segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Capítulo 13 -"E é realmente o certo devolver com a mesma moeda?"

Sábado, Novembro de 2014

 Acordei no dia seguinte com uma dor de cabeça terrível, resultado dos últimos acontecimentos do restante do dia de ontem. Acabou que com a chegada da intimação não tivemos mais vontade de sair para ir ao cinema e jantar. Com isso, ficamos em casa com uma tensão pairando no ar e procurando saber do meu pai cada detalhe da batalha que teremos pela frente. Algo que não seria fácil, principalmente para mim que teria que conviver com a possibilidade de perder a guarda da minha filha. Quando eu já não estava com cabeça para ouvir mais nada sobre isso, subi para o meu quarto junto com a Malu, nos preparamos para dormir e minha noite terminou com nós duas grudadas na minha cama do jeito que eu precisava. 
 Depois de me situar do horário, que marcava 08:45 no meu celular, levantei da cama e fui para o banheiro deixando a Malu dormindo. Olhar no espelho só me serviu para constatar o estado terrível que estava meu rosto depois de ter chorado muito ontem. Escovei os dentes, fiz xixi, me despi, entrei no box e tomei um banho bem demorado para tirar um pouco da tensão do meu corpo. Me sequei, enrolei uma toalha no meu corpo e outra no meu cabelo quando terminei. Fui para o closet, vesti um look confortável, sequei o cabelo com o secador e logo depois fiz um rabo de cavalo alto no mesmo. Passei um pouco de maquiagem, arrumei a bagunça que eu tinha feito e voltei para o quarto. Sentei na beira da cama e alisei o cabelo da minha princesa. Tão pequenininha e em paz no seu sono. Só tenho a agradecer à Deus por você não entender tudo que está acontecendo. Que ele não deixe que você seja tirada de mim. Beijei sua testa, peguei meu celular, saí do quarto e desci direto para a cozinha. 
Júlia: Bom dia! - falei para a Rosa e a minha mãe, as únicas que estavam presente.
Marcela: Bom dia, filha!
Rosa: Bom dia, Júlinha!
Marcela: Como você está? - sorriu fraco.
Júlia: Bem, só com uma dor de cabeça.
Rosa: Vou pegar o remédio para você. - foi buscar e eu fui até a mesa e me servi um copo de suco.
Júlia: Cadê o restante do povo?
Marcela: Seu pai foi até o escritório e a sua irmã e o Felipe ainda não desceram.
Júlia: O que o papai foi fazer no escritório? - sentei em uma cadeira de frente para ela.
Marcela: Ele disse que precisava buscar alguns papel para estudar mais sobre o nosso caso.
Júlia: Ah sim... - murmurei e a Rosa voltou com o remédio. - Obrigada, Rosinha. - coloquei o comprimido na boca e engoli junto com o suco.
Marcela: A Malu ainda está dormindo?
Júlia: Está! Vou subir daqui à pouco para acorda-lá. Ontem parecia que ela percebeu que eu não estava muito bem porque passou o tempo todo garrada em mim, mesmo depois de terminar de mamar. - sorri um pouco.
Marcela: Ela sentiu, com certeza.
Júlia: Tenho que tentar demonstrar um pouco menos meus sentimentos perto dela, não quero que ela faça parte dessa loucura. - suspirei.
Marcela: É uma ótima idéia! Ela ainda é muito nova para tudo isso. Estou rezando para que isso tudo passe logo e que de tudo certo no final.
Júlia: Tomara! - suspirei e levantei para colocar meu copo na pia. 
Rosa: O que vocês querem para o almoço hoje?
Júlia: Para mim, algo leve. Não estou dando muita fome nesses últimos dias e algo pesado não irá cair bem. Vou dar um tempo lá fora e esperar minha dor de cabeça passar.
Marcela: Tá bom! - deixei as duas conversando sobre o almoço, saí para a área externa e deitei em uma espreguiçadeira perto da piscina. Peguei meu celular e fiquei olhando minhas redes sociais até a Gabi me chamar no whats. 





Continuamos a conversar, ela me contou tudo sobre o cara e como se conheceram, e depois me despedi dela quando o Fe apareceu e veio pra perto de mim. 
Felipe: E aí, Júlinha! Tá melhor? - beijou minha bochecha e sentou ao meu lado.
Júlia: Tô sim! Valeu por ontem. - sorri. Ontem enquanto tudo estava acontecendo ele foi o responsável por manter a Malu longe e ficou brincando com ela no quarto de brinquedos até que as coisas se acalmaram.
Felipe: Sem problemas! Fiz o que achei melhor para não deixar a Maluzinha presenciar tudo aquilo. - sorriu. - Aliás, ela já acordou!
Júlia: Já? Fiquei aqui mexendo no celular e esqueci dela. Vou lá ajeitar ela e depois descer para dar café.
Felipe: A Sarah já tá fazendo isso. Quando desci ela ficou dando banho na nela ou ela estava tomando banho com a água que a Malu jogava nela...
Júlia: Então deixa as duas lá e eu vou ficar aqui de boa e sequinha. - rimos. Ficamos conversando sobre coisas aleatórias, depois fomos para a cozinha e encontramos a Sarah entrando com a Malu. - Bom dia, minha princesa!
Sarah: Bom dia! Eu sei que sou princesa mesmo. - disse sorrindo.
Júlia: Você não, ou, minha filha! Tu é uma ogrinha. - o Felipe riu e ela botou língua pra mim. 
Malu: Bom dia, mamãe! - veio pra perto de mim, peguei ela no colo e beijei seu nariz.
Júlia: Oi, meu amor! - sorri. - Dormiu Bem?
Malu: Xim!
Júlia: Quer tomar café? - ela assentiu. 
Sarah: Cadê a mamãe, papai e Rosinha? - perguntou sentando na mesa e se servindo. 
Júlia: A Dona Marcela e a Rosa estavam aqui quando desci e o papai está no escritório. - respondi colocando a Malu sentada no cadeirão.
Felipe: Quando desci encontrei a sogrinha e a Rosa saindo e disseram que iriam no mercado, mas não iam demorar muito. - pegou uma maçã e começou a comer. 
Sarah: Será que o papai foi ver algo sobre a audiência de segunda?
Júlia: Foi, a mamãe disse! - servi um pouco de suco no copo da Malu e preparei um pão francês com requeijão para ela. 
Sarah: Você tá bem?
Júlia: Estou! - respondi vagamente sentando ao lado da Malu enquanto a assistia comer.
Sarah: Como será que vai ser na segunda? Não consigo parar de pensar sobre isso.
Júlia: Não sei, Sarah! Estou tentando ao máximo não pensar sobre nada disso porque não quero estragar meu dia com a preocupação. Se está sendo difícil para você esquecer sobre, imagine pra mim?! - falei mantendo o tom calmo, mas visivelmente chateada.
Sarah: Tá, desculpa! - murmurou e eu suspirei.
Júlia: Me desculpa também! Só estou um pouco nervosa e por isso não quero ficar pensando em como está a minha vida agora. - ela assentiu sorrindo fraco. 
Felipe: Vamos mudar de assunto. Que tal a gente ir andar de teleférico depois do almoço? E aí Maluzinha, topa? - sorriu olhando para ela.
Malu: Xim! - exclamou com a boca cheia de pão e nós rimos. 
Sarah: Vocês sabem que eu não sou muito fã de alturas, mas vou fazer um esforço. - disse com uma careta. 
Júlia: Tô dentro também. Vamos ver se a mamãe e papai querem ir junto...
Marcela: Ir onde? - perguntou entrando na cozinha com algumas sacolas junto com a Rosinha.
Felipe: No teleférico, sogrinha.
Marcela: Agora? - colocou as compras na bancada e olhou pra gente.
Felipe: Não, depois do almoço.
Marcela: Ah, se é assim eu vou então.
Malu: Vovó! - chamou ainda tomando seu suco.
Marcela: Oi, minha princesa! - disse indo sorrindo até ela e enchendo-a de beijos.
Júlia: Vamos junto, Rosinha?
Rosa: Não me do bem com essas coisas no alto, minha filha. - riu e começou a tirar as coisas das sacolas. 
Sarah: Eu também não gosto, mas tô indo Rosinha. Vamos, vai...
Rosa: Tudo bem, eu vou!
Felipe: É isso aí, Rosa! A vida sem aventuras não é nada. - rimos.
Malu: Mamãe, quelo maisi pãozinho.
Júlia: Chega, amor! Daqui à pouco vamos almoçar.
Marcela: A vovó e a Rosinha vai começar a preparar agora mesmo.
Malu: Maisi eu não quelo papa, quelo pãozinho.
Júlia: Então não vamos sair mais, porque só quem almoçar vai poder sair e andar de teleférico.
Malu: Tá bom, vou amoçar!
Felipe: Chantagista! - disse rindo.
Júlia: Com ela tem que ser assim. - falei levantando da cadeira e pegando o copo vazio de suco da Malu para lavar. 
Malu: Quelo ver desenho, mamãe.
Júlia: Espera um pouco, tô ocupada!
Sarah: Vamos, a titia vai colocar para você. - disse tirando ela da cadeira.
Felipe: Também vou! Vamos ver o que, Dragon Ball Z?
Malu: Não, titio! É Macha e o Uso.
Felipe: Mas de novo?! - rimos. 
Malu: Xim!
Marcela: Fiquem por perto que daqui a pouco o almoço fica pronto, hein.
Sarah: Tá bom! - os três saíram e foram para a sala. 
Júlia: Vocês duas querem ajuda aqui?
Marcela: Não, minha filha! A gente da conta, mas preciso que você ligue para o seu pai e pergunte o porque dessa demora toda. - pediu sem parar de cortar algumas verduras.
Júlia: Tá! - peguei meu celular e disquei para o número dele que atendeu no segundo toque. - Bom dia, senhor Dennis!
Dennis: Oi! Bom dia, querida. Já acordou?!
Júlia: Faz é tempo! A Dona Marcela tá querendo saber que horas tu vai voltar pra casa...
Dennis: Já estou no caminho, avisa a ela aí.
Júlia: Tá falando no telefone enquanto dirige, pai?!
Dennis: Não, parei no acostamento só pra isso.
Júlia: Ah bem! - ri um pouco. - Vou deixar você voltar pra estrada, então.
Dennis: Daqui a pouco eu chego aí, beijo.
Júlia: Beijo! - desliguei e guardei o celular no bolso. - Ele já está no caminho, mãe!
Marcela: Tá bom! Pega uma tigela para mim, Rosa. - ela foi pegar.
Rosa: Aqui! - entrou para a minha mãe e ela agradeceu. 
Júlia: Vou subi pra ver algumas coisas do trabalho. Deixar tudo em dia já que vou faltar na segunda.
Marcela: Vai lá, quando o almoço estiver pronto te aviso. - assenti e saí da cozinha. 
Passei pela sala, vi que a Maria estava de boa assistindo seus desenhos com a Sarah e o Fe, subi as escadas e fui direto para o quarto. 

                                       (...)  

Domingo, Novembro de 2014

 O restante do sábado correu tranquilamente. Depois que o meu pai chegou e eu terminei com as coisas do trabalho, tivemos um almoço maravilhoso e com um clima super leve, sem tocar no assunto que estava trazendo tensão para nossa família. Um momento da calmaria em meio a tempestade. Logo depois do almoço fomos no bendito teleférico que o Felipe deu a idéia e o dia não poderia ter terminado de melhor forma com todos nós indo jantar em um restaurante super aconchegante no centro de Madrid. 
 Hoje, domingo, é o dia que eu e meu pai vamos pra Barcelona para a audiência que será amanhã de manhã. Resolvemos aproveitar que a Sarah e o Felipe voltam hoje pra lá e ir junto com eles. Vamos no final do dia e pretendemos voltar logo depois da reunião. 
Malu: Mamãe? - chamou acordando e eu a olhei. Ontem ela dormiu na minha cama mais uma vez. 
Júlia: Bom dia, minha princesa! - falei sorrindo. Já faz mais de meia hora que eu acordei, mas continuei deitada em meio aos pensamentos. 
Malu: Bom dia! - chegou mais perto de mim e deitou com a cabeça na minha barriga. - A xente vai no paquinho hoje?
Júlia: Não! Você lembra que a mamãe falou com você ontem que o vovô e eu vamos pra casa da titia Sarah hoje? - perguntei mexendo em seu cabelo.
Malu: Xim!
Júlia: Então, por isso não vai dar pra gente ir no parque hoje. Mas amanhã, quando eu chegar, nós podemos ir tá bom?
Malu: Tá! A xente vai tomar sovete tabem né?
Júlia: Vamos! - ri. - Mas só se o tempo não estiver muito frio, ok? - ela assentiu. - Você vai ficar com a vovó até a mamãe voltar da casa da titia, lembra?
Malu: Lembro! Eu vo domir com ela?
Júlia: Não sei, pergunta a ela depois. Se comporta, tá bom? Se fazer bagunça não vamos em nenhum parque amanhã.
Malu: Tá bom! Vou ficar quietinha, mamãe.
Júlia: Muito bem! - sorri.
Malu: Mamãe, o Xuninho não quer me ver maisi? - perguntou levantando a cabeça e me olhando.
Júlia: Por que você tá perguntando isso? - falei em um tom surpreso, porém já tendo uma noção de qual seria sua resposta.
Malu: Puque ele falava com eu toda hora no vídeo e agola não tá falando maisi. - disse cabisbaixa, causando uma dor no meu coração. Como eu já tinha dito, o Júnior liga todo dia para conversar com ela, mas desde o dia que chegou a intimação eu evitei todas as chamadas dele, e não foram poucas. Eu sábia que a Malu iria sentir falta e consequentemente iria acabar perguntando, mas meu lado orgulhoso e magoado falou mais alto. Eu sei que isso não faz bem para ela, que não tem nenhuma culpa no que está acontecendo. Porém também sei que se atende-se as ligações dele eu iria falar coisas que ele merece ouvir e meu pai me alertou que o melhor a fazer agora é ficar quieta na minha e deixar as conversas para o tribunal, para não prejudicar mais ainda minha situação.
Então eu preciso desse tempo para esperar a poeira abaixar e eu conseguir controlar meu desejo de dizer umas verdades para ele. 
Júlia: Claro que ele quer te ver, meu amor. Só porque vocês estão a um tempo sem se falar, não quer dizer que ele não gosta mais de você. - sorri fraco. - Tá bom?
Malu: Tá! Maisi vai demola muto pra xente se vê?
Júlia: Não, prometo! - suspirei. Vou ter que resolver logo essa questão da raiva pra ontem.
Malu: Oba! - sorriu. - Você dexa eu pegar a Nina pra ele ver?
Júlia: Deixo! - sorri e beijei sua testa. - Vamos se ajeitar pra tomar café.
Malu: Quelo comer aquele bolinho de cholate, mamãe. - pediu enquanto eu levantava da cama.
Júlia: Vamos ter que ir no Starbucks então, aqui em casa não tem. - ajudei ela a descer da cama.
Malu: Tá bom! - disse sorrindo.
Júlia: Vamos no seu quarto se arrumar. - falei já a levando pra lá e depois fomos direto no banheiro.
 Depois que terminei de dar banho, peguei sua toalha, sequei seu corpinho e fomos para o closet.
Malu: Quelo usar minha botinha peta, mamãe.
Júlia: Essa? - perguntei pegando.
Malu: Xim!
Júlia: E a roupa?
Malu: Voxê pode escolher!
Júlia: Ah, obrigada por essa gentileza. - ri. - Vai lá pra sua cama que eu vou pegar as coisas aqui e depois vou pra lá.
Malu: Tá bom! - ela foi e eu fiquei olhando seus looks e optei por um bem quentinho por causa do tempo frio. Antes de sair do closet também peguei fralda, talco, hidratante e as coisas de cabelo.
Júlia: Deita aqui! - apontei para a beira da sua cama, ela veio e eu comecei a colocar a fralda. 
Malu: Mamãe, puque eu não vou ir com voxê e o vovô pra casa da titia?
Júlia: Por que... - pensei em uma resposta sem tirar a atenção do que estava fazendo. - Por que nós não vamos demorar lá, vai ser rapidinho e antes de você sentir saudades já vamos estar de volta.
Malu: Aaaah...
Júlia: Mas a mamãe promete que vai levar você lá pra passar um final de semana inteiro, tá? - perguntei terminando de por a fralda e passando o hidratante pelo seu corpo. 
Malu: Tá bom!
Júlia: Mas vai ser legal aqui com a vovó e a Rosinha, você nem vai sentir falta de mim. - fiz bico. 
Malu: Vou xim, mamãe! - riu. 
Júlia: Vai mesmo? - terminei com o hidratante e comecei a vesti-la. 
Malu: Xim!
Júlia: Você me ama?
Malu: Amo!
Júlia: Quanto? - perguntei sorrindo.
Malu: Muto, muto, muto! - riu.
Júlia: E quem a mamãe ama muito também?
Malu: EU! - respondeu com intusiasmo e depois nós duas gargalhamos. 
Júlia: Acertou! - enchi seu pescoço de beijinhos, fazendo ela ri. 
Malu: Falta as botinhas agola, mamãe. - disse depois que já estava vestida, mas sem os sapatos. 
Júlia: Primeiro vamos pentear o cabelo, senta aqui na minha frente. - ela sentou e eu escovei seu cabelo, fazendo um rabo de cavalo meio bagunçado porque ela não parava quieta. Depois ajudei ela a por as botas, deixei ela sentada na cama enquanto guardava as coisas e quando terminei saímos do seu quarto. - Vamos no quarto da sua tia pra ver se ela ainda está dormindo. - caminhamos de mãos dadas até a porta dela, encostei o ouvido na mesma e ouvi a voz dela e do Fe lá dentro. - Vamos dar um susto na titia e no titio Fe? - perguntei sussurrando pra Malu.
Malu: Xim, vamo! - disse no mesmo tom que eu sorrindo.
Júlia: Vou abrir a porta devagar e depois a gente grita tá bom? - sorri.
Malu: Tá! - segurei na maçaneta, abrindo um pouquinho a porta e observei pelo pequeno espaço a Sarah e o Felipe sentados na cama conversando e mexendo no celular. Olhei para a Malu, contei até cinco nos dedos e logo depois abri totalmente a porta rapidamente. 
Júlia&Malu: AAAAAAHHHHH!! - gritamos juntas e a Sarah pulou de susto na cama enquanto o Fe só olhou pra gente.
Sarah: Que filhas da mãe! - disse colocando a mão no peito e eu e a Malu caímos na gargalhada. 
Felipe: Tal mãe, tal filha hein... - se juntou rindo a mim e a Malu. 
Sarah: Nossa, quase tive um infarto agora.
Júlia: Sua cara foi a melhor. - gargalhei.
Malu: Voxê tomo susto, titia. - disse ainda rindo.
Sarah: Tomei, sua pestinha. Não pode fazer isso com a titia!
Júlia: Pode sim, filha! Dá próxima a gente faz pior... - ri e a Sarah colocou dedo pra mim. - Olha a minha filha aqui hein...
Sarah: Não repete o que a titia fez, princesa. - riu e a Malu assentiu. - É que sua mãe me enche o saco. - botei língua pra ela.
Júlia: Felipe nem tomou susto, sem graça.
Felipe: É lógico! Sou esperto, ouvi uns sussurro atrás da porta. - riu. 
Sarah: Eu não escutei nada... Quero ver se eu e o Fe tivesse fazendo algo. - me olhou rindo. 
Júlia: Eca! - ri. - Por isso mesmo que escutei primeiro atrás da porta.
Felipe: Mas não ia adiantar nada, sua irmã é silenciosa...
Júlia: Que porco! - ele gargalhou enquanto a Sarah dava um tapa no seu braço. 
Sarah: Palhaço! - riu. 
Júlia: Depois dessa vamos até sair fora, né filha? - olhei para a Malu.
Malu: Xim!
Sarah: Já foram lá em baixo?
Julia: Ainda não! Vou lá agora deixar a Malu com quem estiver lá.
Sarah: Vocês vão aonde? Pra essa princesinha tá tão chique assim.
Malu: A xente vai toma café e come bolinho no tabuck, titia. - respondeu e eu ri.
Júlia: No Starbucks!
Malu: Isso! - a Sarah e o Fe riram. 
Felipe: O titio também quer ir junto.
Malu: Ele pode ir, mamãe? - perguntou me olhando.
Júlia: Huumm, deixa eu pensar... - cruzei os braços. 
Felipe: Vai cagar, Júlia. - rimos.
Sarah: Vamos todos nós então. Também quero comer aquele bolo maravilhoso. - disse levantando da cama. 
Felipe: Depois não reclama que está gorda.
Júlia: Ui! - gargalhei. 
Sarah: Vai cagar junto com a Júlia, garoto. - o Fe também gargalhou. - Você já está pronta, Júlia?
Julia: Óbvio que não né! - revirei os olhos. - Vou me arrumar depois de deixar a Malu lá embaixo.
Sarah: Tá, vou me ajeitar também então.
Júlia: Tá bom!
Felipe: Deixa que eu levo a Maluzinha lá pra baixo, Júlia. - falou colocando o celular no bolso.
Júlia: Aaah, que prestativo! - ri e apertei sua bochecha quando o mesmo chegou perto.
Felipe: Para, ou... Vamos, Maluzinha. - estendeu a mão pra ela.
Júlia: Daqui à pouco a mamãe desce, amor.
Malu: Tá!
Sarah: Pergunta aos seus sogros se eles querem ir também, Felipe.
Felipe: Tá! Andem rápido, hein.
Júlia: Tchau, Felipe! - dei um empurrãozinho em seu ombro e ele riu saindo de mãos dadas com a Maria.
Sarah: Tudo pronto para ir pra Barcelona junto com a gente?
Júlia: Sim! Porém não quero falar disso agora porque já estou fazendo um grande esforço pra não começar a ficar nervosa desde agora, então, bye. - dei um tchauzinho já saindo do seu quarto e a escutei suspirando. 

                                     (...)  

Sarah: Quando começa suas férias, Júlia? - perguntou enquanto a gente tomava café em uma mesa externa do Starbucks. A Dona Marcela e senhor Dennis não quiseram vir, pois já tinham tomado café, então só veio eu com a Malu, a Sarah com o Fe e a Jés, que eu liguei no meio do caminho e ela disse que também queria vir. 
Júlia: No começo do mês que vem, por volta do dia cinco. - respondi ajudando a Maria que estava se lambuzando com o tal bolo que tanto queria. - Calma, minha filha. É só com a boca que se come!
Felipe: Isso que eu chamo de comer com gosto. - rimos. 
Jéssica: Tá gostoso, Maluzinha? - perguntou sorrindo e a Malu só assentiu com a boca cheia. 
Sarah: Não consegue nem falar. - riu. - Você entra de férias junto com a Júlia, Jés?
Jéssica: Esse vou entrar mais tarde, infelizmente. - disse fazendo bico.
Júlia: Vai entrar dia 23? - ela assentiu. - O Dan também.
Jéssica: Tô sabendo! Estamos marcando de pegar o mesmo voou para o Brasil, no dia 23 mesmo.
Sarah: Muito perto do Natal essa data.
Jéssica: É né, mas fazer o que! - encolheu os ombros.
Júlia: A de vocês é quando? - perguntei para a Sarah e o Felipe.
Felipe: No começo do mês, graças ao Mano lá de cima. - riu.
Sarah: Meus projetos terminam no começo de Dezembro também. Então depois disso, férias! - disse entusiasmada. - Você vai para o Brasil assim que ficar de férias?
Júlia: Não sei... - tomei um gole do meu café. - Vai depender das audiências que estão por vir.
Jéssica: Acho que eles vão agilizar o máximo pra antes das datas comemorativas.
Felipe: Com certeza! Todo ano os tribunais fazem isso, tem recesso na jogada.
Júlia: Vamos esperar pra ver né... - suspirei. - Só de pensar me dar uma dor de cabeça.
Sarah: Ter que passar por isso logo em uma época de felicidade e festejo não é fácil.
Júlia: As vezes me pego perguntando se o que eu fiz foi tão ruim assim pra merecer tudo isso. - suspirei, mas uma vez.
Jéssica: Claro que não, amiga. Qualquer mãe que fosse ameaçada do jeito que você foi teria quase a mesma atitude. Ademais, você era muito jovem na época para pensar em ter uma possível atitude correta.
Sarah: Todo mundo lá em casa já está cansado de tentar fazer ela entender isso. O idiota lá que cresceu, mas não parece, que devia colocar a cabeça pra pensar e pelo menos cogitar que o que a Júlia disse pra ele pode ser verdade. Pelo amor de Deus, a Júlia não iria ganhar nada inventando coisas sobre uma pessoa que nunca conheceu. - disse tentando manter um tom calmo.
Felipe: Esse jogador era tão otário assim quando vocês conheceram ele?
Júlia: O pior é que não.
Sarah: Tô com tanta raiva dele e daquele ser desprezível...
Jéssica: Um dia ele irá abrir os olhos!
Júlia: É, mas até lá talvez ele e o pai consigam o que quer de mim. - respondi e meu corpo estremeceu só de pensar nessa hipótese. 
Sarah: Vira essa boca pra lá, Júlia. Vamos ganhar essa batalha!
Júlia: Espero que sim, mas está difícil manter o otimismo. - puxei a Malu pra mais perto de mim no banco e enrolei um dos meus braços na sua cintura. - Então... Já pensaram onde vão passar o ano novo? - perguntei mudando de assunto, eles pegaram a deixa e continuamos a conversar sobre isso. No meio da conversa resolvi postar uma foto, que eu tinha tirado mais cedo da Malu, no insta dela.  



SanchezMalu: Eu e o bolinho que eu amo. ♡

sophia_medeiros: Mini brogueirinha mais linda da família.
medeirosluara: Saudades de você, princesa.
sanchezdennis: Vovô ama muito! Vem pra casa logo.
márcia.medeiros: Nossa menininha cresceu tanto. Deus abençoe!
victor_sanchez: Me dá um pedaço desse bolo, pestinha.
sanchezmalu: Que bisa muito digital que eu tenho hahaha @Márcia.Medeiros 
sanchezmalu: Não! @Victor_sanchez 

 Júlia: A vó Márcia toda digital no insta, comentou aqui na foto da Malu. - ri.
Sarah: Eu vi, comentou em uma minha também.
Felipe: Pra quem fez e só sábia olhar as fotos, ela tá manjando bem hein... - rimos. 
Jéssica: Dona Márcia é de mais!
Júlia: O Victor tá namorando ainda? - perguntei saindo do insta da Malu. 
Sarah: Victor nosso primo? - assenti. - Nem sei...
Felipe: Eu acho que não, por que duas semanas atrás ele postou uma foto dizendo que estava solteiro na pista.
Sarah: Continua sendo galinha! - rimos e eu guardei o celular e continuei a conversar com eles. 


Neymar Jr. On

Gil: E aí, Júninho, tá ansioso pra amanhã? - perguntou me olhando enquanto eu guardava o celular depois de ver se a Júlia estava on line no Whats. Ela não estava! E nem visualizou todas as mensagens que eu enviei de sexta até ontem à noite! Eu sei porque ela está me ignorando, não sou bobo. Já imaginava que depois que ela recebe-se a intimação para a audiência não iria querer falar comigo. Mas eu também imaginei que ela não iria se deixar levar por isso pensando na Malu. Me enganei e agora estou a dois dias sem ver e falar com a minha filha. Pra muitos pode parecer que dois dias não é nada, mas para mim, que levei três anos para descobrir que tinha uma filha, esses dois dias é muito. 
Júnior: Um pouco, mas o que está me deixando ansioso agora é se a Júlia irá me deixar ver a Malu no meio disso tudo. - suspirei. Eu, Gil, Jota e o João estamos na sala e já faz uns trinta minutos que terminamos de se exercitar. 
João: Ela deve está com muita raiva de você.
Jota: Com certeza!
Júnior: O engraçado é que o único que deveria estar sou eu.
Gil: Claro que não, Júninho! Não tô querendo defender o que ela fez, mas ela tá vivendo com a possibilidade de perder a filha. Não é fácil!
Júnior: Não é fácil para mim que perdi grande parte da vida da minha filha, Cebola. - respondi sério.
Jota: Cadê o Cabeça?
Júnior: Foi conversar com o advogado sobre a audiência de amanhã.
João: Ele vai?
Júnior: Vai, mas o advogado disse que ele não poderá entrar na sala.
Gil: Não era melhor ele esperar aqui então?
Júnior: Vocês sabem como ele é né?!
Jota: Tamo ligado! - riu.
Gil: Tá parecendo que o neymarzão é o pai e não você. - riu.
João: Tá mais preocupado que o Nj.
Júnior: Ele só tá querendo resolver tudo antes de algo cair na imprensa. - respondi. O meu pai, desde o dia que eu tomei a decisão de querer a guarda da Malu, se focou totalmente nesse assunto. Perdi as contas de quantas vezes ele convocou reunião com o advogado. Já minha mãe preferiu ficar meio distante dessa história e só fica observando tudo de longe. Tenho que tirar um momento para conversar com ela, mas ainda não tive a chance. - Aí, vou lá falar com a mamusca. - eles assentiram e eu levantei do sofá e fui para a cozinha, onde a minha mãe está junto com a Mah.
Nadine: Oi, meu filho! - disse sorrindo quando me viu entrando. 
Júnior: Esse rango saí ou não? - cheguei perto da Mah e roubei um pedaço da maçã que ela estava cortando.
Mah: Não começa, Júninho. - deu um tapa na minha mão e eu fui para perto da minha mãe rindo. 
Nadine: Saí daqui a pouco, Neymar Jr.
Júnior: Aí sim, já estou com fome.
Mah: Agora conte uma novidade. - nós três rimos. 
Nadine: Magro de ruim esse menino.
Júnior: Ruim não, mamãe. Ralo todo dia pra ter esse tanquinho. - passei a mão pela barriga e elas riram. - Você tá muito ocupada aqui?
Nadine: Não muito! Por que?
Júnior: Quero conversar contigo.
Nadine: Tudo bem! Dá conta aqui, Mah? - perguntou lavando as mãos e depois secando. 
Mah: Pode deixar comigo, termino tudo aqui.
Nadine: Obrigada! Vamos, Júninho... - fomos para a área externa e sentamos nas espreguiçadeiras de frente um para o outro. - O que houve?
Júnior: É que eu senti que você ficou um pouco estranha e distante desde o dia que eu decidi que queria a guarda total da Maria Luíza.
Nadine: Aí, filho... - me olhou. - Eu não queria agir desse jeito, mas é inevitável.
Júnior: Por que?
Nadine: Porque eu não sei se o que você está fazendo é o certo. - suspirou. - Nenhuma mãe merece ser ameaçada de perder seus filhos. Sei disso porque sou mãe e não viveria se acontecesse algo com o você, o Jota e a Rafaella. Então eu me sinto estranha por fazer parte disso com você e seu pai.
Júnior: Mãe, mas ela escondeu minha filha de mim. - exclamei um pouco indignado.
Nadine: Eu sei, querido! Não estou justificando o que ela fez, mas pode ser a pior pessoa do mundo e mesmo assim não merecia passar por isso. Filhos são sagrados na nossa vida, você é pai e sabe disso.
Júnior: É por saber disso que eu estou fazendo tudo isso. Ela não pensou assim quando decidiu não me dizer que estava grávida.
Nadine: E é realmente o certo devolver com a mesma moeda? Você está fazendo isso por vingança ou por querer realmente ficar perto da sua filha? - perguntou séria e eu só consegui ficar quieto pensando no que acabei de ouvir. - Pense nisso, tá bom? - assenti. - Apesar de tudo, estou do seu lado. É você que escolhe o que quer fazer, então se você acha que esse é o melhor caminho tudo bem.
Júnior: Te amo!
Nadine: Eu também, meu amor! - sorriu e eu abracei ela super apertado. Ficamos em silêncio só curtindo o momento até o meu celular tocar no meu bolso.
Júnior: Droga! - terminei o abraço, peguei o celular e vi que era a Bruna. Droga 2! Nesses dias que passaram eu consegui me resolver com ela, mas mesmo assim as vezes não tenho paciência pra falar com ela. Tipo agora! - É a Bruna! - falei com uma careta e a minha mãe riu.
Nadine: Não entendo esse relacionamento de vocês. - negou com a cabeça. - Vou deixar vocês conversarem. - levantou, beijou meu rosto, voltou para a cozinha e eu atendi a ligação.
Júnior: Oi!
Bruna: Oi, amor! Tá fazendo o que?
Júnior: Nada!
Bruna: Nada?! Onde você tá?
Júnior: Em casa, Bruna! - revirei os olhos.
Bruna: Ah tá! Então, quando você vai vir para o Brasil?
Júnior: Ainda não sei, minhas férias começam depois do último jogo, dia 12.
Bruna: Então você vai vir dia 13 né?! - perguntou já afirmando. 
Júnior: Não, já disse que não sei. - suspirei. 
Bruna: Como assim não sabe? Você vem sempre um dia depois que começa às férias.
Junior: Mas dessa vez não sei se vai dar, preciso resolver algumas coisas aqui ainda.
Bruna: Humm... Coisas! - ficou quieta.
Júnior: Então, por que tá perguntando? - mudei de assunto logo antes dela começar a me estressar com mais perguntas.
Bruna: Fui convidada para um evento aqui no Rio e quero que você me acompanhe.
Júnior: Quando é?
Bruna: Dia 20 de Dezembro. Depois podemos voltar juntos para São Paulo, já que vou passar o Natal na sua casa esse ano.
Júnior: Tá, mas não sei se vai dar tempo de eu ir...
Bruna: Aí, Júnior... Faz um esforço aí, por favor.
Júnior: Ok, Bruna! Vou tentar, mas não prometo. - suspirei.
Bruna: Melhor do que nada né... - disse com um tom de desdém. 
Júnior: Preciso desligar agora, vou almoçar.
Bruna: Tá bom! Tchau, te amo!
Júnior: Também, tchau. - desliguei e guardei o celular no bolso de novo. Ainda fiquei um pouco sozinho e em silêncio, mas depois entrei e encontrei o Davi junto com a minha mãe e a Mah na cozinha. - Ei, filhão!
Davi: Pai! - correu até mim e eu peguei ele no colo.
Júnior: Quem te trouxe?
Davi: A mamãe, mas ela já foi embola.
Nadine: Falei pra ela ficar para o almoço, mas não quis.
Mah: Sabe como a Carol é né, faz de tudo pra não incomodar. - riu.
Júnior: Já falei pra ela parar com essa bobeira, né filho?! - fiz cócegas em sua barriga. 
Davi: Sim! - disse rindo. - Papai, vamo tomar banho de picina?
Nadine: Nem pensar! Já estou pondo a mesa do almoço.
Júnior: Iiih, a vovó acabou com a graça. - o Davi fez bico e eu, minha mãe e a Mah rimos. - Depois do almoço a gente vai, tá bom?
Davi: Tá! - sorriu.
Nadine: Alguém vai chamar os meninos lá na sala.
Júnior: Vai lá, moleque. Chama os seus tios. - coloquei ele de volta no chão e o mesmo foi correndo pra sala. - Não vai esperar o Cabeça?
Nadine: Não precisa! Ele ligou e disse que vai almoçar lá no escritório mesmo e que volta pra casa mais tarde.
Júnior: Ata! - o Davi voltou com os meninos e todos nós começamos a nos servir.

                                       (...)

Neymar pai: Júninho, tá caminhando tudo certo pra gente. Essa batalha a gente leva fácil, fácil. - disse chegando todo empolgado na área externa, onde eu, o Davi, os meninos e a minha mãe estamos desde quando terminamos de almoçar. Já são quatro e pouca da tarde.
Nadine: Isso não é hora de falar disso, Neymar. - falou sem levantar da espreguiçadeira. 
Davi: Vovô! Tô tomando banho. - gritou de dentro da piscina, onde estava junto comigo e os moleques. 
Neymar pai: Tô vendo, molecote! O vô vai entrar também, pode? - riu.
Gil: Fala que não, Davizão.
Davi: Pala, titio. Vem, vovô! - disse batento na água e nós rimos.
Neymar pai: Se ferrou, Gilmar! O vô vai trocar de roupa, tá bom? - o Davi assentiu. - Depois vamos conversar com calma, Júnior! - disse entrando e eu concordei. 

Neymar Jr. Off

Júlia: Escuta a vovó e respeita ela, ouviu Maria Luíza?
Malu: Ovi, mamãe! - disse segurando minha bochecha, já que estava no meu colo. Meu pai e eu estamos indo agora para Barcelona junto com a Sarah e o Felipe. 
Júlia: A mamãe vou amanhã, tá bom? - ela assentiu e eu beijei seu rosto e a coloquei no chão. 
Dennis: Tchau princesa do vô! - se abaixou e beijou a testa dela.
Malu: Tchau, vovô! Tas presente pra eu. - ri e ele, minha mãe, Sarah e Felipe acompanhou.
Dennis: Trago sim, pode deixar.
Marcela: Me ligam quando chegarem lá e vão com Deus. Vai dar tudo certo! - se despediu da gente, a Sarah e o Fe falaram com a Malu e depois saímos de casa. A minha mãe e a Malu ficaram na entrada. 
Dennis: Não precisa colocar nada no porta mala não né? - me perguntou enquanto destravava o carro. 
Júlia: Não! A mala é pequena, então dá pra ir no banco de trás. - falei fazendo justamente isso. 
Felipe: Nos encontramos lá então? - disse do carro dele e da Sarah. Vamos em carros dferentes, pois eles vieram com o deles e amanhã meu pai e eu precisamos de um para voltar.
Dennis: Sim! Vão com cuidado e até já. - entrou no banco do motorista e eu no passageiro.
Malu: Tchau, mamãe. Te amo...
Júlia: Amo vocês. Tchau! - mandei beijo pra ela e minha mãe, meu pai arrancou com o carro e o Fe veio pra trás.    
    
   















  











  

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Capítulo 12 - "Já sei o que vou fazer, pai."

Terça - Feira, Novembro de 2014

Neymar Jr. ON

Malu: ... o vovô me levou pra compar um bebê que fala e a vovó fez lopinha pra ela. O nome dela é nina e eu deixei ela domindo na caminha dela no quato de binquedos. - disse respondendo a minha pergunta sobre o seu brinquedo favorito. 
Júnior: Que legal... - falei meio perdido e escutei a Júlia rir baixinho enquanto guardava a bandeja vazia dos sanduíche que a gente comeu. Quando fiz essa pergunta pra Malu pensei que a resposta seria só um simples "meu brinquedo favorito é uma boneca" e não estava pronto para ouvir a história toda sobre a boneca. Por que ganhou, como ela é, quem comprou, quantas roupas tem, como gosta de dormir, nome e etc. Acho que ter uma menina como filha não é a mesma coisa do que ter um menino, como eu pensava. Meu celular começou a tocar, peguei o mesmo no bolso e vi que era a Bruna. Até cogitei não atender, porém sei que se eu fizer isso ela irá ficar insistindo. 
Júnior: Oi!
Bruna: Oi? Só isso que você fala depois de ter ficado desde sábado sem me ligar? - já estava esperando por isso desde ontem quando estava a caminho de Madri, onde foi a primeira vez que lembrei dela desde sábado. Sábia que ela estaria uma fera, por isso não liguei quando lembrei. E porque não estava com a mínima paciência de lidar com a Bruna nesse momento, aliás, ainda não estou. 
Júnior: Não posso falar com você agora, Bruna. - suspirei olhando de relance para a Júlia que estava brincando com a Malu, mas tinha um sembrante sério no rosto.
Bruna: Não pode?! Já te avisei que não sou essas mulheres que ficam à disposição de homem, Neymar Jr. Você só liga para o que tu quer, e eu? E o que eu quero?
Júnior: Eu disse que não posso, não tem nada a ver com querer. - falei uma meia mentira.
Bruna: E não pode por quê? O que você tá fazendo?
Júnior: Bruna eu...
Malu: Olha mamãe, os passalinhos. - gritou me enterronpendo, apontando para alguns pombos que estavam no gramado a poucos passos da gente e a Júlia olhou. - Vamo bincar com eles... - levantou e puxou a mão da Júlia que levantou também. - Vem tabem, Xúninho! - pediu soltando a mão da Júlia e veio puxar minha.
Bruna: Júnior! Quem tá falando aí? - perguntou chamando minha atenção de volta pra ela.
Júnior: Preciso desligar, Bruna. Mais tarde te ligo, beijo! - desliguei e guardei o celular no bolso enquanto levantava e ia junto com a Malu e a Júlia até os pombos. 

                                     (...)

Voltamos para o nosso lugar quando a Malu cansou de correr atrás dos pombos, o que levou quase uma hora pra acontecer. 
Júlia: Quer iogurte, Malu?
Malu: Quelo! - respondeu e a Júlia pegou dentro da cesta junto com uma colher. - O Xúninho vai me dá na boca, mamãe.
Júlia: Tudo bem! - riu e me entregou. Tirei a tampa e comecei a dar pra Malu.
Júnior: Então, Princesa... Você sabia que agora ganhou mais dois avós? - toquei no assunto que queria falar desde cedo quando ela disse sobre os pais da Júlia, mas a ligação da Bruna interrompeu.
Malu: Poque? - perguntou com uma expressão confusa.
Júnior: Porque eles são meus pais e isso faz com que eles sejam avós seu e o Davi, igual os pais da sua mãe são seus.
Malu: Ummm... - disse pensativa. - Então, eu agola tenho um monte de vovó e vovô?
Júnior: Um monte não, só quatro! - ri. 
Malu: É verdade, mamãe? - olhamos para a Júlia que parecia tensa enquanto comia uma maçã e ouvia nossa conversa.
Júlia: É sim, amor! Não é legal?! - sorriu fraco.
Malu: É! Qual é o nome deles? Eles moram a onde? Vão ver eu igual voxê veio?
Júnior: Calma! - ri vendo sua euforia. - Sua vovó se chama Nadine e seu vovô Neymar. Eles moram no mesmo lugar que eu e estão muito ansiosos para te conhecer também. Tenho certeza que vão adorar, assim como eu. - expliquei e ela assentiu sorrindo. Ouvi um celular que não era o meu tocando, olhei para a Júlia e percebi que era o dela e a mesma já estava atendendo. 
Júlia: Oi, bonitão... - disse sorrindo e eu continuei dando o iogurte pra Malu e fingindo que não estava ouvindo sua conversa com o tal "Bonitão". - Não, tô aqui no Parque del Retiro... E aí, como foi?... Muito grave?... Sim, sei... Tá bom, passa lá em casa ou deixa com a Jéssica que ela vai pra lá hoje... Para, Daniel... - gargalhou. 
Malu: Mamãe, é o titio Dani? - perguntou depois que engoliu o iogurte.
Júlia: É, amor!
Malu: Deixa eu fala com ele um poquinho?
Júlia: A Malu quer falar contigo, Dan... - entregou o celular para a Malu. 
Malu: Oi, titio!... - disse sorrindo. - Não, eu tô no piquenique... Tô... A mamãe falou outo dia que voxê vai me dar outo usinho... Tá bom, tchau. - entregou o celular de volta para Júlia que continuou falando com o cara, porém dessa vez não prestei atenção. Esse momento me mostrou algo que eu só imaginava até agora. Tornou real minhas angústias sobre o quanto perdi da vida da minha filha. Tantas pessoas próximas a Júlia e a família dela conhecem a Malu e eu, que sou o pai, só estou conhecendo agora. Quantos namorados a Júlia já apresentou pra minha filha? Será que teve algum em que pensou que seria o pai dela? Não é justo eu não ser uma das primeiras pessoas que minha filha conheceu nos seus primeiros momentos de vida. 
Júlia: Júnior?... - me tirou dos pensamentos. - Tá tudo bem?
Júnior: Por que não estaria? - perguntei um pouco grosso e seu sembrante de preocupação sumiu.
Júlia: Desculpa! Só perguntei porque a Malu estava falando com você e você parecia estar desligado. - respondeu séria. 
Júnior: Estou bem! - respirei fundo tentando fazer com que a raiva da Júlia, por causa disso tudo, não reaparece-se agora. Estou aqui para conhecer a minha filha, não posso estragar isso por causa de algo que a mãe dela fez. 
Malu: Xúninho, outo dia voxê vai bincar de boneca comigo?
Júnior: Lógico que sim, princesa! - ri. - Vamos brincar de tudo que você quiser.
Malu: Oba! - bateu palmas sorrindo. É pra isso que estou aqui, para presenciar e compensar todos os sorrisos perdidos. 
Passei o restante da manhã conversando com ela sobre tudo. De assuntos aleatórios à assuntos sobre ela e sobre mim. Tentei ignorar o máximo possível a Júlia nesse tempo, para não fazer meus sentimentos ruins voltarem, e foi fácil porque a mesma fez questão de deixar o momento só nosso. A hora do almoço chegou voando e com isso a hora de se despedir também, pois tenho que voltar para Barcelona e descansar para o treino amanhã. 
Júnior: Princesa, tenho que ir embora agora.
Malu: Ah, masi poque Xúninho? - perguntou fazendo biquinho no final. Eu posso facilmente me acostumar com isso.
Júnior: Por que preciso descansar pra trabalhar amanhã. Mas não fica triste que rapidinho vou vir te visitar de novo, tá bom?
Malu: Tá!
Júnior: Vem aqui me dar um abraço então. - abri os braços sorrindo, ela se levantou e literalmente se jogou nos meu braços. Não entendo como posso ter uma sensação de que esse abraço era o que faltava em mim a vida inteira, sendo que só soube de sua existência agora. - Gostei bastante do nosso piquenique, ouviu?
Malu: Eu tabem, muito e muito! - disse sorrindo e eu me levantei da grama.
Júnior: Tchau, Júlia! Entro em contato com você pelo facetime pra falar com ela, ok? - perguntei olhando para ela que estava observando minha despedida da Malu.
Júlia: Tudo bem! - engoliu. - Tchau, Júnior.
Júnior: Te amo! - falei para a Malu enquanto me curvava e beijava sua testa. Logo depois disso fui para o estacionamento, onde o Big estava me esperando, e voltamos para Barcelona.

                                   (...)

Neymar pai: Oi, Júninho! Como foi lá com a menina? - perguntou assim que entrei no seu escritório, o primeiro lugar que eu fui quando cheguei em casa. 
Júnior: Oi, foi tudo bem! - respondi enquanto nos abraçamos. - Já sei o que vou fazer, pai.

Neymar Jr. OFF

Marcela: Me conta direito como foi lá. - pediu sentando ao meu lado no sofá. Já é fim de tarde e ela acabou de chegar do trabalho, me encontrando junto com a Malu na sala assistindo desenhos. Quer dizer, a Malu estava assistindo porque minha mente não conseguia focar em algo sem ser em tudo que aconteceu hoje de manhã. O jeito em que o Júnior e a Malu se deram bem de cara. A cumplicidade que existiu nas conversas. As reações do Júnior com cada novidade descoberta sobre a Malu. O modo como ele ligou com as situações. Esse primeiro encontro oficial entre eles não poderia ser melhor do que isso. Porém, o modo como terminou não foi esperado por mim. Foi como se tivesse dois Júnior presente. Um que estava nervoso no começo, mas que logo se soltou e transbordou gentileza e alegria. Esse foi o Júnior que eu conheci anos atrás. Logo depois esse Júnior deu lugar a outro que apesar de demostrar felicidade por fora enquanto conversava com a Malu, por trás aparentava estar sério e com mal humorado. Não sei o que fez com que ele muda-se assim, de uma hora pra outra. Depois que ele foi embora ainda fiquei um tempo tentando entender, mas depois deixei de lado e voltei para casa com a Malu, onde tivemos um almoço maravilhoso que a Rosa preparou. Nem preciso dizer que a Malu passou o tempo todo falando sobre o Júnior, né?! Só parou quando coloquei um de seus desenhos e sua atenção ficou somente nisso. 
Júlia: Aí mãe, graças a Deus foi melhor do que eu pensei que seria. - suspirei. Depois do almoço eu liguei para ela, meu pai e a Sarah e contei por alto como foi. - A Malu adorou o Júnior de cara.
Marcela: Eu percebi pela euforia que ela demonstrou quando abri a porta. - rimos olhando pra Malu que estava com os olhos focados na Marcha e o Urso. Nem parece que minutos antes estava contando sobre o Júnior para a vovó toda empolgada. - O Júnior disse como vai ficar as coisas?
Júlia: Não! Apenas disse para a Malu que iria vir ve-la de novo e me disse que iria ligar pelo facetime pra falar com ela. Ele chegou de um jeito e saiu tão estranho, mãe.
Marcela: Estranho como?
Júlia: Não sei! Em um momento o Daniel me ligou pra dizer que tinha atendido um paciente meu na emergência e que iria me mandar o prontuário para analisar. A Malu falou com ele um pouco e logo depois que eu desliguei percebi que o Júnior estava distraído. Perguntei se ele estava bem e ele me respondeu um pouco na grosseria, pela primeira vez desde quando chegou. Depois disse ele continuou conversando com a Malu, mas eu percebi que ele tinha mudado.
Marcela: Vai ver foi só coisa do momento, Júlia.
Júlia: É, pode ser. - respondi meio desacreditada. 
Marcela: E sobre aquele homem? O Júnior falou algo sobre?
Júlia: Não! Mas disse para a Malu que agora ela tem mais uma vovó e vovô. - contei lembrando do desprezo que senti quando o Júnior falou o nome daquele ser. - A parte da vovó eu não ligo, porque pelo o que o Júnior demonstrou quando o conheci a mãe dele é uma boa pessoa, mas a parte do vovô não é fácil de aceitar. Só de pensar que minha filha terá que conviver com ele me bate um desespero e vontade de fugir com ela...
Marcela: Infelizmente não podemos decidir isso. Só quem pode é o Júnior, se abrir os olhos e ver o tipo de homem que é o pai dele.
Júlia: É, mas não sei se isso acontecerá algum dia... - suspirei. 
Marcela: Deus queira que sim. - disse levantando do sofá e pegando sua bolsa. - Vou subir pra guardar essas coisas e me refrescar.
Júlia: Tá! Ah, a Jéssica tá vindo pra cá.
Marcela: Fazer o que?
Júlia: E desde quando precisa de algo para a Jéssica vir aqui?
Marcela: É verdade! - rimos e a campainha tocou.
Júlia: Olha ela aí... - levantei do sofá.
Marcela: Já tô voltando! - subiu e eu fui abrir a porta.
Jéssica: Hey, cheguei pra te agraciar com a minha beleza. - disse sorrindo. 
Júlia: Menos, queria! Beleza aqui só a minha. - rimos, nos abraçamos e logo depois fomos para a sala.
Jéssica: Princesinha da titia!
Malu: Titia Jés! - desceu do sofá e foi até a Jéssica que a pegou no colo. - Tô vendo Macha e o Uso, olha... - apontou para a tv. 
Jéssica: Tô vendo, meu amor! A titia vai conversar com a sua mãe e depois vai ver junto com você, tá bom?
Malu: Tá! - respondeu e voltou para o sofá assim que a Jéssica a colocou no chão de novo. 
Júlia: Filha, a mamãe vai subir com a Jéssica para o quarto, mas não vamos demorar muito, ouviu? Fica vendo seu desenho, qualquer coisa a Rosinha tá na cozinha.
Malu: Tá bom, mamãe! - disse sem tirar os olhos do desenho e eu fui para o meu quarto com a Jés. 
Jéssica: O Daniel me deu um prontuário pra te entregar. - disse se jogando na minha cama.
Júlia: É, ele me ligou e disse que ia dar a você. Cadê?
Jéssica: Tá na minha bolsa, pega aí. - apontou sem fazer o mínimo esforço pra pegar.
Júlia: Folgada! - falei abrindo sua bolsa e pegando.
Jéssica: É de quem isso?
Júlia: De um paciente meu que o Dani atendeu na emergência hoje. - sentei ao lado dela na cama e passei os olhos por cima pelo prontuário. - É de um deslocamento muscular.
Jéssica: Lá se foi todo o progresso.
Júlia: Exatamente! - suspirei e coloquei o prontuário na mesinha de cabeceira da cama para dar um analisada melhor mais tarde. - Como tava o hospital hoje?
Jéssica: Mais tranquilo que ontem, com a graça de Jesus!
Júlia: Amanhã vou estar lascada! Vou ter que atender os pacientes de hoje e de amanhã. - suspirei. - O dia vai ser longo.
Jéssica: Boa sorte, anja! Vou está de boa em casa, colocando o sono em dia. - rimos. 
Júlia: Cadela sortuda!
Jéssica: Sou, sim. - soltou beijo pra mim. - Me conta como foi com o pai da Malu.
Júlia: Correu tudo bem... - contei para ela. - Teve uma hora que a atriz ligou pra ele, acredita?
Jéssica: Mentira?! Ele falou com ela?
Júlia: Um pouco, mas falou! Ela parecia estar brava e ele fez de tudo para desligar logo dizendo que não podia falar no momento.
Jéssica: Ela tem muita cara de ser chata! - rimos.
Júlia: Talvez só aparenta ser mesmo.
Marcela: Oi, oi! - disse aparecendo na porta do meu quarto.
Jéssica: Oi, meu amor! Como vai? - sorriu.
Marcela: Bem! E você, como vai no trabalho?
Jéssica: Fora a correria, esta indo tudo bem também. Tô querendo dar uma passada lá na loja, hein tia. Renovar meu quarda-roupa para o fim do ano e tals... - rimos. 
Marcela: Pode passar mesmo. Chegou a última coleção desse ano e só tem peças bonitas.
Júlia: Como assim só tô sabendo disso agora, dona Marcela? - ela e a Jés riram. 
Marcela: Com tudo isso que está acontecendo, esqueci de te avisar, minha filha.
Jéssica: Vamos ver um dia pra gente passar lá, Júlia. - concordei.
Marcela: Vai ser ótimo porque tô precisando mesmo de modelos para fotografar com as peças e postar nas redes sociais da loja. - riu.
Júlia: Podemos ir lá na quinta depois do trabalho. Amanhã a Jés está de folga, mas não vai dar pra mim porque sei que o dia vai ser cheio e não vou ter hora pra chegar em casa.
Marcela: Espero vocês na quarta então. Vou descer! A Rosa fez um bolo divino e vou ir comer antes do ogro do seu pai chegar. - rimos.
Jéssica: Opa! Disse bolo, é comigo mesmo. - levantou da cama e saiu junto com a minha mãe. Fiquei mexendo no celular e resolvi postar uma foto que eu tinha tirado mais cedo no Parque.



SanchezJú: Look for peace in the nature! ♡


É lógico que não fiquei para ver os comentários e fui no rastro da minha mãe e a Jéssica, porque não ia ficar de fora né. 


Sexta, Novembro de 2014

 O restante da semana passou voando e com todos os dias sendo muita correria no hospital. Porém, eu sobrevivi! Apesar dos dias cheios, eu a Jéssica conseguimos passar na loja da minha mãe ontem e nos apaixonamos por todo a coleção de fim de ano. Fotografamos para a minha mãe e depois fizemos a festa. 
Nos meus tempo em casa a Malu só falava do pai, que ligou todo dia pelo facetime e os dois passavam um bom tempo conversando. Apesar de ligar para mim, o Júnior restringiu as conversas somente entre ele e a Malu, fazendo o possível para falar apenas o básico comigo. Entendi o lado dele e sei que se a história fosse ao contrário eu também estaria assim, porém essas atitudes junto com a falta de uma conclusão sobre como será as coisas daqui pra frente tem me causado um péssimo pressentimento. Pode ser só algo da minha cabeça, como a minha mãe vive me dizendo, mas eu não consigo parar de pensar nisso. 
Sarah: Ei, vamos no cinema mais tarde? A mamãe e o papai disseram que também vão. - falou entrando no quarto da Malu, onde eu estava organizando o closet dela e tirando algumas roupas que já estavam pequenas para ela. No momento é finalzinho de tarde e quando subi para cá tinha deixado meus pais, a Malu e a Sarah com o Felipe, que vieram passar o fim de semana aqui em casa, na sala. 
Júlia: Que horas? - perguntei continuando a olhar as roupas.
Sarah: Sei lá, umas sete horas. Depois a gente vai jantar em algum restaurante. 
Júlia: Sabe quais filmes está em cartaz? Porque se for pra ver um desses filmes horríveis que sempre está, eu nem vou. 
Sarah: Para de ser chata, garota! - bufou e começou a me ajudar dobrando algumas roupas. - Tem um filme de comédia brasileiro, eu acho.
Júlia: Ah bom! - continuamos a conversar sobre outros assuntos, terminamos de organizar tudo e descemos para a sala. - Tem algumas roupas da Malu lá no quarto dela para você colocar pra doação, dona Marcela. 
Marcela: Tá bom! Depois vou tirar algumas minhas também. 
Malu: Mamãe, eu não quelo dar as minhas loupas. - disse fazendo bico.
Júlia: Já te disse que você não tem querer, Maria! - respondi sério e sentei no sofá do lado do meu pai. 
Malu: Masi eu não quelo! - fez cara de choro.
Júlia: Vem aqui! - apontei para o espaço vago do sofá ao meu lado e ela sentou toda emburrada. - Me escuta, você não precisa mais daquelas roupas porque tem muitas outras. Mas tem gente que não têm quase nenhuma e por isso precisamos dar para elas. 
Malu: Masi poque elas não tem tabem? 
Júlia: Porque elas não tem como comprar. Aí quando a gente dar, elas ficam muito feliz com isso. Só gente ruim não faz isso e nós somos pessoas boas, não é?! 
Malu: Sim! - sorriu. - Posso dar um poquinho dos meus binquedos tabem? 
Júlia: Claro que Sim, meu amor! - respondi sorrindo.
Malu: Eba! Vovó, espela que eu vou pegar um poquinho dos meus binquedos pra voxê dá pra elas tabem. - disse descendo do sofá. - Masi a nina não, tá?! - todos nós rimos. Nina, a boneca!
Marcela: Tá bom, princesa da vó! - sorriu.
Sarah: A titia vai te ajudar, vamos! - deu a mão a ela e foram para o quarto de brinquedos.
Dennis: Essa menina... - disse sorrindo e balançando a cabeça. 
Marcela: Cada dia um novo aprendizado! 
Dennis: Minha princesinha tá crescendo. - suspirou e eu, minha mãe e o Fe rimos. 
Felipe: É assim mesmo, sogrão. Daqui à pouco te dou um netinho de presente.
Júlia: Se a Sarah ouvir isso te mata. - rimos. 
Dennis: Tá mais fácil a Júlia me dá mais um do que vocês dois. 
Júlia: Que isso, pai?! - eles riram. - Só se for do vento. 
Marcela: Mas é verdade, querida. Nunca vi uma pessoa correr tanto de filhos como a sua irmã. - rimos. - Felipe tá ferrado!
Felipe: Por enquanto tô na mesma página que ela, sou muito novo pra ser pai. - riu.
Dennis: Eu também era quando tive essas duas. Ah, se pudesse voltar atrás...
Marcela: Aé, Dennis?! - respondeu séria. 
Júlia: Tá vendo, mãe. Renegando as filhas...
Dennis: Vocês sabem que eu tô brincando. Não seria nada sem essas mulheres na minha vida! - disse rindo e me abraçou de lado.
Júlia: Muito fofinho! - beijei sua bochecha e escutamos a campainha tocar.
Dennis: Tão esperando visitas? - perguntou levantando do sofá. 
Marcela: Não! 
Dennis: Quem será então... - foi para o hall de entrada e voltou minutos depois com um sembrante sério. - Júlia, é pra você. 
Júlia: Pra mim?! - respondi confusa e fui até a porta.
Xxx: Júlia Medeiros Sanchez? - perguntou um homem de terno, que eu nunca tinha visto, com um envelope na mão. 
Júlia: Sim, sou eu! 
Xxx: Boa Tarde! Sou um oficial de justiça e a senhorita está sendo intimada a comparecer no Tribunal de Justiça da cidade de Barcelona. Assine aqui, por favor! - estendeu uma caneta junto com um comprovante. 
Júlia: C-claro! - respondi automaticamente, sem entender direito o que estava acontecendo. - P-posso saber o motivo da intimação? - perguntei com um tom tenso depois que assinei. 
Xxx: Os detalhes estão todos no envelope. - disse me entregando. - Obrigado pela atenção. - saiu. Fechei a porta com as mãos tremendo e voltei para a sala.
Marcela: Quem era?
Dennis: Júlia, o que houve? Tá branca. - chegou perto de mim e eu estendi o envelope para ele.
Júlia: A-abre pra mim...
Dennis: Tá bom! - disse fazendo o que eu pedi.
Marcela: Minha filha, o que aconteceu? - chegou perto de mim também. 
Júlia: E-era um oficial da Justiça de Barcelona. - murmurei olhando para ela que ficou surpresa depois de ouvir.
Marcela: Aí meu Deus! - olhamos para o meu pai que estava olhando a carta com uma expressão preocupada. - Diz o que é, Dennis. - ele olhou para a gente e engoliu em seco. Por favor, Deus! 
Dennis: O Neymar Jr. entrou com um pedido de quarda definitiva da Malu. - murmurou e logo depois que ele terminou minhas pernas cederam e eu já estava preparada para cair no chão, mas ele me segurou e me levou para o sofá. Ele fez isso! Eu sábia que algo ruim iria acontecer, sábia. Eu deveria ter fugido dele de novo. Eu deveria ter continuado a esconder a Malu. Mas fui burra e agora aquele homem fez a cabeça do Júnior e irá fazer o que prometeu. Eu sei que foi ele, o Júnior que eu conheci não faria isso. Por que você têm que acreditar nele, Júnior?! O que vou fazer da minha vida agora? Não posso perder a minha filha! 
Marcela: Júlia, por favor, olha pra mim! - disse me tirando do transe e olhar para ela me fez perceber duas coisas. Um, minha visão está embaçada e isso significa que eu derramei lágrimas sem perceber. E Dois, minha mãe também estava chorando assim como eu.
Felipe: Vou pegar água pra ela e dizer para a Sarah não trazer a Maluzinha aqui agora. 
Dennis: Vai lá! - ele foi é meu pai sentou do meu outro lado no sofá. 
Júlia: E-eu não posso perder a Malu, pai. - falei soluçando e ele me abraçou. 
Dennis: Você não vai, vamos lutar e ganhar isso. Fica calma! - beijou minha testa.
Marcela: C-como esse Júnior não consegue ver o homem que é o pai dele, meu Deus. - fungou. 
Júlia: Eu devia ter fugido com a Malu quando ele me viu. - meu choro se intensificou. - E-eu sábia que isso iria acontecer, meu Deus. É por isso que fiz tudo que eu fiz! 
Dennis: Respira, Júlia! Vai ficar tudo bem...
Júlia: Não vai pai! O-o Júnior e aquele monstro vão tirar minha filha de mim. - respondi me exautando. - E-eu não vou viver sem ela, não vou. 
Sarah: Ei... - disse entrando na sala com um copo de água na mão. - O Felipe me contou o que aconteceu. - se abaixou na minha frente. - Vai dar tudo certo, se acalme. - ofereceu a água e eu tomei um pouco. - O que está dizendo na intimação, pai?
Dennis: Que o advogado do Neymar Jr. entrou com o pedido à dois dias atrás...
Júlia: No dia que ele viu a Malu! - afirmei chorando baixinho. - Sábia que tinha algo errado. 
Dennis: É pra Júlia comparecer no Tribunal de Barcelona com o advogado na Segunda-Feira, às oito horas da manhã, para uma reunião inicial com o Juiz, o Neymar Jr. e o seu advogado. 
Marcela: Reunião inicial?
Dennis: Sim! O Juiz vai ouvir os dois e organizar tudo para uma audiência concreta. 
Júlia: C-como você acha que vai ser tudo, pai? Tenho chances de perder a Malu? - perguntei com o nervosismo me consumindo.
Dennis: Olha Júlia... - suspirou. - Não será fácil. Será um processo com muitas audiências, o Juiz vai procurar entender ao máximo os dois lados através de testemunhas e outras coisas para buscar o melhor para o menor em questão. Não vou dizer que não tem chances de você perder a guarda da Malu porque eu estaria mentindo, mas são raros os casos em que o Juiz tira um filho da mãe. Então, vai depender muito da interpretação do Juiz, filha.
Júlia: Isso não me faz ficar calma. - respondi tentando controlar as lágrimas. 
Dennis: Eu sei, mas pode ter certeza que vou fazer de tudo para que ninguém tire nossa princesa da gente. Ouviu? - assenti e ele me abraçou. Minha mãe e a Sarah também vieram e virou um abraço coletivo. Vou precisar de forças e apoio para aguentar passar por isso. Sei que eles vão manter meu pé no chão e empedir qualquer besteira que eu pense em fazer. Tipo fugir para bem longe disso tudo com a minha filha.



By Vic:
Temporada de tensão na história começou! Porém não sei se vou continuar com a fic pq como eu disse no poste anterior as visualizações estão boas, mas os comentários e as opiniões de vocês sobre a história não. Isso é como se eu tivesse no escuro sem saber se vocês estão gostando ou não e quem já teve uma fic sabe que isso desanima muito. 
Então, vai depender da minha animação e criatividade, principalmente, para continuar. Beijos! ♡