também. 
Rosa: Tô fora dessa, prefiro fazer minha janta em paz... - rimos. A Jéssica sentou ao meu lado e começou a se servir. 
Jéssica: E aí Júlia, como foi lá hoje?
Júlia: Foi tranquilo! Chegamos lá e... - contei para ela mais ou menos como foi sem dar nomes aos bois por causa da Malu. - As coisas vão ficar tensas nas próximas eu acho.
Marcela: Eles só vão entrar definitivamente no assunto da guarda depois que o exame for feito.
Dennis: Não dá pra correr o risco de se envolver nesse assunto e depois descobrir que não era necessário porque o teste deu negativo.
Jéssica: O teste vai ser feito a mando do Juiz né?
Júlia: É Sim! - respondi e continuamos a conversar sobre esse assunto enquanto comíamos. 

                                          (...)

 Quando anoiteceu tomei banho junto com a Malu e nos aprontamos para dormir, já que estava chovendo bastante e não iríamos sair de casa. Jantamos junto com os meus pais e a Jéssica, depois todos nós fomos pra sala e fizemos uma sessão pipoca com filmes. Meus pais foram os primeiros a subi pro quarto, depois foi a vez da Malu que capotou no meu colo enquanto mamava e eu a coloquei no quarto dela. Eu e a Jéssica ainda ficamos na sala mais conversando do que prestando atenção no filme, resolvemos subir quando já estava ficando tarde de mais, nos despedimos no corredor e ela entrou no quarto de hóspede e eu no meu.


By Vic:

Relevem as partes da audiência porque não sei realmente como funcionam, mas estou fazendo o possível pra sair bom.

Ps: Obrigada pelas idéias, vocês são maravilhosas.